Crise mundial se aprofunda

As duas maiores economias do mundo, EUA e Japão, estão enfrentando recessão em 2001. Esta é uma demonstração de que a crise econômica mundial está se aprofundando e pode ser semelhante ao que ocorreu em 1929, quando houve uma quebra das Bolsas de Valores, que foi decorrente de uma crise de superprodução, que só foi resolvida com a Segunda Guerra Mundial.

Crise mundial se aprofunda

Por: Lúcio Fernando


As duas maiores economias do mundo, EUA e Japão, estão enfrentando recessão em 2001. Esta é uma demonstração de que a crise econômica mundial está se aprofundando e pode ser semelhante ao que ocorreu em 1929, quando houve uma quebra das Bolsas de Valores, que foi decorrente de uma crise de superprodução, que só foi resolvida com a Segunda Guerra Mundial.

Nos EUA, a produção industrial caiu 0,3% em abril, o que demonstra mais uma vez que a economia dos EUA está em rápido processo de desaceleração. Além disso, a capacidade ociosa de produção (que na verdade mostra que as fábricas e indústrias do país têm condições de produzir mais e não o fazem porque se torna economicamente inviável) caiu de 78,9% em março para 78,5% em abril que é menor taxa desde a última recessão de 1991. A série de recuos da produção industrial só é comparada com a de 1982.

A análise marxista mostra porque aconteceu a Guerra do Golfo, já que naquele momento os EUA estavam com um quadro recessivo na sua economia. Com a Guerra do Golfo, houve um aquecimento da produção nos EUA e na realidade a destruição das forças produtivas (força de trabalho e meios de produção) é um dos objetivos dos conflitos internacionais.

O Japão, que é a segunda economia do mundo, também está sofrendo os efeitos da crise econômica mundial, já que sua economia está em crise há cerca de dois anos. Segundo os últimos dados, o superávit japonês em conta corrente com o exterior teve um decréscimo de 4,5% em 2000. No mesmo ano, o superávit comercial do Japão caiu cerca de 16,1% e chegou a US$ 94,7 bilhões, com as importações atingindo US$ 313,63 bilhões e as exportações totalizando US$ 408,31 bilhões.

Os maiores vilões das importações japonesas foram o petróleo bruto que aumentou a 35,3% e a compra de computadores pessoais que cresceu 28,6% na conta corrente do país. A promessa do novo governo japonês de cortar impostos e dar incentivos à produção econômica do país pode ser um retumbante fracasso, uma vez que com a desaceleração da economia norte-americana que é um dos maiores compradores de produtos japoneses, a tentativa de recuperação econômica pode virar um grande pesadelo para as autoridades do Japão.

A falta de perspectiva da economia mundial e a crise na Argentina está fazendo com que o mercado financeiro do Brasil fique agitado e nervoso. O dólar não para de bater recordes de altas no Plano Real, e nesta segunda-feira, 14/5, chegou a R$ 2,31 que equivale a um aumento de 1,4% em um só dia.

Para confirmar que a bruxa anda solta, a Bolsa de Valores de São Paulo também caiu -2,48%, o que na realidade é uma acumulação de perdas dos investimentos no mercado acionário da ordem de -7,38% no ano, sendo que as maiores baixas nas ações foram das empresas do setor de energia, que estão demonstrando a sua má qualidade nos serviços prestados à população.