Das ruas nunca saiu; da luta nunca fugiu; por isso é que se afirma: Viva o Partido Comunista Marxista-Leninista!
As manifestações do Primeiro de Maio no Brasil marcaram o retorno de nosso Partido à luta de massas, de forma coordenada e objetiva, após o duro golpe sofrido em suas fileiras, resultante da campanha vitoriosa anteriormente travada pela libertação do padre Olivério após o Congresso de Refundação. A atuação do Partido de forma coordenada e entusiasta em pelo menos quatro dos maiores Estados da Federação não somente marcou sua presença nos atos unitários do movimento operário, como foi protagonista de mobilizações de forma independente, como no caso de Minas Gerais, onde ao ato do Primeiro de Maio convocado pelo Partido compareceram mais de mil e duzentos trabalhadores. Segundo os informes chegados à redação do órgão central até o fechamento desta edição, nestes Estados, todo o material de agitação e propaganda, em particular o caderno especial sobre o Primeiro de Maio, foi distribuído aos trabalhadores. Segundo as imagens enviadas, em todas as manifestações, as bandeiras vermelhas com a foice e o martelo e a insigna do Partido tremularam bem ao alto, erguidas pelo punho da juventude e dos camaradas operários.
Naturalmente não se pode extrair deste fato a idéia cabalística de que todos os problemas vividos por nosso Partido após o seu Congresso de Refundação e a campanha bem sucedida pela libertação do padre Olivério, já tenham sido superados. Pelo contrário, o retorno do Partido à luta de massas, neste Primeiro de Maio, se por um lado, afirma a tendência à superação dos problemas, por outro, também revela o conjunto de deficiências provocadas pelo duro golpe da reação em nossas fileiras, que entravam a nossa dinâmica partidária e impedem um desenvolvimento mais amplo e unitário do Partido. Um exemplo disto foi a dificuldade de se acompanhar com riqueza de detalhes a atuação do Partido nas regiões Norte, Nordeste e Sul. Aí, em termos de ação coordenada, existiu certa desconexão. Neste particular, os problemas mais relevantes foram a ausência de um comando prático, que coordenasse a ação do Partido em todo o país, de forma centralizada e com base no planejamento anteriormente fixado nas reuniões do Comitê Central por proposta do Órgão Central. Mais uma vez o Partido se ressentiu claramente das dificuldades de constituir um comando revolucionário prático, capaz de coordenar a ação militante em todo o país, dada a sua dimensão geográfica, custos operacionais e quadros dirigentes.
Tocamos nesta tecla porque mais que acalantar o bebê e elogiá-lo, é necessário alimentá-lo e educá-lo, segundo os princípios do marxismo-leninismo e a experiência revolucionária acumulada neste período em nosso país. E isto é tão mais urgente e inexorável quanto é previsível e inexorável a grande batalha que se avizinha entre a classe operária e os capitalistas em nosso país. Como já dissemos, dezenas de vezes, a crise econômica e política na sociedade se encaminha com botas de sete léguas para uma crise revolucionária aguda. Os fatos estão aí mesmo: o PIB do Brasil não cresce mais que 3%, quando necessitava crescer a 7%; já não tem mais estatais para privatizar, como diz o cientista Francisco de Oliveira (amigo de FHC), durante o período do Real, 30% do PIB nacional mudou de mãos, do Estado para as oligarquias burguesas, com as privatizações; o capital especulativo estrangeiro já não chega com tanta facilidade; o Mercosul, ferido de morte pela crise e pela Alca, já deu o que tinha que dar e, não tendo mais nada a oferecer, a briga pelo pão aumenta e o círculo do poder se despedaça. Mas se os de cima já não podem governar como antes, os de baixo também já não aceitam ser governados como até então, e assim, crescem os movimentos de ocupação de terra, de ocupação de imóveis em áreas urbanas, cresce a violência e todas as ações desesperadas da classe operária e das massas na defesa da vida e na resistência à exploração e à opressão, que se torna cada vez maior. Mas, para que tudo isso se encaminhe para movimentos objetivos e unitários, capazes de deslocarem o bloco do poder e o governo - que não cairá, nem nos momentos de crise, se não o fizermos cair -, é necessário o Partido capaz de dirigir e desencadear o golpe fatal contra o regime opressor e a classe opressora.
