XEC: Nova variante da Covid-19 é identificada no país
Mesmo com a declaração da Organização Mundial de Saúde (OMS), em maio de 2023, que declarou o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) referente à COVID-19, a vigilância em relação ao controle da doença, seus impactos pós infecção e o surgimento de novas variantes do vírus ainda são aspectos que persistem em constante monitoramento pelos órgãos de saúde, principalmente pelo fato da propagação da doença a nível mundial ainda ser caracterizada como uma pandemia.
De acordo com o último Boletim Epidemiológico da Covid-19 do Ministério da Saúde, em abril deste ano foram registrados 52 mil casos e 658 óbitos pela doença no Brasil, com maiores incidências nas regiões Nordeste e Sul. O estado do Rio de Janeiro, segundo dados do Painel Covid-19 no Brasil – Ministério da Saúde, em 2024 registrou 2,9 milhões de casos com cerca de 78 mil óbitos pela doença.
Em setembro de 2024, uma nova variante do SARS-CoV-2 foi identificada no país em dois pacientes residentes no município do Rio de Janeiro, por meio de análise realizada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Posteriormente, a variante também foi detectada em casos nos estados de São Paulo e Santa Catarina, com diagnóstico realizado em amostras coletadas em agosto e setembro, respectivamente.
A nova variante, denominada XEC, foi definida pela OMS como uma variante de sob monitoramento, que ganha destaque a partir de junho deste ano na Europa, especificamente com um aumento de casos na Alemanha. Atualmente, há registros da mesma em 35 países, mas ainda existem poucas informações relacionadas à sua transmissibilidade e virulência. Aponta-se que a origem da mesma seja a partir de uma recombinação genética de duas cepas que já estavam em circulação, derivadas da variante Ômicron que se espalhou mundialmente em 2021 e que tem alta capacidade de transmissão em comparação com outras variantes. Essa mutação pode ocorrer quando um indivíduo é infectado por duas variantes diferentes ao mesmo tempo.
É importante destacar que monitoramento dos dados do genoma do Sars-CoV-2 é essencial para o ajuste na composição das vacinas da Covid-19, o surgimento de novas variantes reforçou a importância da vacinação de reforço e da adaptação das vacinas para garantir uma proteção mais ampla contra as cepas circulantes. Vale ressaltar a iniciativa internacional de acesso aberto a informações sobre genomas de vírus influenza e coronavírus, o GISAID, com destaque para a Rede Genômica Fiocruz, que tem por objetivo de gerar dados sobre o comportamento do SARS-CoV-2 a partir da decodificação do genoma do vírus, uma iniciativa que reúne em parceria especialistas da Fiocruz e outros institutos no Brasil.
Assim, há no país cinco vacinas em uso autorizadas pela Anvisa - CoronaVac/Butantan e Comirnaty bivalente Pfizer com autorização para uso emergencial e AstraZeneca/Fiocruz, Janssen-Cilag e Comirnaty Pfizer/Wyeth com registro definitivo. Além disso, esforços do governo tem sido feitos para o aumento da cobertura vacinal e na disseminação de informações para a população. Dentre as ferramentas de acesso da população sobre informações do coronavírus do Ministério da Saúde, o aplicativo Coronavírus – SUS disponível em https://www.gov.br/pt-br/apps/coronavirus-sus, que traz informações sobre sintomas, prevenção e condutas em caso de suspeita e infecção, além de um mapa com indicação de unidades de saúde próximas dependendo da localização do usuário.
Raquel Afonso