ELEIÇÕES NO RIO DE JANEIRO
O que está em jogo nessas eleições no Rio de Janeiro?
A crise do capital, que é uma crise orgânica, tem implementado seu projeto neoliberal (retirada dos direitos trabalhistas, privatizações, extrema miséria para milhões, entre outras mazelas) na tentativa de deter a queda de lucro dos capitalistas. Isso tem se refletido na vida dos fluminenses.
O estado tem a maior taxa de desemprego na região Sudeste chegando a 19,4% atingindo 1,6 milhão de pessoas, a informalidade atinge 38,3% da PEA população economicamente ativa da população e o o rendimento médio caiu 12% (dados do IBGE e Fundação Getúlio Vargas), Em consequência o Rio de Janeiro tem atualmente três milhões de pessoas que passam fome.
Soma-se a essa situação o deficit habitacional de 500mil moradias, crescendo a população de rua, que só na capital do Rio são mais de 15mil pessoas. Além de 1,3 milhão vivendo em condições insalubres nas comunidades.
O terror aumenta com a ação repressora do estado que no último ano aumentou em 9% a letalidade de suas ações, além do poder paralelo, as milícias, que dominam 25% dos bairros da cidade, segundo pesquisadores do tema.
Na educação e saúde a situação continua dramática, negam a ciência, aprofundam a terceirização (privatização), como demonstra a evasão de 36,5% dos jovens do Ensino Médio no período da pandemia, além das escolas fechadas, principalmente os CIEP e escassez de profissionais do setor - último concurso para profissionais da educação foi em 2014.
Na Saúde a situação não é diferente. O Estado continua sendo um recordista na Região Sudeste, em número de fechamento de leitos hospitalares, mais notadamente nas unidades federais, como o Instituto de Cardiologia com apenas 25% de ocupação, bem como o Hospital Geral de Bonsucesso, além dos Hospitais Universitários, e falta da assistência básica, falta ate esparadrapo, máscaras etc.
Nessas eleições no Rio de Janeiro apoiamos:
Lula - Presidente - 13
Marcelo Freixo - Governador - 40
André Ceciliano - Senador - 133
Reimont Otoni - Deputado Federal - 1333
Aluisio Júnior - Deputado Estadual - 40123
Indicamos:
Maiara Felício - Deputada Federal - 1307
Lindenberg Farias - Deputado Federal - 1300
Ricardo Lodi - Deputado Federal - 1310
Professora Clarice - Deputada Estadual - 13813
Marcelo Freixo - 40
Marcelo Freixo, formado pela UFF, professor por mais de 20 anos da rede pública estadual. Entrou para a politica para enfrentar as máfias que comandam nosso estado. Seu primeiro ato como politico foi a CPI das milícias, colocando mais de 200 bandidos na cadeia. Por duas vezes foi eleito o melhor deputado federal do Brasil. Hoje é candidato a governador para, junto com Lula, colocar o Rio de Janeiro de pé outra vez.
Com a politica neoliberal no estado causando desemprego, carestia, fome, problema na saúde e educação, as propostas do candidato para atacar alguns desses problemas:
- “o Rio não pode produzir 80% do petróleo brasileiro, ter só 11% do refino, eu observei em um estaleiro , só temos reparo de navios, não tem mais construção, precisamos rever isso, claro que depende muito do presidente Lula que tem todo compromisso de fazer o Rio de Janeiro voltar a crescer, ser grande e voltar a ser uma referência econômica para o Brasil, vamos fazer isso juntos.
Sobre o emprego declarou, “ O emprego de volta , vamos investir na educação integral, na formação integral, investir na formação técnica, fazer com que o jovem tenha o primeiro emprego, precisamos voltar a sonhar, o Rio não pode ser um lugar de medo do futuro. O futuro precisa ser algo bem-vindo, precisamos sonhar e ter esperança que um dia a vida vai melhorar".
