Por um ensino laico, sem opressão religiosa
Por um ensino laico, sem opressão religiosa
Elisabeth M. da Silva Almeida
Recentemente o ultra conservador cardeal arcebispo Eugênio Sales, numa entrevista dada a não menos conservadora Rede Globo, disse que se deve ensinar religião nas escolas públicas, como um dos meios de se combater a violência e as drogas.
Não basta a gente ver católicos e protestantes tendo grande penetração nas rádios, televisão e na política, agora também querem penetrar nas escolas.
A prefeitura representada pelo demagogo e discípulo de Mussolini, César Maia, já está pensando em fazer concurso para professores de religião.
O prepotente, pseudo esquerda, evangélico Garotinho, continua defendendo a velha Escola Nova que não ataca o capitalismo, ao contrário, defende os interesses da burguesia. Não adiantou nada sua visita a Cuba.
O estudo da religião consta como disciplina facultativa no artigo 33 da Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional; algumas escolas já têm essa disciplina.
Querem combater a violência e as drogas com religião nas escolas, como se isso fosse a salvação da humanidade. Mas na verdade, a história nos mostra que a religião foi um grande atraso para a humanidade, teve em seu passado os mais terríveis e cruéis atos de violência como os tribunais da Inquisição. Num desses tribunais do Santo Ofício em 1600, o matemático e astrônomo Giordano Bruno foi expulso da Igreja e queimado vivo. Enquanto esperava a execução da sentença, Giordano gritava as verdades que tinha descoberto, então pregaram-lhe a língua. Disse Giordano Bruno: “O mundo não foi criado por Deus nenhum, nem por qualquer homem. Sempre existiu e continuará existindo”.
Não podemos combater o vício das drogas, que é um produto da sociedade capitalista, com um outro vício que é a religião, produtora de vários tipos de preconceitos.
Marx diz: “... a religião é uma ideologia impotente para orientar, na prática, a luta pela transformação do mundo, a luta pela superação das instituições baseadas na propriedade privada. Por isso as religiões funcionam como o ópio do povo, pregando o conformismo e a resignação”.
Nem as igrejas ditas “mais progressistas” não conseguem aprofundar nas questões sociais. Devemos lutar por um ensino laico (Laico quer dizer não-religioso. Assuntos de religião não entram na escola pública). Que se valorize a cultura, que se incentive a arte, a ciência, a prática da leitura e da escrita. Que desenvolva uma consciência crítica, incentivando a participação efetiva nas lutas sociais, políticas e econômicas. Enfim, uma escola livre da opressão religiosa, que seja democrática e transformadora da sociedade. E que também valorize o professor com salário digno. Em vez de se preocuparem com o ensino religioso deveriam liberar mais verbas para a educação.
Podemos sim, mais a burguesia não quer, combater a violência e as drogas - monstros gerados pelo capitalismo - com uma Revolução Socialista.
Viva o ensino laico e gratuito!
Não ao conformismo religioso!
Viva a Educação Socialista!