Quem é que vai pagar por isso?

Há exatamente 25 anos, o INVERTA lançava em sua edição n.28, de 1º de abril de 1994, o editorial que foi manchete: “Golpe de 1º de abril de 1964: Quem é que vai pagar por isso?”

Há exatamente 25 anos, o INVERTA lançava em sua edição n.28, de 1º de abril de 1994, o editorial que foi manchete: “Golpe de 1º de abril de 1964: Quem é que vai pagar por isso?”

No início da nossa jovem democracia, quando falar em ditadura ainda era tabu, o Jornal Inverta ousou trazer ao povo brasileiro um debate com nomes inigualáveis da intelectualidade de esquerda como Darcy Ribeiro, senador pelo Rio de Janeiro e ex-chefe da Casa Civil do Governo João Goulart; José Nilo Tavares, jornalista e professor universitário atingido pelo golpe de 64; José de Aguiar Dias, Ministro do Tribunal Superior de Justiça e aposentado pelo Golpe em seu primeiro ato; jornalista Barbosa Lima Sobrinho, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI); a Professa Universitária Cecília Maria B. Coimbra, presidenta do Grupo Tortura Nunca Mais/RJ; o filósofo Roland Corbisier, o escritor e professor Bayard Boiteaux, da Casa França Brasil; e seu editor-chefe Aluisio Pampolha Bevilaqua.

Além das declarações de figuras históricas da política nacional como o ex-governador Leonel Brizola, o arquiteto Oscar Niemeyer, a escritora e professora Anita Leocádia Prestes e o desembargador e integrante do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Osny Duarte Pereira.

No 30º aniversário do Golpe de 1964, apenas cinco anos depois da campanha pelas Diretas Já!, quando os intelectuais e analistas que hoje estão na blogsfera de esquerda ainda trabalhavam na grande mídia e festejavam a “vitória” do campo democrático, o Jornal INVERTA apontava aos nossos inimigos, na trincheira do jornalismo independente e revolucionário para que os crimes da ditadura não caíssem nem na impunidade nem no esquecimento.

Uma edição histórica porque nenhum outro meio de comunicação teve tantos intelectuais se posicionando sobre o tema, o que reafirma o trabalho de vanguarda do jornal INVERTA, e que resultou no incêndio criminoso à sua sede, no Centro do Rio de Janeiro, antes da edição 29, que colocou em risco de morte a equipe do jornal, inclusive de seu fundador, editor-chefe e principal editorialista, Aluisio Bevilaqua, que escaparam de um atentado com bomba incendiária que destruiu parte da então sede do Jornal. A luta do INVERTA foi e é real, e contra nós os inimigos do Povo já foram além de ameaças virtuais.

É muita força moral em 28 anos de resistência! São muitos anos de luta concreta ao lado do povo e batalha de ideias em defesa do Brasil!

O seu objetivo foi e é, 25 anos depois, demostrar as chagas não cicatrizadas pela mentira, opressão e tempo e que ainda sangram em cerca 50 mil pessoas com passagem pelas prisões por motivos políticos, cerca de 20 mil submetidos a torturas físicas, 320 de esquerda mortos, incluindo os 144 dados como ‘desaparecidos políticos’. E questiona novamente em 31 de março e no 1º de abril de 2019, assim como em 1994: Afinal, quem é que vai pagar por isso?