Proposta para educação, recuperar as escolas fechadas inclusive os CIEPs, vai criar o projeto universitário, o explicador, que vai pagar uma bolsa para que ele venha para as escolas para recuperar essas crianças, jovens que tiveram essa defasagem com a pandemia; o estudo será de tempo integral com café da manhã, almoço, lanche e educação regular.
E outras que constam também do programa de governo: enfrentamento à fome e à pobreza extrema; programa mais saúde para todos; pacto verde para o Rio de Janeiro, incluindo saneamento, meio ambiente e habitação.
Quem é André Ceciliano - 133
Nasceu em Nilópolis, morou em Japeri e cresceu em Paracambi, cidadão da Baixada. Se elegeu pela primeira vez em 1998 como Deputado Estadual, e por duas vezes foi eleito prefeito de Paracambi.
A marca da sua gestão foi a transformação da fábrica de tecidos em Fábrica do Conhecimento que hoje atende mais de 10 mil alunos, além das escolas de música e balé.
Volta à Alerj em 2011 e em 2017 assume interinamente a presidência da casa.
Sua visão sobre a Lava-jato é de que foi uma manobra pra tirar o ex-presidente do pleito de 2018, além de tirar do Rio de Janeiro os benefícios do pré-sal que daria autonomia econômica ao estado, com a revitalização do setor naval, por exemplo.
Como Senador da República defenderá:
Ajuda ao presidente Lula para reverter as reformas trabalhista, previdenciária e privatizações como a da Eletrobras.
Educação – Universalização das creches em período integral e valorização das universidades públicas.
Saúde - aumento do programa saúde da família e recursos para os hospitais da região. Transporte – Restruturação do sistema de transporte sobre trilhos.
Emprego e renda – criar incentivos para instalação de empresa na região, diminuindo a carga tributária; lutar pelo gasoduto que corta a Baixada atraindo indústrias para a região; lutar para que as embarcações alugadas pela Petrobras sejam reparadas em estaleiros nacionais.
Habitação – retomada do programa minha casa minha vida.
No saneamento - efetivar o maior controle da coleta de lixo e o correto descarte.
Meio ambiente - valorizar a agricultura familiar e o turismo sustentável.
Cultura e Lazer – valorizar os artistas locais e criação de praças e parques em áreas ociosas do estado.
Quem é Reimont - 1333
Esteve sempre filiado ao Partido dos trabalhadores, ocupa o cargo de vereador pela quarta vez; compreende a importância da politica quando ela ajuda a transformar a vida da pessoa, do coletivo, a vida da humanidade. Do indivíduo ao coletivo, o projeto que deve ser da humanidade que é a luta contra a desigualdade, a luta contra o neoliberalismo, que tem trazido fome, morte. A luta contra o capitalismo, que mata milhões de homens e mulheres. Nossa luta é para se opor àqueles que se opõem a uma economia justa, à natureza; àqueles que se opõem a todos os seres a cumprir sua trajetória de vida.
A luta contra o neoliberalismo – A construção de uma frente Parlamentar contra o Neoliberalismo
Já existem muitas iniciativas, nós precisamos avançar, isso que fazemos, e o INVERTA faz muito bem quando reúne autoridades dos continentes, companheiros da América Latina e de outros continentes também, discutindo o tema do neoliberalismo, isso tem que tomar o Parlamento. Os parlamentares precisam se posicionar, porque se existimos, se nós fazemos politica é pra promover a transformação da sociedade, precisamos fazer o enfrentamento. Penso que uma Frente Parlamentar de Luta contra o Neoliberalismo pode não ter tantos como gostaríamos, mas é preciso pautá-la para que a sociedade, os brasileiros saibam que o neoliberalismo tem causado danos.
É possível reverter as privatizações do patrimônio brasileiro?
