Bloqueio EUA ameaça trabalho da Prensa Latina na ONU

Prensa Latina denuncia efeitos do bloqueio dos Estados Unidos que cerceiam liberdade de imprensa e ameaça trabalho da agência nas Nações Unidas

Havana, 29 nov (Prensa Latina) A negativa do banco norte-americano M&T a continuar a prestação de serviços a missões diplomáticas de Cuba nos Estados Unidos atingiu também a sucursal da Agência Informativa Latino-americana Prensa Latina nas Nações Unidas.

Desde março de 2010, a instituição bancária albergava a conta do escritório da Prensa Latina na organização mundial, meio com mais de cinco décadas de trabalho dentro da sede central da ONU em Nova Iorque.

No entanto, em 12 de julho, o correspondente da agência recebeu uma carta assinada por Peter Senica, vice-presidente do M&T Bank, com sede em Baltimore, que informou a decisão de "fechar a divisão que brinda serviços a entidades diplomáticas e todas as contas relacionadas, inclusive as individuais de seus funcionários e família".

Com sede central nesta capital e com quase 55 anos de trabalho, a Prensa Latina é reconhecida a nível mundial como um meio internacional de notícias, especializado na América Latina e Caribe, com 30 escritórios em todos os continentes.

Além disso, é membro fundador da União Latino-americana de Agências de Notícias, participa de maneira ativa no contexto dos Congressos Mundiais de Agências, o mais recente efetuado na Arábia Saudita, neste mês.

A representação da organização informativa na ONU renovou e recebeu em janeiro deste ano, a licença especial outorgada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, por suas siglas em inglês) do Departamento do Tesouro, com vigência até 2015.

Esse documento, marcado “nas regulações do controle de ativos cubanos" (bloqueio), autorizou o M&T Bank a "abrir, manter e operar a conta em nome da Prensa Latina", "só para cobrir suas despesas pessoais".

A Seção de Interesses de Cuba na capital estadunidense denunciou há três dias as "restrições vigentes derivadas da política de bloqueio econômico, comercial e financeiro do governo norte-americano contra Cuba".

Destacou que essas limitações tornaram impossível encontrar até hoje um banco estadunidense ou de outro país, com sede nos Estados Unidos, que assuma as contas bancárias das missões diplomáticas cubanas e, portanto, suspendeu os serviços consulares.

E reiterou que o Governo dos Estados Unidos tem a obrigação jurídica de garantir o cumprimento das convenções de Viena sobre relações diplomáticas e consulares.

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