10 anos de INVERTA, Nossa Voz Operária
Camaradas, nos encaminhamos para comemorar no dia 21 de setembro de 2001 (dentro de 2 meses) os 10 anos de nosso Jornal INVERTA. Sem dúvida, é um acontecimento político e de grande importância histórica em nossa luta e na luta de classes do proletariado brasileiro, por isso o ato solene de comemoração deste feito tornou-se a tarefa de maior relevância e prioridade para nosso Partido. E não é para menos, afinal este evento deverá traduzir, tanto na sua forma como em seu conteúdo, o empenho e a luta de todos nós ao longo desses 10 anos na edificação deste projeto revolucionário, sem o quê não seríamos capazes de chegar até aqui nas condições em que chegamos.
E que condições são essas? Em primeiro lugar, o Jornal INVERTA mais que uma idéia e sonho revolucionário - obliterado da experiência histórica de Marx e Engels na Nova Gazeta Renana durante a revolução de 1848 na Alemanha, e de Lênin, no Iskra, durante a constituição do POSDR (de 1900 a 1903) na Rússia - é uma realidade que se constituiu pelo trabalho revolucionário de nosso agrupamento comunista em meio a todo um processo de dilacerações e deterioração das experiências revolucionárias nacionais e internacionais, sobrevindas com a nova conjuntura contra-revolucionária a partir da queda do campo socialista do Leste Europeu e da ex-URSS. Em segundo lugar, o trabalho revolucionário traduzido no jornal ao longo destes 10 anos, por sua regularidade, abrangência e conteúdo, atingiu dimensão nacional e internacional, tornando-se uma referência para uma significativa parcela da vanguarda do pensamento e do trabalho revolucionário em nosso país e aos poucos foi conquistando o reconhecimento internacional de um crescente número de partidos e organizações revolucionárias. Em terceiro lugar, o Jornal INVERTA como centro de um projeto revolucionário nacional, que se sustenta ao longo de 10 anos, tendo por base de financiamento os militantes e simpatizantes de nossa causa, que mais que comprovar a viabilidade de seu projeto, mostra a capacidade da classe operária consciente de se organizar de forma independente dos patrões e do domínio ideológico da pequena burguesia e atingir objetivos concretos, mesmo diante de uma conjuntura adversa.
O Jornal INVERTA circula semanalmente através de bancas, assinaturas e do trabalho militante em cerca de 18 estados do Brasil, concentrando esta última nas principais capitais, onde mantém sucursais ou correspondentes. No exterior, sua circulação atual é dirigida aos agrupamentos e organizações partidárias de cerca de 18 países, nos quatro continentes. Mantêm correspondentes em quatro países na Europa e intercâmbio com centenas de veículos de comunicação e informações em todo o mundo, dos quais destacam-se o Unidade e Luta, do PCPE (Espanha); A Foice e o Martelo, do PCBUS (Rússia); Bandeira Vermelha, do PCA (Alemanha); Democrazia Popolare, da Democracia Popular (Itália); Opção, da UDP (Portugal); Resistência, das Farc-EP (Colômbia); Granma Internacional, do PCC (Cuba) e a Agência de Notícias Xinhua (Nova China). Mas, não se restringe apenas ao intercâmbio de idéias e informações, o Jornal INVERTA ainda é responsável pela circulação do Granma Internacional (Cuba) e da revista Resistência (Farc-EP) no Brasil, o que lhe confere um papel maior que seu projeto nacional. Aqui é importante que se diga que conjuntamente com o aniversário dos 10 anos de INVERTA, se estará completando também 9 anos de circulação do Granma Internacional, no Brasil.
