CPI da Corrupção Já!

A oposição conseguiu as 27 assinaturas necessárias para instalar a CPI da corrupção no Senado, proposta apoiada por 84% dos brasileiros, cujo objetivo é investigar o mar de denúncias de corrupção que tomou conta do país nos últimos tempos.

CPI da Corrupção Já!


Por: Sucursal DF


A oposição conseguiu as 27 assinaturas necessárias para instalar a CPI da corrupção no Senado, proposta apoiada por 84% dos brasileiros, cujo objetivo é investigar o mar de denúncias de corrupção que tomou conta do país nos últimos tempos. As duas últimas assinaturas foram dos senadores Calildo Maldaner (PMDB-SC) e Amir Lando (PMDB-RO). O requerimento está nas mãos na Comissão de Consituição e Justiça que deve dar seu parecer nos próximos dias. O pedido foi reforçado, após o resultado do laudo da Unicamp sobre o painel eletrônico, onde ficou constatado que houve violação do painel de votação, colocando em crise o Senado.

O governo entreguista de Fernando Henrique e a mídia nazi-facista tentam impedir a CPI de todas as maneiras. Após o ato no Distrito Federal, quando a oposição alcançara 25 das 27 assinaturas necessárias no Senado e 141 das 170 na Câmara dos Deputados, a população acordou com os jornais estampando em suas capas a confirmação feita pela “força tarefa” que inclui a PF, o Ministério Público, a AGU(Advocacia Geral da União) e a recém-criada Corregedoria Geral da União, de desvio de dinheiro na SUDAM.

Segundo se noticia o desvio foi de R$ 1,773 bilhão, e o roubo ainda pode aumentar. O Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, mandou auditar os 548 projetos já cancelados cujo valor desviado precisa ser atualizado para posterior cobrança. Dos R$ 1,773 confirmado até agora, R$ 600 milhões se referem a 35 projetos que foram objeto de auditoria recente do Ministério da Integração Nacional. Os R$ 1,773 bilhão restante equivale a outros 159 projetos cancelados entre 1994 e 1998, cujo ressarcimento não foi cobrado até hoje.

O governo vive momentos angustiantes, pois não consegue abafar os escândalos, manter a impunidade e contornar a crise que se instalou na sua base aliada depois da mudança na hegemonia, PFL por PMDB, e a disputa pela presidência do Brasil.



Pelo fim da corrupção!

Ao cobrir a marcha realizada em Brasília no dia 5/04/01 o Inverta conversou com manifestantes sobre as denúncias de corrupção e os desmandos no governo FHC.

O servidor público Valdeci da Silva Matos, 62 anos, que trabalha na Fundação Nacional de Saúde (FNS) em Porto Nacional, Tocantins, declarou: “Este ano está sendo muito importante, pelas condições que estamos vivendo, era muito necessário surgir um ato desse e mais tantos outros. Através do esforço e da colaboração de todos contra o Fernando Henrique e sua equipe que está matando o brasileiro de fome.”

Valdomiro, do PCML, afirmou: “O ato é uma forma de pressão, é arma que o povo tem no momento para protestar sobre as irregularidades deste governo, que é usurpar aquilo que é o direito do trabalhador. Devemos denunciar estes parlamentares que estão sendo novamente corrompidos por esse governo. Sabemos que o processo eleitoral burguês não vai resolver nada, porque o poder econômico sempre compra a maioria daqueles que são eleitos. Só a organização do povo resolve”; concluiu o dirigente do PCML

O Deputado Federal, Nelson Pellegrine, PT da Bahia, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados declarou: “A possibilidade de convocar uma CPI para apurar corrupção está relacionada a mobilização popular. O governo tem feito um jogo bruto, que é o jogo das verbas, cargos, da pressão sob os deputados da base aliada. A única forma que a gente tem de se contrapor a este governo é a mobilização popular. Foi assim o impedimento de Collor, foi assim que conseguimos arrancar algumas conquistas do Congresso Nacional. Sobre a saída pela Corregedoria, o governo não pode investigar governo, a sociedade é que tem que investigar o governo, e é por isso que a Constituição estabelece o mecanismo da Comissão Parlamentar de Inquérito, como instrumento legítimo para fazer esta investigação”, concluiu o parlamentar.