PCML no 1° de Maio

Neste 1° de Maio, nós do Partido Comunista Marxista-Leninista, seguindo nossa tradição, fomos para as ruas denunciar as mazelas do capitalismo e levar nossa palavra de ordem para classe trabalhadora através de nossa voz ope-rária, o Jornal INVERTA. Nossa mensagem foi expressa no editorial- manifesto "1° de Maio de 2005: só a revolução dos trabalhadores libertará o Brasil da canga social chauvinista de Lula e o imperialismo", edição no 386 do INVERTA. Nossa primeira atividade foi no dia 29 de abril, na Central do Brasil, onde distribuímos o jornal para os trabalhadores que voltavam para casa depois de um árduo dia de trabalho. No domingo, apesar do dia nublado e ameaçador de chuva, o que levou uma baixa freqüência da população, fizemos nossa agitação e propaganda na Quinta da Boa Vista. Lá conversamos com alguns trabalhadores, inclusive com o trabalhador Antonio Duarte que dá sua contribuição ao INVERTA na Suécia, acompanhando todo o movimento neste país e em toda a Europa. Abaixo alguns depoimentos.

Antônio Duarte, correspondente do jornal__INVERTA na Suécia: “É interessante ver as tradições. O 1° de Maio é uma tradição de luta, não é só a questão de a pessoa não trabalhar, de ser um dia de descanso. O 1° de Maio marca em todo o mundo a data em que os trabalhadores demonstram suas reivindicações, sua capacidade de organização e de luta, e pode ser em relação às questões locais e às questões universais. No caso do Brasil seria importante os trabalhadores se manifestarem sobre a situação atual, sobre o governo, que supostamente seria dos trabalhadores, mas está claudicando, fazendo concessões absurdas que enfraquecem as lutas da classe trabalhadora. O significado desse 1° de Maio de 2005 tem esse aspecto, que é o da luta contra esse prolongamento dos governos neoliberais que nós tivemos até agora, é uma espécie de transição daquela ditadura tenebrosa, na ditadura militar de 20 anos. E essa transição ainda não se completou, então cabe aos trabalhadores, claramente dirigidos por um partido, um Partido Comunista Marxista- Leninista, que é uma força importante nesta luta, quer dizer, os trabalhadores dirigidos pelo seu partido continuarem nesta luta”.

Rosane Rocha: "Não vejo um futuro melhor para as crianças, para o meu filho, do jeito que está a situação do nosso Brasil. A classe trabalhando e dinheiro você não vê; a gente vai todo dia no mercado, gasta, tudo aumenta, e o salário nada. Precisa ser feita alguma coisa séria pelo povo. Ter mais emprego, melhorar o salário, dar mais condições para o povo brasileiro que é sofrido, emprego de carteira assinada... Eu estou desempregada há três anos, batalhei atrás de trabalho e não consigo por causa dos meus trinta e nove anos de idade. Por isso, não temos o que comemorar neste 1° de Maio, por causa de toda esta situação decadente".

Mari, 84 anos: “Não temos o que comemorar, ganhamos pouco. O dinheiro não está dando para nada, nem para comprar remédio. E eu moro sozinha. Agora vou receber trezentos reais. Com esses trezentos reais eu tenho que pagar água, luz, telefone, comida e quase não dá pra roupa. Pra sobreviver com esses trezentos reais eu tenho que procurar promoções. Tenho muito que reclamar, o dinheiro não está dando para nada. Em relação ao presidente do Brasil, ele está rindo de ver a miséria do povo".

Cláudio Nunes, estudante: "Eu tenho esperança de melhorar este país, mas em termo de salário tinha que melhorar bastante, o brasileiro ganha muito pouco. Acho que ele deveria ganhar muito mais. E em relação à Educação também, porque tem alguns programas do governo que têm que ser colocados de outra forma e não da maneira como está sendo. Acho que deveria haver uma reforma na Educação, no próprio Ministério, acabar com esse "clientelismo" que existe no país".

Sérgio Marques, traba- Ihadorda Justiça trabalhista: "Neste 1o de Maio não temos motivos fortes para comemorações, mas nós temos sempre que comemorar, não o fato de estarmos sendo explorados, não sendo nossos direitos reconhecidos, os trabalhadores cada vez mais vendo seus direitos indo embora; e parece que o brasileiro, em si, está em uma desanimação geral e não se une para correr atrás dos seus direitos, pois as justificativas do patrão são sempre as mesmas: 'você aceita o que a gente está impondo ou fica sem emprego'. Então, a ameaça de não ter emprego está fazendo com que qualquer um aceite qualquer coisa, tudo que nos colocam à mesa. Tiram nossos direitos simplesmente para se ter um emprego. Eu acho que não tem muita coisa para comemorar não. E união é a minha mensagem. Uma frase que ninguém sabe quem inventou, mas, a união faz a força, e faz mesmo. O que está acontecendo com a classe trabalhadora é que está muito desunida. O que o governo faz é dar aumento para certas categorias e não dá para os outros trabalhadores no geral, para que não tenham união. Então, vamos pensar como um todo, vamos realmente nos unir como trabalhadores”.

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