10 anos de Inverta,nossos agradecimentos aos Camaradas, companheiros e amigos!

Foram magníficas, camaradas, as comemorações dos 10 anos da nova Voz Operária, o Jornal Inverta. As centenas de camaradas, companheiros e amigos que acorreram ao evento não deixaram a menor sombra de dúvida quanto ao caráter popular que adquiriu nossa publicação. E o fato inteiramente inédito, que somente uma publicação revolucionária poderia fazer: reunir mais de uma centena de artistas do povo para representar para o povo. Artistas de larga e vasta experiência, como o teatrólogo Roberto Nogueira e nosso poeta revolucionário, IMPRESCINDÍVEL, Moacyr Félix, até um coral de 30 crianças de 5 a 14 anos, organizado e dirigido pela maestra Rita Silva, especialmente para cantar a INTERNACIONAL. Quem viu a exposição dos trabalhos de Leonardo Leal, de Gershon Gnispell, Moisés, Carmem Paixão, Alcyr Cavalcanti... e ouviu o poeta Moacyr Félix, o ator Idioraci, a atriz Ivone Amitrano, o poeta Antônio Fernando, entendeu de imediato o sentido da comemoração.

Mas a comemoração foi além disso, o teatro de Arena de Belo Horizonte, Adolescer ou Não e o Grupo do Beco, mais que dialogar com a juventude presente ao evento, dialogou com os pais e militantes fazendo-os conhecer um pouco mais sobre os dilemas e inquietudes de seus filhos; foi uma aula contra o preconceito, a opressão e exploração de todas as formas. E quem compareceu ao evento apenas neste período do dia, participou de um verdadeiro almoço de adesão ao INVERTA, pois junto com alimento material saboreou também o alimento espiritual, ideológico. Claro que durante esta parte do evento, muitas falhas cometemos, como por exemplo o início da exposição, que somente foi organizada depois das 10h (horário previsto para o início do evento), embora desde às 7h, quase uma centena de pessoas e artistas, vindos de MG, já se encontrassem no local. O mesmo ocorreu com a infra-estrutura para apresentação do recital poético e apresentação musical, que acompanharia o almoço de adesão ao Inverta. Ali, desde cedo se podia ver o brilhante músico e intérprete Marcos Damasceno e seu parceiro Alcyr, que não puderam se apresentar, devido a esta nossa falha; o teatro de Arena acabou substituindo esta atividade.

A dinâmica do evento foi assim apesar de nossas falhas de organização. A massa de camaradas (militantes); companheiros e amigos (colaboradores e simpatizantes), atropelou nossa expectativa, chegando a casa de mais de meio milhar de pessoas e exigiu dos organizadores uma intenso trabalho. Imaginem vocês, logo após as atividades da parte da manhã, se encadearam as atividades da parte da tarde: a apresentação de Roberto Nogueira e da Companhia dos Póros, com a peça “As três faces de Olga”; em seguida, o ato político de comemoração dos 10 anos do Inverta com o cântico do Coral das crianças das ocupações de BH, a homenagem do Conselho Editorial do Jornal ao IMPRESCINDÍVEIS (camaradas considerados em importância ao protagonista do poema de Bertolt Brecht) e o lançamento do Cartaz de Oscar Niemeyer para Campanha Internacional Contra o Plano Colômbia – com a presença do Partido Comunista Colombiano e da Comissão Internacional das FARC-EP. Nesta parte do evento, o público já era outro, havia se renovado em 60% dos que estiveram presentes pela manhã e tudo foi um sucesso. Quem assistiu à interpretação dramática de Cia dos Póros não teve como conter a emoção e deixar de admirar o brilhante texto e montagem de Roberto Nogueira; do mesmo modo, quem viu e ouviu o Coral das Crianças de BH, ensaiado pela artista Rita Silva, cantar a INTERNACIONAL, se sentiu rejuvenescido, foi “comocional”.

