Demissões na Supervia trazem riscos para a população
Demissões na Supervia trazem riscos para a população
Por: Sucursal RJ
O INVERTA entrevistou o diretor do Sindicato dos Ferroviários do Estado do Rio de Janeiro, o Índio, a respeito do estado de greve em que se encontra a categoria.
Segundo Índio, a greve de 24h foi deflagrada de segunda a noite para terça-feira, diante das 140 demissões em massa efetuadas pela Supervia. Estas demissões trazem sérios riscos para a população, e ao sistema ferroviário, trazendo insegurança para o usuário e para o trabalhador ferroviário: “A greve foi vitoriosa no contexto político, estamos em estado de greve. Tivemos no DRT, e o desembargador determinou que a Supervia não pode demitir ninguém a partir da suspensão da greve para cá. Qualquer demissão terá uma multa de R$2.000 por dia. Temos uma audiência no dia 17/4, às 12h40, no DRT, e acreditamos que possamos reverter as demissões. A greve não teve cunho economicista, foi uma greve ideológica, é simplesmente para trazer de volta os companheiros demitidos”.
Índio informou que as lideranças dos ferroviários tiveram várias reuniões com a administração da Supervia, e o que eles alegam é o que todos empresários alegam: contenção de despesas. A Supervia demitiu 140 trabalhadores e contratou outros 140, com salário bem mais baixo. O que eles não avaliam é que estes trabalhadores não têm a mesma experiência, além de correr risco de vida, vão trazer insegurança para a ferrovia e riscos para os usuários.
As demissões na Supervia fazem parte da aplicação da política neoliberal nas relações de trabalho, quando os trabalhadores são substituídos por trabalhadores sem garantias trabalhistas, com salários menores e sem qualificação, além de não levar em conta os riscos que os usuários e os trabalhadores correrão e correm, se porventura a Supervia adotar a política de contratos temporários.
No dia 10/04, os ferroviários realizaram um Ato Público pela instalação de uma CPI para investigar as privatizações no Estado do Rio de Janeiro. O objetivo é reestatizar as empresas através da comprovação de que estas privatizações se deram de maneira lesiva ao interesse público ou de maneira irregular. A instalação da CPI que irá investigar as privatizações se deu com 34 votos a favor, 14 votos contra e 1 voto de abstenção.