Escritório da Prensa Latina no Brasil, mais uma vitória no campo das idéias!

assinatura

 

O ato no dia 29 de julho de 2004 na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro, que oficializou o acordo entre a Cooperativa INVERTA e a Prensa Latina, Agência de Notícias Latino-Americana, marcou a história da comunicação no Brasil.


O auditório do 9º andar da ABI lotou para testemunhar a assinatura histórica do acordo entre a Cooperativa INVERTA, representada pelo editor-chefe do Jornal INVERTA, Aluisio Bevilaqua, e a Prensa Latina, representada pelo jornalista Abel Sardiña, correspondente da Agência no Brasil. O embaixador cubano Carlos Trejo,

Carlos Trejo

cônsul-geral de Cuba em São Paulo, proferiu palestra. Também participaram da mesa Hector Escobar, correspondente da Agência de Notícias da Venezuela (Venpres); o cônsul cubano Juan Gomes; o presidente da ABI, Maurício Azedo; o presidente do Conselho da ABI, Carlos Alberto Caó; o ex-deputado federal Vivaldo Barbosa; o médico Mário Dias; o presidente da Associação do Engenheiros, José Chacon de Assis; a presidente da Associação José Martí e a presidente da Cooperativa INVERTA, Sueli Dantas.


Os filhos e filhas da classe operária e camponesa também se fizeram presentes, vindos em delegações do estado do Rio, desde a Região Serrana à Baixada Fluminense no Rio e de outros estados como São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Bahia e Rio Grande do Sul. Além de entidades representantes dos trabalhadores e de solidariedade à Cuba como Carmem Farias, presidente da Associação José Martí-BA, e representantes do Sindicato da Construção Civil, dos Químicos e Bancários de Nova Iguaçu; da Zona Oeste, o Comitê de Luta Contra o Neoliberalismo-Saneamento Básico (CLCN-SB).


O evento teve o apoio da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), da Associação dos Docentes da UERJ (asduerj), jornal INVERTA, do Centro de Educação Popular e Pesquisas Econômicas e Sociais (CEPPES), da Juventude Socialista (JS), do Sindicato dos Profissionais de Educação de Nova Iguaçu (SEPE/NI), do Sindicato dos Servidores Civis nas Forças Armadas (SINFA-RJ), da Associação dos Servidores da Justiça do Trabalho-RJ (ASJT/RJ), da Biblioteca Comunitária Oscar Romero, do Centro Cultural Latino-Americano Ernesto Che Guevara e do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência Social/RJ (SINDSPREV/RJ).


Após a composição da mesa passou-se à execução do hino nacional brasileiro e o do hino nacional cubano pela pianista Fernanda

Pianista Fernanda Canaud

Chaves Canaud, que fez aflorar, através da arte, o sentimento político que todos sentiam pelo significado do dia histórico.

 


Embalados pela emoção começa a saudação dos componentes da mesa, o ex-deputado Vivaldo Barbosa saudou a todos, principalmente aos representantes do INVERTA que sustentam uma posição conseqüente no Rio e no país; Vivaldo saudou também o presidente da ABI, Maurício de Lima Azedo, e a todos os presentes e à delegação de Cuba e ao representante da Prensa Latina, Abel Sardiña. Ele considerou o evento marcante e parabenizou a direção de INVERTA e a todos os companheiros que lutaram para a concretização do acordo: “este ato de hoje, que simboliza muito pela liberdade, pela integração e pelo espaço que se abre na comunicação aqui no Brasil, uma comunicação limpa, clara, direta e precisa dos fatos que sempre nos chegam de forma distorcida e com isso provocando confusões entre nosso povo. Esse ato abre caminho para que as notícias que vêm de Cuba e de toda a área do Caribe onde a Prensa está plantada ajude na formação da consciência do nosso povo. Eu saúdo a todos, este ato é histórico! Parabéns a todos vocês.”

Entre os presentes do jantar de adesão, o companheiro Ari Silva (à direita)

Mário Dias declarou: “Companheiros, este é um dos atos que compareço com maior satisfação, gostaria que toda a esquerda se unisse não só em torno de Cuba. É preciso que a esquerda faça uma reavaliação de sua conduta. Quero parabenizar o Bevilaqua pela luta muito segura com o INVERTA para divulgar a verdade. O INVERTA tem desenvolvido uma luta que tem sensibilizado várias facções da esquerda, por isso parabéns e espero que outros atos desta natureza aconteçam”.