E, como nós, do PCML, podemos nos colocar à altura de desempenhar este papel dirigente da classe operária no país, que a olhos nus, a Revolução exige? Aqui nos encontramos com o problema central que nos fere de morte e eterniza nossa vida e luta; a dialética da luta de classes, da organização do proletariado de classe em si, em classe para si, por conseguinte, em partido político, isto é, partido revolucionário, Partido Comunista Marxista-Leninista. Esta dialética é a que nos faz constituir e protagonizar atos revolucionários relativamente vitoriosos, indicando um ascenso revolucionário e da Luta de Classes, e ao mesmo tempo, sofrer rudes golpes e toda sorte de opressão e perseguições pelas classes dominantes. Quem acompanha nosso movimento sabe bem que os nossos fundamentos são, por um lado, os princípios do marxismo-leninismo, e por outro, a experiência dos comunistas revolucionários que estiveram sob a liderança de Luís Carlos Prestes. Nestes termos, em certas ocasiões, em que os princípios do marxismo-leninismo se reduzem apenas à esfera do método revolucionário para a análise da realidade e a ação, par e passo a este processo aprofunda-se a importância da experiência histórica acumulada pelo movimento revolucionário na transmissão da cultura revolucionária às novas gerações que vão se constituindo e assumindo a frente de batalha. Mas nos momentos em que as crises no marxismo chegam à esfera da decomposição e degenerescência dos revolucionários, a tradição e a cultura acumuladas devem passar por um processo de depuração intenso para não contaminar, com as maçãs podres, as novas gerações.E justamente neste momento, esse é ponto fundamental para a constituição de um verdadeiro partido revolucionário: os quadros, como dizia o ilibado camarada Prestes.
Foi justamente neste ponto que a reação tratou de agir contra nosso Partido. A burguesia e seus mais vastos censores e rede de alcagüetes, infiltrados no movimento operário e nas organizações de esquerda, não se deram conta que paralelamente às lideranças criadas pela mídia e a peso de ouro do capital financeiro e demais organizações seculares de domínio e opressão sobre as massas (Igreja, CIA, FMI, Fundação Ford, Fiesp, Firjan, etc) nas últimas 2 décadas e meia, os comunistas revolucionários (verdadeiramente revolucionários) estavam nos bairros operários, nas fábricas, favelas, escolas, nas periferias dos grandes centros urbanos, na cansativa e árdua tarefa de constituição dos quadros operários e revolucionários, e que ao longo de quase dezoito anos, pelas mais vastas regiões e Estados do país, foi esse trabalho incansável, anônimo e exaustivo, que se converteu em homens, mulheres e jovens revolucionários, que aos poucos foram se organizando e continuam a se organizar como Partido de vanguarda, como Partido Comunista Marxista-Leninista. E todo esse trabalho se apoiou na experiência dos comunistas revolucionários brasileiros, condensados na Carta aos Comunistas, de Luís Carlos Prestes. Como dizia esta carta: o movimento comunista necessita de uma nova direção revolucionária e, entre a afirmação desta nova direção revolucionária, em superação à antiga, todo um processo de lutas agudas entre a nova e a antiga direção se manifestará. Que ninguém duvide disto; a nota lançada pelo PC do B e sua provocação ao nosso Partido demonstram claramente isto. Mas o ataque não vem apenas destes direitistas declarados, vem também dos que se escondem por trás de palavras de ordem pseudo-revolucionárias e se recobrem do manto de "clandestinidade" para esconder suas deficiências, condição de classe (na maioria, pequeno-burguesa) e até mesmo o trabalho policial.
Assim, os golpes desferidos contra nosso Partido, sejam os diretamente realizados pelo governo, tais como cooptações, perseguições e até tentativas de assassinato e terrorismo, sejam os que decorrem dos revisionistas de direita e "esquerda", sem dúvida, provocaram baixas em nossas fileiras, e nós, que semeamos a terra, que vimos amadurecer o grão, e estamos agora na fase da colheita, não podemos deixar de sentir duramente estes golpes, já que eles são desferidos contra uma nova geração de revolucionários, que luta da forma como nunca se viu em tempos de democracia burguesa, corrupção política e a paz de cemitério. Jovens que surgem do povo e, de um dia para o outro, se projetam em ações fantásticas, seja no comando de movimentos operários inteiros, seja nos estudos e instrumentos da organicidade revolucionária. Aqui nesse país só existiu coisa similar a cada momento em que altera-se o período revolucionário e as novas gerações emergem na cena histórica. Mas nunca se viu emergirem com o mesmo nível de consciência com que emergem em nosso movimento. Gente anônima na sociedade burguesa se torna gente de Partido, gente revolucionária, embaixadores da revolução; é a emergência, não da classe média, mas da classe operária como classe destinada historicamente ao papel de classe dominante e de destruição de todas as classes e criação de um povo livre e comunista. Quem não sente a dor da perda de um quadro, não sente a dor dos que sofrem, dos que perambulam pelas ruas sem ter onde morar, o que comer, que padecem com a opressão e sofrem a humilhação de lhe ser negado o direito de ser mãe, pai, gente. Mas a luta continua, há homens e faltam homens, há mulheres e faltam mulheres, há quadros e faltam quadros; do mesmo modo que há Partido, mas falta Partido. Superar esta contradição é nossa principal tarefa. Nossa principal meta é deslanchar uma campanha de recrutamento de novos quadros, com base nos princípios pré-estabelecidos para isto.
Sempre estivemos na luta e dela não fugiremos, sempre do lado do povo e dele não nos afastaremos; sempre como classe operária a ela vanguardiaremos, sempre como revolucionários, a eles nos uniremos, sempre como comunistas revolucionários, marxistas-leninistas, com eles venceremos.
Viva a luta da classe operária internacional!
Viva o Partido Comunista Marxista-leninista!
Pelo Órgão Central P.I. Bvilla