Crise argentina agita mercado financeiro

A disparada do dólar, que chegou a ser cotado a R$ 2,197 nesta última segunda-feira(16/4), aparentemente se deu pelo anúncio do governo argentino de que iria criar uma cesta de moedas com a participação do euro, do dólar e do Yene. A medida do governo da Argentina assustou os investidores no Brasil e a Bolsa de São Paulo, que já caiu 5,34% no ano, apenas um dia baixou (-3,51%). A crise, no entanto, é mais profunda.

Crise argentina agita mercado financeiro

Por: Lúcio Fernandes

 

 

A disparada do dólar, que chegou a ser cotado a R$ 2,197 nesta última segunda-feira(16/4), aparentemente se deu pelo anúncio do governo argentino de que iria criar uma cesta de moedas com a participação do euro, do dólar e do Yene. A medida do governo da Argentina assustou os investidores no Brasil e a Bolsa de São Paulo, que já caiu 5,34% no ano, apenas um dia baixou (-3,51%).

As empresas estão se protegendo de uma possível desvalorização do peso argentino, que segundo o Ministro da Economia argentino, Domingo Cavallo não será desvalorizado, mas sim equiparado ao dólar norte-americano e ao Euro da União Européia assim que a moeda da Europa estiver valendo um dólar, sendo que isso segundo alguns analistas é uma desvalorização disfarçada do peso argentino.

Com a cotação do dólar próximo a R$ 2,20, é provável que o Banco Central tenha que intervir no mercado de câmbio vendendo a moeda em espécie, mas para baixar a cotação da moeda norte-americana o BC está vendendo quase todos os dias títulos com remuneração cambial e mais juros de 11,20% com vencimento em novembro de 2005 no valor de R$ 750 milhões. Se fosse adotada atualmente a cesta de moedas na Argentina o peso teria sido desvalorizado em 6%, mas o Ministro Domingo Cavallo reafirmou que não desvalorizará o peso argentino

A volta da inflação no Brasil é uma das preocupações das autoridades da área econômica e por isso o COPOM (Comitê de Política Monetária) deve elevar a taxa básica de juros em no mínimo 0,5%. Os juros no mercado futuro já estão aumentando segundo os últimos números do mercado financeiro que passaram de 20%. A crise argentina mais o pessimismo na economia dos EUA está fazendo com que o mercado financeiro fique nervoso com a perspectiva de alta do dólar, da inflação e de queda nas Bolsas de Valores.

A desaceleração da economia dos EUA está levando as empresas do país a diminuírem seus lucros e por isso investirem menos e com isso aumentam a possibilidade de demissões em grande parte das empresas dos EUA e um dos exemplos são as companhias de tecnologia como a Cisco Sistems que já avisou que fará um corte de pessoal de oito mil e quinhentos funcionários em todo o mundo. Outra empresa que está com a sua lucratividade diminuída é a Intel, fabricantes de chips dos EUA, em que as suas ações nas Bolsas de Valores caíram 7%.