O representante da Agência de Notícias Venezuelana, Hector Escobar, também fez sua saudação: “Me sinto orgulhoso de estar aqui com todos vocês numa data maravilhosa como esta, em que Cuba e Brasil se unem para transmitir notícias e tentar superar esse mundo tirano da imprensa, que Cuba sabe muito bem, assim como nós, o que isso significa. Cuba soube superar-se, é um país muito rico; os cubanos são, como diz um comunista argentino, bonitos por opção, porque a burguesia se apropriou de nossa riqueza mas Cuba deu o exemplo. Cuba, Brasil e Venezuela podemos estar integrados, me sinto orgulhoso de estar aqui com vocês porque sinto que sou parte de vocês. Cubanos, brasileiros, venezuelanos somos um só povo”.


Zuleide Farias falou: “Sem dúvida alguma hoje é um dia de muita alegria, muita festa porque nós da Associação José Martí comemoramos ontem o 26 de julho e hoje também estamos comemorando o 26 de Julho porque esta data é o marco da Revolução Cubana, portanto estamos aqui hoje comemorando esta atividade e cumprimentando os companheiros da PL, que foi criada e planejada por Che.”


Maurício Azedo iniciou sua saudação dirigindo-se ao INVERTA:  “Aluisio Bevilaqua, editor do INVERTA, que é o principal responsável pela convocação e realização deste glorioso ato, o embaixador Carlos Trejo a quem transmitimos a fraternal saudação da diretoria da ABI, pedindo que transmita ao povo de Cuba e ao seu comandante em chefe Fidel Castro como expressão do sentimento de amizade e solidariedade dos jornalistas brasileiros. Nos sentimos honrados em patrocinar com o INVERTA este ato porque ele visa dar condições de estabilidade e operacionalidade à uma instituição, que é a Agência de Notícias Prensa Latina, que é voltada para a difusão da verdade sobre os interesses dos povos vítimas da exploração imperialista. A partir da cooperação com o jornal INVERTA, esse jornal admirável, sustentado com heroísmo, a Prensa Latina poderá desenvolver esse trabalho com ainda mais amplitude, eficiência e eficácia na luta pela difusão que interessa aos latino-americanos e ao povo brasileiro para o enfrentamento com esse inimigo que é destituído de qualquer escrúpulo - o imperialismo norte-americano e seus agentes.”


O correspondente da PL, Abel Sardiña, declarou: “Quero agradecer ao INVERTA por ter aceitado nossa proposta de trabalhar a difusão de toda matéria informativa que oferece a Prensa Latina, matéria para jornais, para multimídia, para televisão, para o rádio - uma multiplicidade mundial de serviços e as revistas, ao todo são mais de 40 serviços diversos; quero agradecer a todos e reafirmar a necessidade de unidade de toda a esquerda. Me sinto satisfeito de - no aniversário da Prensa Latina - termos as mais diferentes matises reunidas aqui hoje, num momento particularmente importante pelo perigo que enfrenta meu país, devido às ações agressivas dos EUA à Cuba. Quero dizer a todos os amigos presentes que a resposta e o agradecimento de Cuba à grande solidariedade que vocês manifestam é a convicção de que Cuba não falhará, mas seguirá adiante com a sociedade socialista” .


O cônsul de Cuba Juan Gomes: “quero saudar a todos os amigos reunidos quando estamos registrando uma união importante de Prensa Latina e a Cooperativa Inverta, que tem o objetivo fundamental de canalizar a verdade; creio que é importante sobretudo a necessidade de unir e fazer chegar a verdade, e que se incute realmente o que se faz em Cuba e o que está fazendo a sociedade brasileira”.