O Ato político foi também um sucesso, o teatro Noel Rosa explodiu não somente com os homenageados: Elisa Branco e Frank Acker (Post Mortem); Francisco Malta e o Coletivo PCML (CE); José A. Maia e o Coletivo PCML (PB); Waldemiro Pereira e Coletivo do PCML (SP); Sebastião Rodrigues e o Coletivo (MG); Rosa Terço e o Coletivo (RJ); e por último, Isaac M. Silva, Moacyr Félix, Oscar Niemeyer e Zola Florenzano. Entretanto, o que fechou mesmo o ato político com um sucesso ainda maior foi o lançamento do Cartaz de Niemeyer pelo representante do Partido Comunista Colombiano, professor Pietro Alarcón. Estavam também na mesa os camaradas e amigos: Aluísio P. Beviláqua (Ed. Chefe do Inverta); Antônio Duarte (correspondente da Suécia); o professor Eurico Figueiredo (Chefe do Departamento de Ciência Política da UFF); o engenheiro Fernando Siqueira, (presidente da Aepet). O ato foi realmente lindo, não somente em sua homenagem, como no conteúdo de luta, ao transformar a comemoração dos 10 anos de Inverta num ato de luta e lançamento de uma grande campanha internacional contra o “Plano Colômbia”, o plano de guerra dos ianques contra o povo da América Latina. O Ato político guardaria uma surpresa ainda maior, a presença de inúmeros lutadores e representantes de outros organizações revolucionárias e partidos que sem sequer pedirem menção a presença fizeram questão de registrá-la aos organizadores oficiais do evento como foram os casos do deputado Hélio Luz (PT), o primeiro a levar sua solidariedade; o Cecac – Centro Cultural Antônio Carlos; o MODECON, sobre as recomendações da corajosa e lendária militante da soberania brasileira, Alice Tibiriçá, a representação do mandato do Senador Geraldo Cândido, o Movimento pela Defesa do Brasil e até mesmo a representação da Agência Nova China (Xinhua). As mensagens de saudação ao 10 anos vieram de todas as partes: Ásia, Europa, América Latina...

É claro que aqui houve atropelos também, a exigüidade do tempo nos levou a uma correria e certo embrulhamento durante o ato, os homenageados não tiveram tempo para os agradecimentos, mas eram todos ou quase todos de casa, e logo se sentiram representados no gesto e palavras de nosso camarada Zola Florenzano. Mas a parte que se seguiria ao ato político seria ainda mais quente: o show musical. Com ele o ciclo de atividades se completaria sintetizando o conteúdo do Jornal Inverta e dos seus 10 anos de existência: o protesto e a luta revolucionária de conscientização das massas de todas as formas – artes plásticas e visual (pinturas, gravuras, esculturas, fotografias, charges, e cartum); a forma literária (jornal, revista, livros; poesia); a forma teatral; a forma discursiva e política e a forma musical. É como uma “paráfrase” do que disse Bertolt Brecht sobre as 5 formas de se dizer uma verdade. O show então foi uma atividade que até mesmo nosso camarada Jorge Ferreira, veterano na cultura do povo, disse: “é antológico”. Ou seja, iniciou com a música instrumental de vanguarda do Sembatuta; depois veio a presença camponesa do Rio Casca (Viola de verdade); e assim foi, Marília Beviláqua e Zelito (MPB); Rita Silva e Som de Vinil; Marcus Andrade e sua Banda; Pelos de Cachorro, os Inumanos, Comunidade Comuna; Stew Flakes; sem esquecer dos companheiros do Som Legal e dos funcionários da UERJ; e imaginem vocês que ficaram sem cantar, como ocorreu com Marcos Damasceno e Alcir, o pessoal do Hip-Hop de BH; Carlos Dafé; as bandas Capa de Costela; Totonho & seus Cabras; Reforma Protestante; Doctor Kumalo; Grupo Oficina e Luiz Otávio. Sem dúvida, foi um privilégio ver tantos artistas novatos e de grande prestígio como Dafé prestigiarem os 10 anos de Inverta.

É claro que este editorial pretende realçar nossos acertos e ofuscar nossos erros, mas sem cairmos no erro maior de ocultar estes últimos. Pelo contrário, assumimos inteira responsabilidade por nossas falhas. Sem dúvida foi um evento de magnitude imprevista por nós. E isso nos tornou muito miniatuarizados diante do tamanho das tarefas. Foi imperdoável de nossa parte deixar verdadeiras celebridades e com força de mídia sem se apresentarem no show e a imprensa burguesa e sua mídia fascista, obviamente vão se aproveitar disso. Porém, mais que pedir desculpas aos artistas que não puderam se apresentar, o que pedimos é luta e críticas para que possamos organizar o mais rápido possível uma nova atividade, com muito mais experiência e condições, para que todos possam apresentar o seu trabalho e dar o seu recado. Esta luta é nossa luta, esta autocrítica é somente a ação que poderá fazê-la. E não duvidem, nós vamos fazer. Quanto aos demais, resta dizer: Camaradas, vocês foram e são a base e o fundamento de toda nossa luta, nada existiria sem vocês. E quanto mais as torres e pentágonos do império do terror, exploração e opressão caiam, a voz operária é chama e o INVERTA, a ação incontrolável da classe, dos explorados e oprimidos pela verdadeira libertação, igualdade e justiça social; é a luta pela revolução comunista. O Jornal INVERTA é Semanário Comunista Voz Operária, sem medo de lutar, sem medo de falar, sem medo de agir!

Salve todos os Camaradas, companheiros e amigos!

Salve os 10 anos do Inverta!

Todos à luta contra o Plano Colômbia!

Viva a Paz Mundial!

A vitória será nossa!

Obrigado Camaradas!

Aos companheiros e amigos, nossos agradecimentos!

 

P.I. Bvilla

Rio de Janeiro, 27 de setembro de 2001