Mais um recorte da violência policial em São Paulo
Não é de hoje que denunciamos a violência policial que se vive no Estado de São Paulo. Na edição 511, o jornal já havia colocado a situação da baixada santista como preocupante, visto que muitas pessoas estão morrendo em operações policiais, que quando tem justificativas da parte da polícia militar, são insuficientes.
A atual conjuntura está marcada pela comoção em várias regiões em nome de vítimas fatais e graves da desumanidade da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Leonel Andrade dos Santos morreu, em 9 de fevereiro de 2024, com um tiro da polícia na Baixada Santista, no que foi denominado de Operação ESCUDO/VERÃO. No dia 5 de novembro, seu filho de 4 anos, Ryan da Silva Andrade Santos, também foi morto por um tiro da polícia. No velório do pequeno Ryan , houve uma ostensiva ação policial, desrespeitando o momento de luto da família.
Na Zona Sul da capital de São Paulo, em 3 de novembro, um jovem de 26 anos, Gabriel Renan da Silva Soares, foi morto com 11 tiros por um policial. A justificativa do policial no caso, era que o rapaz tentou furtar sabonetes em uma loja de conveniência, OXXO, e agiu em legítima defesa. O rapaz assassinado é sobrinho do rapper Eduardo Taddeo, que em toda sua carreira vem denunciando os abusos que jovens pobres, pretos, sofrem na mão do Estado. Há poucos meses ele denunciou o abuso de policiais por invadirem um velório e terem agredido o irmão do falecido, também assassinado pela polícia.
Dois jovens morreram na Zona Leste de São Paulo, nas favelas Barroca e do Nhocuné, em dois momentos diferentes, com uma semana de diferença. Um deles, teve repercussão na televisão aberta, em que um policial ficou ferido, alegando confronto. Porém, o Inverta chegou a conversar com moradores, que alegaram que o rapaz fugiu dos policiais na hora que entraram na favela, levou tiro e após os policiais verem a gravidade dos ferimentos, forjaram uma troca de tiros com policial ferido, o que levou indignação à população, que fechou a rua no entorno da favela, ateando fogo em madeiras, como forma de protesto.
Na madrugada do dia 2 de dezembro um jovem foi jogado de uma ponte por 4 policiais na Zona Sul da capital paulista. Estes fatos não são casos isolados, que denota o quanto a polícia pode ser violenta com os jovens pobres, porém, foi gravado e os policiais, nesse momento, serão punidos por não poder esconder ou forjar esse absurdo. É o que se tem visto desde o começo do governo de Tarcísio de Freitas no estado de São Paulo, e agora intensificado, na capital, com a prefeitura de Ricardo Nunes. O governador apoiou o então prefeito Ricardo Nunes, que ganhou na corrida eleitoral, fato este que vem preocupando a sociedade civil e o movimento social quanto ao apoio e enaltecimento das operações policiais. A prática é o critério da verdade, sendo assim, os dois que são de setores da extrema direita vem demonstrado que não estão preocupados com a população, pelo contrário do que dizem, demonstram em suas estratégias políticas um ódio de classe.
Na cidade de São Paulo há um aumento do consumo de drogas, como a chamada K91, por crianças e jovens, podendo ser encontrado a qualquer horário do dia pessoas sob efeitos do entorpecente em diversos bairros das periferias da capital. Essa droga é muito agressiva, visto que, torna dependente com facilidade, é mais barata que o próprio crack e tem potencial a levar a óbito com mais rapidez, que outras drogas.
Não existe investimento progressivo na Educação e Saúde. Se houvesse, haveria mais crianças e jovens dentro das escolas, construindo e se desenvolvendo para as demandas da sociedade e existiria um trabalho efetivo para os dependentes químicos se reabilitarem.
O que se vê é a perseguição dos diversos setores que atingem povo e ainda mais a juventude, pobre e preta, que tem cada vez mais morrido nas mãos do Estado.
Este movimento não é simplesmente por uma questão ideológica, mas um movimento de intensificação da exploração da classe trabalhadora. Mais do que nunca é preciso uma espécie de barbárie social, de instalação do medo e do terror, para que, quanto classe, nos sintamos acuados para nos posicionar, organizar e reivindicar nossos direitos. O neoliberalismo tem expandido seus braços, e com ele, veremos cada vez mais sofrimento e morte ao povo. Esses políticos apenas representam isso, vão usar o artifício da violência como um mecanismo de doutrinar a população forçadamente. Não é de hoje que quem detém o poder usa a violência para continuar seus projetos e planos de explorar o povo.
Não pensem que vão nos exterminar e não haverá resistência, não servimos a vocês, não servimos apenas para sermos explorados pelas suas máquinas. Somos um povo de luta, um povo que tem em sua história de fundação, a resistência indígena, negra, entre tantas outras. Vamos resistir, denunciar. Quando matam um de nós, nascem milhares.
O jornal inverta deseja condolências aos amigos e familiares das vítimas!
Larissa Soares