Duas semanas de greve geral no Equador e a luta contra o neoliberalismo

Há duas semanas começou no Equador um processo de luta social. Uma greve geral de caráter indefinido foi convocada. Na segunda-feira, 13 de junho de 2022, a partir da presidência da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE), da Federação Nacional de Organizações Indígenas, Camponeses e Negras do Equador (FENOCIN) e da Federação Equatoriana de Indígenas Evangélicos (FEINE) além de mais organizações sócias, nas quais estão os principais sindicatos como a Frente de Trabalhadores de Equador (FUT), a União Nacional de Educadores (UNE), foram-se somando a mesma convocatória.

Há duas semanas começou no Equador um processo de luta social. Uma greve geral de caráter indefinido foi convocada. Na segunda-feira, 13 de junho de 2022, a partir da presidência da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE), da Federação Nacional de Organizações Indígenas, Camponeses e Negras do Equador (FENOCIN) e da Federação Equatoriana de Indígenas Evangélicos (FEINE) além de mais organizações sócias, nas quais estão os principais sindicatos como a Frente de Trabalhadores de Equador (FUT), a União Nacional de Educadores (UNE), foram-se somando a mesma convocatória.

A greve geral deu-se no contesto de uma implementação, sem limites, das políticas neoliberais e as recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI). O governo de Guillermo Lasso, eleito um ano atrás, no lugar de fazer um atendimento as políticas sócias, as tirou e iniciou um processo de precarização dos trabalhadores, um incremento do desemprego, um aumento da desigualdade social e um processo de pauperização sem antecedentes nos últimos 40 anos da história contemporânea do Equador.

A greve que no primeiro dia se apresentou fraca, com o sequestro do principal líder das mobilizações, o companheiro Leônidas Iza Salazar, na mesma noite, aumentou o sentimento de rejeição ao governo.

A greve exige o cumprimento de 10 pontos para tentar aliviar em alguma medida as condições precárias de vida no setor indígena camponês, em que estão uma redução dos custos dos combustíveis, uma moratória dos créditos no setor agrícola nas entidades financeiras público e privado, uma detenção da ampliação das concessões mineiras petroleiras nas áreas biologicamente sensíveis, o incremento das verbas em saúde e educação, entre outras mais.

Conforme o avanço dos dias, a greve geral, que se deu no início somente nos territórios e se fizeram fechamentos de estradas estaduais, bloqueio de alguns poços de petróleo, e manifestações nas ruas das cidades principalmente serranas, no quinto dia pelo comitê de paralisação, no qual estão as direções da CONAIE, FENOCIN e FEINE, convoca os setores camponeses avançar para Quito, a capital do Equador. Nesse contesto, o governo, no lugar de fazer um processo de diálogo, decretou o estado de emergência a mesma sexta-feira e tomou militarmente no domingo, 18 de junho, o prédio da Casa da Cultura do Equador; principal entidade que organiza aos artistas, gestores culturais; em um ato que só aconteceu anteriormente na ditadura militar de 1963.

Assim, a greve superou a primeira semana, tendo o primeiro morto o dia 19/06; a repressão aumenta e até hoje, 26 de junho de 2022, um total de 49 situações de violações de direitos, nas quais estão 5 mortos, mais de 120 feridos, mais de 90 detenções arbitrarias.

O processo que começou com o pedido de cumprimento dos 10 pontos, na segunda semana se dá um pedido das pessoas nas mobilizações exigindo a saída do presidente e um processo de impeachment, que até o momento da redação deste artigo continua em debate nas Assembleia Nacional, sem terem um ainda um resultado definitivo, mas o próprio comitê da greve com Leônidas Iza, como porta-voz, comunica que não importa a saída do presidente, uma vez que a única forma de levantar a greve será com o cumprimento dos 10 pontos apresentados, não só ao poder executivo, pois nos entre os dias sexta-feira e sábado apresentam os mesmos pontos para as instâncias do estado.

O Equador começa uma nova semana de greve geral, com o fantasma do impeachment, bem como o fortalecimento da própria greve até chegar ao cumprimento dos 10 pontos seja com o presidente atual, seja com outro presidente, caso seja aprovado o impeachment.

UB

Botão you tube Pronunciamiento del Movimiento Indígena – Quito – Equador