A Resistência indígena pela vida

No dia 7 de março deste ano, após a viagem presidencial ao Canadá para realização de novas concessões mineiras, na comunidade de Palo Quemado, território de comunidades indígenas pertencentes às estruturas de base da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE em espanhol), foi constatada a presença de pessoas armadas na comunidade. Os membros da comunidade da área denunciaram estas como pessoas pagas pela Atico Minig Corporation, registrada no Equador como a mineradora “LA PLATA”.

No dia 7 de março deste ano, após a viagem presidencial ao Canadá para realização de novas concessões mineiras, na comunidade de Palo Quemado, território de comunidades indígenas pertencentes às estruturas de base da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE em espanhol), foi constatada a presença de pessoas armadas na comunidade. Os membros da comunidade da área denunciaram estas como pessoas pagas pela Atico Minig Corporation, registrada no Equador como a mineradora “LA PLATA”.

No dia 11 de março, a Frente Nacional Anti Mineração denunciou a provocação deste grupo armado contra membros da comunidade, gerando violência na área, e em 11 de março, foi apresentada uma denúncia contra 72 líderes comunitários como terroristas perante o Ministério Público por Raúl Bayas, responsável pelo grupo paramilitar que se autodenomina “Junta de defensa del Campesinado”, “Junta de defesa dos Camponeses”, em português, denunciado pelo Movimento Indígena e Camponês de Cotopaxi (MICC), filial da CONAIE, que rejeita a falsa acusação contra os comunitários.

A CONAIE exige que sejam respeitados os direitos dos territórios indígenas consagrados no acordo 169 da OIT de 1989; a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas de março de 2008, e a Declaração Americana sobre os Direitos dos Povos Indígenas da OEA de 2016, que falam sobre a Consulta Livre e Informada, que não foi respeitada e que é vinculativa, bem como respeito à decisão NÃO À MINERAÇÃO NO CHOCO ANDINO, a mesma que venceu com 70%.

Apesar destas declarações, no dia 19 de março, os membros das comunidades denunciaram a entrada de 500 militares e policiais para proteger as tendas montadas pela “Mineração e pelo Ministério do Meio Ambiente” no território deles, e reprimir os protestos dos comunitários para que a mineração não entre, devido ao impacto nos fluxos de água, e o rompimento dos canais freáticos para condução subterrânea de água para as comunidades e cidades baixas do país.

Nesse mesmo dia começou a repressão contra os comunitários, até 22 de março foram registrados mais de 22 feridos, dos quais 7 apresentam queimaduras graves no rosto, mãos e pernas devido ao ataque policial com balas de borracha, chumbinhos e bombas de gás lacrimogêneo, assim como o uso de munição calibre 22.

A CONAIE denuncia a suposta socialização sem a participação das 1100 famílias que habitam a área, bem como a violência que está sendo gerada nos territórios indígenas pela presença de gangues paramilitares de mineração, pelas quais:

Rejeita a militarização e a repressão brutal gerada pelas forças governamentais contra os membros das comunidades de Palo Quemado, Las Pampas e todos os territórios que resistem aos interesses mineiros.

Rejeita a acusação de 72 membros da comunidade como terroristas e, portanto, solicita que seja rejeitada a denúncia apresentada por pessoas fora das comunidades.

Requer que seja realizada Consulta Prévia Livre e Informada em cada um dos processos de concessão minerária ou extrativista em territórios indígenas, cuja decisão seja vinculativa ao processo de concessão de exploração mineira.

e responsabiliza ao governo neoliberal do Equador pela integridade física dos líderes comunitários e suas famílias.

Apela à Vida e à Paz nos territórios.


Catalina Tamayo