Depois da primeira vaia e da primeira manifestação

Parece que até agora, Lula e as lideranças petistas ainda não entenderam bem os sig-
nificados históricos da primeira vaia e da primeira manifestação contra seu governo. No discurso que proferiu na CUT, as vaias foram identificadas apenas como uma mera disputa de grupos políticos pelo controle da central sindical, como nos tempos em que comandava o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e da formação do PT. Ele não percebeu que a vaia recebida de sindicalistas no Concut expressa uma tendência inexorável de ruptura do seu governo com as demandas imediatas e futuras dos trabalhadores, na medida em que tomou como programa de governo, as reformas neoliberais ditadas pelo imperialismo e que o governo FHC não foi capaz de levar a cabo. E, justamente porque não conseguiu entender o significado deste acontecimento, dificilmente compreenderá, o significado desta primeira manifestação dos trabalhadores do Serviço Público contra as reformas.

Lula e seu governo não estão conseguindo perceber que esta manifestação apenas simboliza o marco inicial da cristalização de um grande movimento de massas que está por se formar em oposição ao seu governo, cujo o substrato, são as reformas neoliberais da Previdência Social, Trabalhista, etc. E que suas posições ao nível internacional, de não alinhamento incondicional aos Estados Unidos, não serão capazes de afogar as contradições internas, pois as reformas neoliberais são identificadas com os objetivos do imperialismo norte-americano.

Portanto, da tendência expressa na primeira vaia, não se poderia esperar outra coisa que não fosse a primeira manifestação. O problema agora é saber como se desenvolverá este processo histórico, apesar da crítica oportunista do sr. Bohausen e Cia, do PFL. Aqui uma muralha da China ergue-se como barreira entre a crítica das massas e a crítica das velhas oligarquias burguesas contra o governo Lula.

Todo apoio ao movimento dos servidores públicos contra as reformas neoliberais!

Pela unidade de todos os trabalhadores numa ampla plataforma contra as reformas neoliberais!

Viva a luta dos trabalhadores!

PCML