Sem clareza no segundo turno do Equador

Após o anúncio de 7 de fevereiro feito pela CNE, após a contagem rápida, foi anunciado na rede nacional que os candidatos ao segundo turno seriam Andrés Arauz, candidato de Correa e Yaku Pérez, candidato de Pachakutik, por dois dias o candidato de Pachakutik liderou a contagem dos votos mantendo a segunda colocação e garantindo sua passagem para o segundo turno.

No entanto, surpreendentemente na tarde de quarta-feira os números mudaram, quando o candidato Guillermo Lasso, representante da oligarquia equatoriana, teria um décimo a mais que o candidato de Pachakutik.

A mudança ocorreu na província de Guayas onde os registros com inconsistências atingiram 20%, quando a média para o resto do país não atingiu 10%, na referida província na tarde de quarta-feira, após o processamento dos registros com inconsistências em meio a reclamações de números e irregularidades, onde se constatou que as mesas eleitorais com 300 eleitores obtiveram 600 votos, as urnas ficaram sem carimbo, com reuniões sem atas e tantas outras irregularidades, além de mudança nos números, quando o candidato Guillermo Lasso teria superado o candidato Yaku Pérez com 0,01% ou 900 votos.

A diferença de votos da tarde de dia 12 de fevereiro entre os dois candidatos é de 33.475 votos e faltam cerca de 38.100 votos. O candidato Lasso está em segundo lugar com esta votação. Com a mudança de tendência e o anúncio da CNE não há clareza sobre quem é o candidato que estará no segundo turno, por isso, milhares de pessoas se mobilizaram no país para exigir que o processo de apuração eleitoral seja transparente.

O candidato de Pachakutik solicitou um processo de recontagem nacional, para o qual o Conselho Nacional Eleitoral decidiu recontar 100% dos conselhos de Guayas e 50% dos conselhos de mais 6 províncias.

É importante destacar que Yaku Pérez vence em 13 das 24 províncias do Equador, o candidato Araúz vence em 8 províncias, o candidato Lasso vence em 2 províncias e o candidato da Esquerda Democrática (Partido Social-democrata do Equador) vence em 1 província.

Apesar do feriado de carnaval, anuncia-se que haverá mobilizações nacionais para exigir um processo de recontagem transparente.

Ulrika Borges