Caindo a Máscara: Cadê as armas de destruição em massa no Iraque?

Agora é fato, a opinião pública mundial se convenceu de que não havia armas de destruição em massa no Iraque, como sustentaram os EUA e a Inglaterra para promoverem a matança e a pilhagem do estado e povo iraquiano. E agora, como justificar toda a matança, os milhões de dólares gastos em munição, espionagem, sabotagem e em propaganda? Como Bush e seu bando poderão aparecer de cara limpa frente à opinião pública mundial? Como justificar o show internacional diariamente transmitido pela mídia nazi-fascista, mostrando planos, imagens de satélites, testemunhas, relatórios e mais relatórios dos serviços secretos contendo detalhes sobre suposto arsenal de Saddam? E mais, como justificar a permanência das tropas de invasão e o governo ditatorial imposto ao povo iraquiano? Será que após todo o processo de investigação realizado pelas tropas de ocupação no Iraque (americana, inglesa, canadense, australiana, japonesa, espanhola, italiana, etc) o grupo de Bush Jr, Donald Rumsfeld, Dick Cheney e Cia ainda terá a cara de pau de justificar tudo a partir da “carta de um suposto terrorista da Al Qaeda contendo um plano de resistência à invasão ao Iraque?” Será que novamente o arqui-surrado “Plano Cohen” entrará em ação para justificar o ato de barbárie das oligarquias financeiras?

Sem dúvida, chegou o tempo de caírem as máscaras, pois não é possível enganar toda a opinião pública o tempo inteiro, para não cair no chavão, pelo menos a sua maioria por muito tempo. O exemplo mais contundente disso é que tanto nos EUA, como na Inglaterra, mesmo por vias transversas tanto Bush quanto Blair, e seus respectivos ministros, estão sendo chamados ao parlamento para explicarem “como os seus serviços secretos “não sabiam” ou forneceram informações falsas sobre as condições bélicas do Iraque”, isto é, como “não sabiam que o Iraque não possuía armas de destruição em massa?”. Como relatou recentemente um ex-espião da Mossad (Serviço Secreto israelense), Israel tinha esta informação. Agora a questão passou à esfera da consciência mundial, num plano que cada vez mais se apresentará avesso aos resultados econômicos para as partes envolvidas na pilhagem e no saque do Iraque. A conta do petróleo iraquiano, nas mãos dos EUA e Inglaterra, já começa a fazer estragos, a empresa até ontem chefiada pelo vice-presidente dos EUA, Sr. Dick Cheney, foi à bancarrota e o rombo de milhões não dá para ser encoberto por todo o clima “antiterror que o governo Bush impõe aos EUA”, assim já se trata de fritar Cheney, e, nestas circunstâncias, o centro de gravidade do problema da guerra suja e de rapina se transfere para a manipulação do vice sobre os informes da CIA e todos passam a acusar todos.

Mas este quadro de mais completo desvelamento da verdade, sobre o real interesse que levou às ações grotescas das oligarquias dos EUA e Inglaterra, não se pode restringir apenas a conta petróleo e ao rombo da empresa de Cheney; existem também outros interesses escondidos nas máscaras de “Macnamara” de Rumsfeld; de “Macarth” de Collin Powell; e de máfia cubana de Miami de Condoleezza Rice e que se pode vê-los em evidência quando se leva em conta outras contas provenientes da obsolescência tecnológica, do que se chama a velha economia americana centrada no modelo energético do petróleo; em especial, o seu setor mais dinâmico, o complexo industrial militar, que devido à nova fase da luta de classes internacional, a partir da queda do Campo Socialista do Leste e da URSS, passou a um rápido desgaste projetando seus custos aos píncaros. Quem considere estes fatores verá que por trás da decisão “louca” de Bush Jr e da devoção messiânica de Rumsfeld existia mais que um relatório; mais que uma ameaça terrorista; e sim um verdadeiro plano para levar adiante uma política de rapina, de “ganhar na mão grande” os povos que brandiam sua soberania no mundo.

E se o capital tem seu lado material concreto e palpável, este não existe sem sua contrapartida abstrata de valor expresso em papel moeda, títulos, ações, poupanças, isto é, daquilo que se traduz pela palavra monetário. Nesta dialética entre valor em produto concreto, ou seja, mercadoria ou bem móvel e imóveis, e valor monetário, não é difícil de compreender, basta considerar que se o valor de uma mercadoria é igual ao trabalho humano que ela contém, então quanto mais trabalho humano tenha uma mercadoria, dada às condições tecnológicas de sua produção, mais sua expressão monetária crescerá também, visto que os padrões monetários instituídos não mudam com tanta rapidez, o que provoca a valorização ou desvalorização de uma moeda. Portanto, considerando os EUA, onde o dólar tornou-se o padrão monetário das trocas internacionais desde o fim da segunda guerra mundial, com base na paridade ao ouro, a representação abstrata (monetária) do valor das mercadorias (bens e serviços) produzidos e acumulados na sociedade, ao longo deste tempo, chega a montanhas inimagináveis. E na medida que as mercadorias ficam nas prateleiras e não completam seu ciclo de reprodução, o tempo de rotação vai crescendo, os custos de conservação aumentam o valor do produto e toda expressão monetária se vê aumentar e ao mesmo tempo beira a crise da bancarrota.