Deste modo, o trabalho de preparação do evento de comemoração dos 10 anos do INVERTA exige de todos os militantes de nosso partido um empenho entusiasta e decidido para que todas as atividades programadas reflitam o trabalho acumulado e a representatividade conquistadas durante este tempo. Não precisamos ir muito além para demonstrar até que ponto sobre nossa atividade estarão o olhar de centenas e milhares de revolucionários em nosso país. E assim, nossa tarefa fundamental, de agora em diante, é partir para agilizar todas as atividades pertinentes aos preparativos do evento: formar as comissões amplas de mobilização e organização das comemorações em cada Estado, levar a cabo as atividades de acumulação de forças locais e estruturar a participação de cada Estado e região do país na atividade nacional e geral que se dará no Rio de Janeiro, entre a terceira e quarta semana de setembro.
Camaradas, não é necessário aqui tecer maiores considerações sobre a gravidade da conjuntura política nacional e internacional, bem como os possíveis desdobramentos da luta de classes na mesma. O importante aqui é compreender que no caso do Brasil como da Argentina, Equador e outros países onde as organizações comunistas foram destruídas e seus quadros trucidados, ou ainda, onde as alternativas revolucionárias não se firmaram na resistência ao terror das ditaduras do capital, a gravidade do momento não pode ser superada sem que a condição subjetiva para a revolução _ o Partido Comunista Marxista-Leninista _ esteja reconstituído. Sendo assim, a tarefa fundamental continua sendo atingir este objetivo estratégico para a Revolução no Brasil. E se essa máxima nos faz parecer presos a esta corrente da realidade histórica como Prometeu aos rochedos pelas correntes de Hefaísto, então que fique claro que a própria ação humana é parte dessa realidade, logo, elemento que produz e é produto da mesma. E se é assim, o que se deve fazer é trabalhar para mudar este quadro.
E qual seria a melhor forma de trabalhar para mudar esta correlação de forças desfavorável e o esvaziamento dos projetos revolucionários, senão apoiar-se nos projetos vitoriosos, no curso da luta revolucionária da classe operária internacional? O INVERTA é um projeto revolucionário que se sustenta fundamentalmente nesta idéia e experiência histórica, tanto de Marx e Engels, como de Lênin, Stálin e Gramsci. Se não é possível depreender este fato do próprio nome adotado por nosso jornal, "Inverta", diante da atual conjuntura nacional e internacional, que se depreenda então, do seu conteúdo prático, como organizador, agitador e propagandista coletivo que consumou a refundação do Partido Comunista Marxista-Leninista do Brasil, nos dias 25, 26 e 27 de março de 2000. Pois, diante da crise dos partidos reformistas e das propostas de organizações de luta armada, dentro da conjuntura nacional não há saída fora da máxima de Lênin em "Por Onde Começar?":
"Durante todo tempo, temos falado da preparação sistemática e metódica, embora com isso não quiséssemos dizer, de modo algum, que a autocracia possa cair exclusivamente graças a um cerco correto ou a um assalto bem organizado. Semelhante ponto de vista seria de um doutrinarismo insensato. Ao contrário, é mais possível, historicamente muito mais provável que a autocracia caia sob a pressão de um desses estouros espontâneos ou complicações políticas imprevistas, que constantemente ameaçam de todas as partes. Porém nenhum partido político pode, sem cair no aventureirismo, basear sua atividade na possibilidade de tais estouros e complicações. Nós devemos seguir nosso próprio caminho, levar a cabo, inflexivelmente, nosso trabalho sistemático; e quanto menos contemos com o inesperado, menos provável será que nos pegue desprevenidos qualquer "viragem histórica"."
Deste modo, nossa tarefa fundamental é: a) organizar as comissões de comemoração dos 10 anos do INVERTA em todos os Estados; b) mobilizar e realizar atividades específicas de propaganda com o objetivo de acumular forças e organizar a participação do Estado nas comemorações gerais no Rio de Janeiro; c) manter as atividades e compromissos anteriormente fixados com o trabalho regular do jornal na região.
Viva a Revolução Proletária!
Viva os 10 anos do Jornal INVERTA!
Viva o Partido Comunista Marxista-Leninista!
Rio de Janeiro, 17 de julho de 2001
P.I. Bvila - P/OC do PCML