Miguel Batista: Um homem de Partido!

Faleceu em 29 de julho de 2013 na cidade de São Gonçalo-RJ, com 91 nos de idade, o comunista histórico Miguel Batista dos Santos, membro do conselho politico do Comitê Central do Partido Comunista Marxista Leninista – Brasil (PCML - Br) e membro do Conselho editorial do Jornal INVERTA.

Faleceu em 29 de julho de 2013 na cidade de São Gonçalo-RJ, com 91 nos de idade, o comunista histórico Miguel Batista dos Santos, membro do conselho politico do Comitê Central do Partido Comunista Marxista Leninista – Brasil (PCML - Br) e membro do Conselho editorial do Jornal INVERTA.

Fisicamente Miguel não está mais entre nós, porém suas ideias, seu exemplo e sua vida histórica permanecerá para sempre em nossa  memoria e nas paginas da história da luta do proletariado na busca por liberdade, justiça, igualdade, pela sociedade comunista.

Nosso Camarada Batista  tinha muito a nos ensinar, e ensinou,  quando o encontramos na década de 90 em São Gonçalo, pois fazíamos um trabalho de resgate, de reorganização e trabalho de base pois seguíamos algumas ideias de Prestes contida na Carta aos Comunistas que conclamava os verdadeiros comunistas a retomar o movimento em suas mãos pois o partidão havia capitulado, a União Soviética havia sofrido um contra golpe, o movimento comunista passava por uma crise, e alguns não sabiam como seguir embora sabiam o que queriam, foi quando encontramos Miguel e apresentamos  documentos da OPPL,  assim,  não vacilou um segundo ao ler as teses Reacender a Chama,  de  Aluisio Bevilaqua, identificou  de imediato que ali estava as mesmas bases teórica e ideológica e pratica  pela qual tinha dedicado praticamente toda sua vida.

De imediato aceitou e trabalhou pelo lançamento das teses em São Gonçalo, assim como constituiu uma base de nosso movimento nessa região com outros comunistas históricos como por exemplo João Gomes, Guimarães, Osório..

Miguel foi o exemplo prático de uma concepção que Aluísio defende: hoje podemos dizer assim que há três gerações de revolucionários: os da década de 45, os de 64 e os que começaram a surgir pós 64. Os de 45 tem toda uma experiencia: acompanhou e atuou contra a segunda guerra mundial, lutou contra a ditadura de Vargas, atuou também contra a ditadura militar atuando na clandestinidade, lutaram pela anistia, lutaram pelo comunismo, etc.

A geração de 64 lutou contra a ditadura. A burguesia  foi ardilosa, matou e isolou os líderes revolucionários, deixando só os vacilantes e pelegos, estes ganharam espaços na luta do proletariado, inclusive criando partidos burgueses. Assim a geração que surge hoje disposta a lutar e tem disposição e energia, se vê diante da falta experiencia, experiência que podemos encontrar nas gerações anteriores, fundamentalmente, na geração de 45. E Aluísio afirma que os revolucionários de 45 tinham e têm a experiencia que está à disposição,   que um deve se unir ao outro.

Esse foi o papel de Miguel Batista, fazer esta ligação, assim como de Eliza Branco, Dona Maria e seu Costinha que foi da geração dos revolucionários do 5 de julho de 1922. Seu costinha em depoimento para o Inverta declarou que na época do 5 de  julho de 1922  era um pracinha , foi chamado para combater os sublevados mas quando chegou lá não teve coragem pois percebeu que as reivindicações dos mesmos eram justas, assim seu Costinha passa para o campo dos revolucionários  e morre atuando nas fileiras do PCML e como  tantos outros desta geração que militou nas fileiras do nosso Partido .

Recordamos vividamente de Miguel entrando na sede do INVERTA para levar a contribuição partidária, ele fazia questão de levar pessoalmente, mesmo já estando debilitado de saúde, os filhos  tinham todo cuidado com ele, Miguel esperava um pequeno descuido e escapulia para o INVERTA, chegava lá todo feliz pois estava no meio de camaradas e se sentia tranquilo por ter  realizado uma tarefa revolucionária: entregar sua contribuição partidária pessoalmente, e ele cumpria essa tarefa mensalmente.

Ao entrar na sede de nosso Órgão Central ele cumprimentava com muita satisfação e felicidade um a um dos que ali estavam trabalhando pela revolução: do nosso dirigente teórico e prático, Aluisio Bevilaqua, ao camarada que fazia nossa alimentação. Sua alegria, simplicidade, dedicação, jovialidade e disciplina revolucionaria era inconfundível.


Uma qualidade do Miguel que é importante ressaltar é a disciplina revolucionária, qualidade que só se encontra em um homem de Partido. Mas esse não é qualquer partido que estamos falando, é o Partido do proletariado que tem como característica principal os princípios marxistas – leninistas.

Para Miguel com toda sua trajetória  histórica no movimento revolucionário comunista, que iniciou desde aos 9 anos atuando no SVI – Socorro Vermelho Internacional  ao lado de seu pai, atuou ao lado de Prestes, onde é fácil comprovar vendo a foto histórica do embarque no aeroporto de Miguel e Luis Carlos Prestes para a União   Soviética pra fazer um curso de formação politica,  não foi difícil  aderir e atuar dentro da OPPL, Organização Popular é pra lutar  que  deu origem ao Movimento pela Refundação Comunista 5  Julho, e mais tarde do Partido, pois em 2000 refundamos o PCML, não foi difícil praticar o centralismo democrático na OPPL e Movimento 5 de julho, o reconhecimento e respeito pela direção do  nosso movimento,  secretário geral Aluísio Beviláqua, o Órgão Central e o CC (Comitê Central), enquanto que para outros era um dilema, “eu ser membro da OPPL, mas essa organização é de Zezinho , Pedrinho, Mariazinha... Eu sou … vamos colocar outro nome? Não importava para estes se posições politicas tinha consistência e estavam corretas, mas para eles o que importava era que quem tinha iniciado não eram eles.

Uma outra atitude do Miguel que muito nos emociona e que considero importante relatar era o reconhecimento pela teoria Marxista Leninista, Miguel, de que ele era de origem operária, de que era um quadro organizativo. Ele se sentia orgulhoso e honrado quando lia as formulações do nosso Camarada Aluisio. Das Resoluções do II Congresso do PCML Miguel não se separava e dizia “mas rapaz isso aqui é de uma clareza, de uma sapiência, tá tudo aqui, é isso mesmo que vai acontecer”, confidenciava.

As resoluções das quais Miguel se referia eram as teses que afirmam a crise do capitalismo, as tendências de movimentação dos imperialistas, da classe operaria e  intermediárias, e  a luta pelo comunismo.

Esse espaço é pequeno para falar de todas as qualidades revolucionárias deste herói do Povo brasileiro e internacional, mas uma coisa não podemos deixar de afirmar: Ele nos deixa este legado, o que é ser um homem de Partido.

Viva o Socialismo!

Viva os heróis do proletariado!

Miguel Batista, Presente!

Osmarina Portal

ENTREVISTA NA EDIÇÃO Nº 100

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