Carta do Leitor: "A Salvação"

De Alberto Montenegro, sobre a crise e a guerra nos EUA

A Salvação

Alberto Montenegro
Publicitário -  SP
(enviado pela Internet)

“Com a visível quebradeira das “pontocom”, nos EUA, a infindável descida das bolsas de valores e a aproximação da data limite de consolidação do Mercado Comum Europeu, os Estados Unidos preparam-se para enfrentar tempos difíceis.

Sua tentativa mais branda de salvar a economia estável (e rentável) dos últimos anos, é forçar a ALCA, gerando, quase que instantaneamente, um mercado consumidor equivalente ao dobro do atual.

O grande impasse é um esquisito país chamado Brasil, que de uns tempos para cá tem “botado as manguinhas de fora” nos mais diversos setores e insiste em prorrogar o prazo para a queda das barreiras alfandegárias!

Mas se a ALCA não decola, como viverão os americanos nos próximos anos?

O mercado chinês poderia ser uma saída, mas a nação mais populosa do mundo resolveu não se deixar levar pelas propostas de cooperação (unilateral!) americana e firmar seu posicionamento de concorrente frente ao país. Para complicar ainda mais o panorama, o último incidente, onde aviões de ambos os lados trocam farpas no ar, a minguada chance de entendimento comercial dissipou-se no ar como o corpo do piloto chinês desaparecido.

Fenômeno de vendas no mundo todo, John Grisham é um escritor sempre pronto a criar tramas que desmoralizam e colocam em xeque o caráter da política e da sociedade americana.

Em seu último livro “A Confraria” (The Bethrem - 2000), ele apresenta um artifício que poderia ser uma saída; a criação de um ambiente hostil, em qualquer lugar no mundo, que justificasse o direcionamento de grandes verbas governamentais para a indústria militar.

A estratégia não é nova! Muitos são os defensores de que as últimas guerras em que os EUA se envolveram (incluam-se II Guerra Mundial, Vietnã e Golfo) foram basicamente econômicas e não políticas.

Não se trata de sugerir que uma guerra EUA X China esteja prestes a eclodir; apenas que é muito estranho, num momento tão delicado, como pelo que passa a economia americana, se colocarem tantas barreiras para uma solução para este incidente.

Ao que parece a manutenção da sombra de um inimigo em potencial é benéfica para a economia do país. É, ao menos um alento para a soberba daqueles que não conseguem aceitar que nem sempre se pode vencer e não sabem ser humildes o bastante para dizer duas simples palavras:

- Desculpe-me!”