Entrevista com Domar Campos

Membro da Diretoria da ABI (Associação Brasileira da Imprensa) e do Conselho Editorial do Jornal Inverta, o jornalista e economista Domar Campos lança, pela Editora Inverta, Soberania, o Único Fator Escasso.

Entrevista com Domar Campos

"Soberania - O Único Fator Escasso"

Membro da Diretoria da ABI (Associação Brasileira da Imprensa) e do Conselho Editorial do Jornal Inverta, o jornalista e economista Domar Campos lança, pela Editora Inverta, Soberania, o Único Fator Escasso.

I - O senhor, no seu livro “Soberania, o único fator escasso”, afirmou que um dos maiores problemas do povo brasileiro é a falta de auto-estima e de amor ao país. Existe uma maneira de mudar esse quadro?

DC - A falta de auto-estima é estrutural. A classe dominante continua como sócia menor dos países ricos e imperialistas. Mas o quadro já está mudando. O Brasil de hoje já é diferente. Sua força econômica impõe algumas posições de verdadeira independência.

I - A inserção do Brasil na economia globalizada é feita de uma forma subserviente aos interesses internacionais. Com a ALCA essa situação irá piorar tirando a nossa soberania?

DC - Economia globalizada é apenas um modismo do imperialismo econômico. Sempre existiram setores concentrados ou globa-lizados. Não é novidade.

I - Qual a sua opinião a respeito do modelo de desenvolvimento que o Brasil está seguindo, em que o capital financeiro internacional é o maior fornecedor de recursos de investimentos que entram no país, modificando o modelo industrial que começou com a Era Vargas?

DC - O modelo brasileiro não é de desenvolvimento. Ao contrário é o de “não fazer” com o pretexto antiinflacionário. Para desacelerar o crescimento dos países emergentes e evitar maior concorrência.

I - Com o seu potencial de recursos naturais o Brasil, segundo o seu livro, pode ser uma nação desenvolvida em algumas décadas. Na sua opinião qual a fórmula para o nosso país dar certo, tanto no que tange ao desenvolvimento econômico, como em matéria de maior distribuição de renda para a sua população?

DC - Com o extraordinário potencial de recursos naturais e o setor industrial desenvolvido, a política econômica do Brasil deve ser a de investimentos produtivos com audácia e independência.

I - Sendo um homem ligado ao jornalismo, gostaríamos de saber a sua opinião a respeito da manipulação que os meios de comunicação fazem com a população brasileira. O senhor acredita que com o neoliberalismo e a globalização econômica, o papel da nossa mídia é formar um pensamento único para a nossa sociedade?

DC - Os meios de comunicação, os maiores e poderosos, apenas informam mas não assumem posições em defesa dos interesses nacionais. Pode haver exceções, mas essa é a regra geral.

I - A elite intelectual brasileira perdeu a capacidade de formular uma teoria de desenvolvimento para o Brasil. Qual o setor social que ainda tem capacidade de tirar o país dessa crise em que se encontra mergulhado?

DC - A classe dominante parece não ter compromisso com os destinos do país. É rara uma manifestação contra a exploração dos capitais estrangeiros. Não há mesmo conhecimento desses problemas. A opinião popular está mais presente, mas não possui uma organização satisfatória.

I – Como o Sr. vê o Plano Colômbia?

DC – Os norte-americanos interferem na América Latina como lhes parece. O chamado Plano Colômbia é uma interferência a mais. É na fronteira do Brasil e não consta que nos tenham consultado.

I – É para manter-se livre da dominação imperialista norte-americana que Cuba resiste bravamente apesar do criminoso bloqueio.

DC – A luta do povo cubano contra a prepotência dos EUA é alta expressão de dignidade e bravura de uma Nação.

I – De que decorre a crise econômica e política brasileira?

DC – A crise econômica e política do Brasil é crônica. Decorre, basicamente, da passividade, face à ingerência estrangeira, que também é de sempre. A falta de perspectivas para o estupendo potencial do Brasil é a demonstração clara da dependência externa da classe dominante. O potencial natural e o já instalado, dão ao Brasil a capacidade de auto-desenvolvimento.

I - Porque o senhor que tem uma formação intelectual na área econômica com várias experiências em grandes veículos de comunicação resolveu lançar o seu livro: ”Soberania” pela Editora Inverta?

DC - Porque sempre tive bons amigos na Editora Inverta, por simpatizar com sua linha política e porque não utiliza o subterfúgio. Fala claro.

I - O que representa o Semanário Inverta, na nossa sociedade, com a sua visão e análises marxistas dos nossos problemas de desenvolvimento social e econômico, no modelo capitalista?

DC - O Inverta tem um lugar de destaque na cultura brasileira. Sua tiragem é multiplicada pelo entusiasmo dos seus leitores. Representa parte fundamental da oposição aos governos submissos à orientação do Fundo Monetário Internacional.

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