Em Defesa de Cuba

 

Mais uma vez os imperialistas e “gusanos” se arremetem contra Cuba – sua revolução, seu povo e seus líderes revolucionários. O fundo da questão é sempre a mesma: negar a soberania e autodeterminação de Cuba, devido à sua opção pelo Socialismo. No caso em questão, todo o alarido de protesto da reação contra CUBA vem da condenação à pena capital dos três terroristas que seqüestraram uma embarcação de passageiros e tomaram como reféns cidadãos cubanos e turistas. Para a reação pouco importa que tal fato se efetue num contexto interno ao país, de crescente onda de seqüestros similares; e externo, de crescente ofensiva contra-revolucionária dos EUA; e que nestas condições, basta um pequeno fato para que a mídia nazi-fascista o transforme em sublevação popular e justifique uma ação dos imperialistas e mafiosos contra Cuba. Nestes termos é momento de nos levantarmos mais uma vez em defesa de CUBA e pressionar as autoridades brasileiras para assumirem compromissos mais definidos com a Ilha, como fez recentemente Hugo Chávez e a Venezuela, assinando vários acordos de cooperação com Fidel e o governo cubano.

E isto é tão urgente quanto a velocidade com que se propaga a campanha reacionária contra CUBA a partir da votação na Comissão dos Direitos Humanos da ONU que a censura por manter “prisioneiros políticos”, bem como as declarações de personalidades contra esta difícil decisão de aplicar a pena capital a que o país foi constrangido para defender seu povo e revolução. Este fato encobriu um outro de sentido inverso: a reeleição de CUBA para esta mesma Comissão dos Direitos Humanos na ONU, enquanto os EUA foram novamente rejeitados para integrar a mesma. Naturalmente, não há novidade nos países capitalistas acusarem e votarem contra os países comunistas, ou nacional libertados, nos fóruns internacionais. A história da luta política e ideológica, denominada de “guerra-fria” ou melhor “guerra-suja”, e que marcou indelevelmente toda a segunda metade do século passado e continua presente no atual século, comprova este fato. Mas, o que causa perplexidade é ouvir de pessoas aliadas e antigos simpatizantes, muitos que tiveram na Ilha o porto seguro e a hospitalidade para sobreviver à perseguição e opressão em seus países, as palavras de protesto e condenação. Eis o escárnio que representa as declarações de José Dirceu – atual ministro da Casa Civil do Governo Lula, no Brasil – e do silêncio de figuras como Frei Beto, diante dos fatos.

Como disse Fidel em seu discurso de 1o de Maio, Cuba “foi o primeiro território livre do domínio imperialista na América Latina e Caribe”; que fez sua revolução com as armas tomadas do inimigo; que derrubou um governo tirano e prócere dos EUA; que derrotou em menos de 72 horas a invasão inimiga em Girón; que sobreviveu a milhares de atentados e sabotagens; que heroicamente enfrentou e resistiu ao bloqueio econômico e militar da maior potência mundial, os EUA; e, apesar de tudo, deu seu sangue, conhecimento e solidariedade aos povos dos quatro continentes na luta contra o imperialismo e a injustiça social. Contudo, não é apenas o que representa a revolução cubana para os povos do terceiro mundo que está em jogo, neste contexto está em jogo também a idéia que contraria o “pensamento único” de enxergar liberdade apenas na lógica do mercado e sistemas políticos daí derivados, as sociedades capitalistas. Negar outras vias e possibilidades de existência humana é mais que tirania é nazi-fascismo, regime de domínio e opressão de classe baseado na eugenia e poder tecnológico.

Quem não sabe que as vozes da reação que vêm a público condenar CUBA são as mesmas que despejam milhares de bombas sobre os povos que lutavam por se libertar do domínio, opressão e exploração imperialista ou que são as mesmas que patrocinavam ditaduras militares sangrentas e chacinas? Condenam CUBA pela pena capital que aí se aplica contra os terroristas e contra-revolucionários, nas situações extremas, e esquecem de condenar o centro da reação mundial, os EUA, cuja pena capital é aplicada sempre sobre os latinos e negros, em muitos casos injustamente, por puro preconceito e sadismo. Hoje, quando a humanidade assiste perplexa ao terror e à tirania do império norte-americano sobre o mundo, acusando, julgando e executando a pena capital sobre povos inteiros, como ocorreu recentemente com o Afeganistão e agora Iraque, chega a ser cinismo deslavado protestar contra Cuba por defender seu povo do lugar comum criado pelo imperialismo do “Eixo do Mal”; “da ameaça à segurança mundial”; “do laboratório de terrorismo, de armas de destruição em massa etc.”.

Mas, se diante da atual conjuntura internacional é fácil condenar Cuba, e para isso basta repetir o surrado discurso dos direitos humanos, da pena capital, e outras acusações sem sentido para um país socialista; o difícil é manter a coerente defesa da revolução, embora motivos e razões não faltem. Pois que país no hemisfério foi capaz de erradicar a miséria, o analfabetismo, inclusive tecnológico, manter saúde pública e gratuita para toda a população? Que país deu vazão à cultura física e artística da população inteira? Que país foi capaz de criar inventos para erradicar pragas das lavouras, salvar vidas e permitir uma educação de qualidade a todos na sociedade, indiscriminadamente? Que país foi capaz de doar seu sangue, seus inventos, sem com isso adquirir um palmo sequer de propriedades ou qualquer outro bem nos países onde atuou e atua? Quem deve sua vida a este povo maravilhoso e sua epopéia de lutar contra o poder descomunal do império nazi-fascista da atualidade, mais que razões e motivos, tem o dever de defender CUBA. E para nós que vemos no exemplo cubano a luz no fim do túnel deste processo de transição de modo de produção no mundo, nossa palavra de ordem é:

Imperialistas: Tirem suas patas sujas de CUBA!
Viva a Revolução Cubana e seu líder máximo Fidel Castro!
Defender Cuba da contra-revolução e do terrorismo patrocinado pela CIA e a máfia de Miami é uma tarefa revolucionária!
Como Fidel, citando o imorredouro Che: Até a vitória sempre!

Rio de Janeiro, 12 de maio de 2003

P. I. Bvilla P/OC do PCML (br)