Contudo, a partir de 1971, este processo da crise cíclica do capital, dada a lei geral da acumulação se complexificou ainda mais pois perderam-se os padrões de mensuração da expressão monetária em uma base material fixa, a mercadoria ouro. E sob a égide de novos parâmetros de políticas monetárias cujos padrões são as moedas fortes, como no caso do dólar, o poder do capital monetário se expandir foi além da idéia do fundamento das primeiras crises monetárias (realização), ou seja, a idéia do capital portador de juros desenvolvido pelo crédito e investimentos (títulos de dívida pública ou privada, ações e etc.) e a transferência ou concentração monetária tornou-se imposição de políticas monetárias. No plano nacional isto se dá quando um monopólio chega ao comando da política monetária do país; no plano internacional, através de instituições como o FMI, Banco Mundial, BIS, AMI, e outros. Lênin em “O Imperialismo”, chama a atenção para o monopólio de certos bancos na emissão de títulos monetários, como base de concentração.

Finalmente, chega-se ao mais substancial de todo o processo, isto é, o desenvolvimento tecnológico, que atingiu o setor de serviços impactando os setores da economia e da sociedade, digamos assim, a terceira fase da revolução industrial e que se manifesta centralmente no mecanismo de transmissão e direção da máquina ferramenta e da máquina motriz. Esta revolução industrial, também chamada de revolução informacional, não somente desencadeou transformações substanciais no processo produtivo e seus custos, elevando ao paroxismo a extração da mais-valia relativa dos trabalhadores; fazendo cair ao ínfimo, o tempo de trabalho por mercadoria e, principalmente, acelerando o ritmo das trocas internacionais e a circulação das mercadorias; o valor monetário passou a descrever uma parábola, pois a cobertura monetária de transações em escala planetária expôs a contradição da extrema concentração monetária em poucas mãos em detrimento da necessidade de consumo de milhões de seres humanos, demonstrando que a incidência da Lei geral da Acumulação de Marx foi decuplicada na nova realidade. Desde os estudos de Marx, sobre a circulação e depois de Irving Fisher, em sua célebre equação MV=PT (onde M é massa de moeda em circulação, V é a velocidade da circulação dessa moeda, P, o nível geral dos preços e T, o índice do volume de negócios ou transações efetuadas no tempo pelos sujeitos econômicos), não é difícil compreender que o nível geral dos preços varia na razão inversa do volume dos negócios e na razão direta da quantidade de dinheiro e da velocidade de sua circulação ou transações efetuadas no tempo; portanto, por trás de todas as máscaras usadas pelas oligarquias como tão bem expressa a era Bush, Blair, Sharon e Cia, na política mundial o que encontramos de fato é a crise geral do capital, ou daquilo que se tornou a base fundamental de todo o sistema e que como tudo na história chega ao seu impulso derradeiro.

O capitalismo e suas oligarquias apodrecidas de tanto sugarem o sangue operário, de se opulentarem da miséria e da fome de milhões de seres humanos, de se extasiarem com o assassinato e a tortura de milhares de revolucionários no mundo, de se acalantarem nas sinfonias de terror e horror dos holocaustos; hoje aplaudem o extermínio que Sharon faz aos palestinos; dão vivas à Uribe, na Colômbia, que jurou exterminar a guerrilha das FARC-EP e ELN; olham com complacência os parasitas e pusilânimes da mídia nazi-fascista e fazem doações vultosas aos novos embelezadores do capital e do imperialismo. É neste clima geral de farsas, em que o discurso do valor universal da democracia, do fim da classe operária, da luta de classes e da história, é colírio para o espanto e o horror existente no mundo real do capital e sua crise; que os cânticos sobre um mundo on-line, de liberdade e sem fronteiras tenta substituir a vida real das pessoas. Diz-se, pois, que a máscara do herói ou do bandido oculta a face verdadeira, mas é possível também que ela mais que ocultar revele a verdadeira essência de uma expressão artística, resta saber até que ponto a arte e a farsa assumem identidade ou não. No caso do mundo contemporâneo, onde os grandes personagens históricos deram lugar aos oportunistas e pusilânimes, a arte de algumas destas figuras confundem o público geral e eles mesmos, imaginam-se heróis embora não passem de maus intérpretes e muitas vezes pusilânimes. Bush e Blair, que montaram a peças dos aliados que vão salvar o mundo do terrorismo e do arsenal nuclear de Saddam e dos talibãs, demonstraram que suas máscaras não passam do que são: medíocres, cópias purulentas, nada mais. E agora que a vitória foi completa e geral: o que resta? Explicar o mundo o genocídio, o holocausto, a barbárie: a crise do capital. Resta saber quantas máscaras mais ainda devem cair.

Viva a luta da classe operária em todas as partes do mundo!
Abaixo o capital, suas guerras e sua crise!
Viva Delci Silveira Imorredouro Herói de nosso Povo!
Viva Vladimir Ilicth Ulianov, Lênin, que doou sua vida para que os trabalhadores no mundo se libertassem da escravidão capitalista e imperialista!
Viva a Revolução Comunista!

Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 2004

P. I. Bvilla/Pelo OC do PCML