Acordo

 

Aluisio Bevilaqua homenageou o coronel Delci Silveira, herói internacionalista, combatente da Guerra Civil Espanhola, membro do Conselho Editorial do Jornal INVERTA, falecido recentemente. O Plenário respondeu com vigor: presente! Aluisio homenageou o internacionalista Hélio Dutra, ardente defensor da revolução cubana e onde dedicou boa parte de sua vida. O plenário também respondeu à homenagem: presente! E prosseguiu: “Vamos criar um fato histórico com a assinatura deste ato, a Prensa Latina desde que surgiu, tem passado pelos mesmos problemas que tem passado a revolução cubana, ela é uma emanação da revolução cubana, a Prensa surgiu como elemento capaz de destruir o monopólio que era constituído pelo imperialismo e veio para dizer que aquele monopólio era um monopólio de mentira, que há mais de 500 anos ainda continua tentando manipular a consciência e a mente dos latino-americanos para que surjam os governos ditadores e sanguinários como o de Batista, que massacram o tempo todo a todos nós; que considerou o pensamento europeu como centro do mundo e achou que a América Latina não valia nada para eles, que desdenhou de nossa luta, que humilhou Tupac Amaru, que massacrou Tiradentes, que destruiu cada uma das pessoas que vinha surgindo e se insurgindo contra tudo, que dizimou as nações indígenas que não concordavam com isso; nós fomos obrigados a absorver todos esses conhecimentos como uma coisa lógica, uma coisa da história. Nós, do INVERTA, surgimos num momento difícil da conjuntura internacional, num momento em que a União Soviética era golpeada e o mundo inteiro cantava a cantiga neoliberal que o socialismo acabou e que nos outros países a reação seria em cadeia, e nós dissemos INVERTA! (...) Ao fazer a Revolução, Cuba fez a sua parte, agora nós precisamos fazer a nossa parte, esse acordo com a Prensa Latina é uma pequena contribuição. Esperamos contar com o apoio de todos”.


Em seguida passou-se à assinatura do acordo. Após a saudação do diretor da ABI, Caó, deu lugar à palestra do embaixador de Cuba, Carlos Trejo: “Queridos companheiros da mesa, queridos brasileiros e brasileiras aqui presentes, trago a mensagem carinhosa banhada de águas do Caribe, de açúcar e de música cubana, de amor e carinho e de agradecimento do povo cubano a vocês, queridos companheiros, pela solidariedade que expressam a nosso povo e a nossa revolução, muito obrigado. Para mim, é uma satisfação participar da oficialização do vínculo profissional que é mais do que um vínculo profissional, o acordo entre a Prensa Latina e o INVERTA. A Prensa Latina surge com princípios básicos que emanava a revolução cubana, de manter a unidade e a verdade a qualquer preço. A Prensa Latina era o canal de ligação entre a revolução e o povo oprimido. A Prensa para nós é uma necessidade importante, uma das prioridades de nosso trabalho, Cuba faz muito mas se comunica pouco, falam muito de Cuba mas não se fala com Cuba, as verdades de Cuba são tergiversadas e convertidas em calúnias; a imprensa de alguns países, que não vou citar para evitar incidentes diplomáticos, se referem ao presidente Fidel Castro, o homem que mais faz pela democracia do mundo, como sendo um ditador; o homem que mais tem contribuído para a consciência da luta contra a injustiça. A Agência Prensa Latina tem o papel de mobilizar forças para impulsionar notícias e imagens, como disse o companheiro Aluisio, citando Pablo Neruda, é um crime enganar um povo utilizando-se da palavra. Cuba vai continuar lutando, vai continuar o mesmo curso, vai continuar enviando treinadores, de cultura, de esporte a qualquer país do mundo que nos solicite, temos orgulho de ter médicos espalhados pelo mundo. Comemoramos com muito orgulho os 45 anos da revolução cubana, apesar das dificuldades econômicas. Obrigado.”


O acordo teve como testemunhas Carlos Trejo, Maurício Azedo, Ronaldo do Livramento Coutinho, coordenador da pós-graduação em Direito Ambiental da UERJ; o cineasta Sílvio Tendler, e o advogado Nilo Batista.


A histórica noite de 29 de julho de 2004 foi encerrada com o jantar de adesão ao escritório da Prensa Latina no Brasil, no restaurante do Círculo Militar na Praia Vermelha, onde os presentes, amigos e partidários de Cuba e da sociedade justa e igualitária, o socialismo, comemoraram mais uma vitória no campo das idéias.


Venceremos!

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