Importância do Sol para a humanidade é destaque no CCBB Rio

De entidade divina nos primórdios, ao papel crucial na criação da eletricidade, a jornada da principal estrela do universo é o fio condutor da exposição LUZ ÆTERNA - Ensaio Sobre o Sol, que estreou no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro em 05 de junho e permanecerá até 12 de agosto.

De entidade divina nos primórdios, ao papel crucial na criação da eletricidade, a jornada da principal estrela do universo é o fio condutor da exposição LUZ ÆTERNA - Ensaio Sobre o Sol, que estreou no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro em 05 de junho e permanecerá até 12 de agosto. São sete obras em que a poética do Sol por meio de projeções digitais e instalações interativas levam os participantes a vivenciarem a evolução e o poder deste corpo celeste, essencial à vida na terra. A mostra, que já esteve em cartaz no CCBB Brasília, seguirá para o CCBB São Paulo após temporada no Rio. O patrocínio é do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Usando tecnologia digital e a luz como elementos primordiais, sete artistas brasileiros criam as obras concebidas exclusivamente para as galerias do CCBB, como destaca o curador da mostra Antonio Curti: “Elas são diferentes, mas se complementam ao fazerem uma ode à principal estrela do sistema solar. As obras dessa exposição ilustram o que acontece quando o Sol, transformado em luz artificial e eletricidade, é incorporado pela mente de um artista”, completa.

Uma das características de LUZ ÆTERNA - Ensaio Sobre o Sol é a sua linguagem acessível e democrática, em que não é preciso ter conhecimento prévio sobre arte contemporânea para compreender as obras, uma vez que elas captam a atenção, mesmo em tempos de tantos estímulos, como complementa Curti: “Qualquer pessoa, de qualquer idade, poderá vivenciá-las. Isso porque o visitante sai da contemplação e passa para a imersão, se torna parte da experiência.”

Um exemplo é a obra dos artistas Junior Costa Carvalho e Rodrigo Machado Continuum, por exemplo, ao usar dados em tempo real de fenômenos solares e meteorológicos captados via satélite, composta de barras de LED endereçáveis pixel a pixel, no qual a luz transcende seu papel tradicional e assume a narrativa de histórias cósmicas.

Em Perihelion, o céu é captado, reprocessado e projetado, em tempo real, como uma câmera obscura, em que relógios concêntricos são postos em ação e o primeiro, uma elipse, tem o ciclo de um minuto, da escuridão à luz intensa, com um som que, sinestesicamente, funciona como um sino de anunciação. O segundo dura uma hora e marca a rotação em volta de um espelho convexo circular (representa a Lua, que reflete e difunde a luz do céu no ambiente). O terceiro circuito vai do solstício de verão ao equinócio.

A Aquarela de Íons, de Arthur Boeira e Gustavo Milward, vem com uma proposta de reflexão sobre a magnitude solar e seu poder de influenciar corpos distantes em forma de data art, em que a obra compreende um sistema que captura os íons solares e os apresenta de uma maneira imersiva e sensorial, com a aproximação do espaço e território humano por meio de som, luz e imagem. A peça utiliza dados retroativos de fenômenos solares que são narrados a partir de recursos visuais.

Em Photosphere, de Leandro Mendes, observa-se a dinâmica da fotosfera solar, com elementos e dados coletados do universo para elaborar padrões vibrantes e cores efêmeras, em uma tela circular. Com uma trilha sonora original, baseada nos sons do sistema solar, a instalação promove a conexão entre luz e som, e transmite intensa variação de energia solar.

Em Céu Zero, de Leston, usa a linha do horizonte - para questionar: O que aconteceria se, de alguma maneira, nós conseguíssemos capturá-la? O que aconteceria se, finalmente, ela estivesse ao nosso lado e na altura dos nossos olhos? Segundo o artista, “talvez assim fosse possível entender que o céu não é plano, como nos parece quando olhamos para cima. Talvez assim fosse possível entender que as coisas que vemos não acontecem apenas uma ao lado da outra, mas também uma atrás da outra. Talvez assim fosse possível ver a luz se espalhando e dominando o espaço”.

A mostra pode ser apreciada de quarta a segunda, das 9h às 20h (fecha às terças) e a entrada é gratuita, com ingressos disponibilizados na bilheteria do CCBB RJ ou em www.bb.com.br/cultura. O Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro está localizado na rua Primeiro de Março, 66 – Centro-RJ.


Gilka Sabino