É possível e precisamos reverter, quando falamos da privatização da Eletrobras, nosso setor energética, como podemos pensar que um país que quer autonomia entregue sua fonte energética para a iniciativa privada. Outro exemplo a privatização, na época do Fernando Henrique, da Vale do Rio Doce, já faz muito tempo. E o que a Vale fez em Brumadinho, em Mariana, a Vale tem valido quantas vidas? Quando pensamos na função pública da Petrobras, esquartejada pelo governo Bolsonaro, qual a destinação do pré-sal que a presidenta Dilma aprovou no Congresso Nacional para que tivéssemos, a partir do fundo soberano dos royalties, uma educação e saúde de qualidade. Precisamos avançar, precisamos colocar na pauta com o presidente Lula. Já estou no quarto mandato como vereador, agora quero ser um parlamentar de governo, quero estar na Câmara Federal, pois quero ter um pé no povo e outro nas questões do governo, no diálogo com o Presidente Lula. Precisamos rever as privatizações, a reforma trabalhista, derrubar o teto de gasto, revogar a emenda 95, ela é um crime pra nossa sociedade, precisamos estabelecer os marcos da democracia. Não há democracia sustentável quando o povo passa fome. É possível darmos alguns passos e avançar. Algumas politicas, que os governos de Temer que tirou a presidenta Dilma Rousseff e o governo nazifascista de Bolsonaro, deterioraram a vida do nosso povo, caminharam pra negar e tirar direitos . Em 2023, quando Lula estiver lá, quero estar junto para ajudar a colocar o Brasil nos trilhos novamente. Estamos em um buraco, terra arrasada, assolaram a democracia, não há democracia com fome, quando queimam o meio ambiente, quando destroem o povo originário, os negros, os quilombolas. Sabemos onde estamos mas também sabemos onde podemos estar, o pensamento freiriano vai estar presente no governo Lula.
Uma mensagem final para os leitores do INVERTA
Até à vitória sempre! Dizer que já temos vitórias e não são poucas, mas nós queremos a grande vitoria, quando a desigualdade não existir mais, quando tivermos o direito de existir com nossas características individuais ou territoriais, mas não a de enquanto um passa fome o outro se esbalda. Quero deixar aqui o meu abraço ao INVERTA, ao CNCN, à Prensa Latina, ao PCML, dizer a esses companheiros e companheiras que nossos sonhos, nossas lutas esperançam, estamos a esperançar. Nesse momento em que estamos pensando sobre isso, existem milhões de pessoas que estão pensando o mesmo projeto que nós e precisamos acreditar nisto para que possamos avançar e construir a sociedade que almejamos.
Quem é Aloisio Júnior - 40123
Nascido em Caxias, na Baixada Fluminense. Oriundo da rede pública de ensino, formou-se torneiro mecânico pelo Senai. Seu pai, ferroviário, foi militante do Partido Comunista, o exemplo político veio de casa. Começou a despertar sua consciência política após participar do encontro quando Mandela veio ao Brasil e o significado do legado de Prestes para o país. Como ferroviário acompanhou a luta de Carlos Santana e outros companheiros. Deixou o Sindicato dos Ferroviários por motivos particulares, prestou concurso pra Casa da Moeda, onde foi por duas vezes presidente do Sindicato dos Moedeiros e atualmente é o seu vice-presidente.
“sindicalista faz aliança com trabalhador e não com partido, mesmo sendo partido de companheiros, e muito menos com governo.”
Nos governos de Lula e Dilma houve enfrentamento com o setor da Economia pra poder chegar ao Plano de Cargos e Salários, o que diminuiu muito a rotatividade dos trabalhadores. Foi pra rua na defesa da presidenta Dilma, contra o golpe do Cunha e contra o sequestro e encarceramento do ex-presidente Lula.
Principais propostas
Enfrentamento ao imperialismo; gerar emprego, porque essa será a primeira proposição de Lula; ligar a Baixada Fluminense, Duque de Caxias, às questões nacionais; defender a democracia e a soberania nacional; desenvolver nossas empresas, de forma sustentável; salário-mínimo estadual; revitalizar os Cieps de Brizola, trazendo o ensino de horário integral; quanto ao projeto neoliberal é rever as reformas e privatizações programadas pelo imperialismo; como deputado ajudar na construção do Congresso Nacional Contra o Neoliberalismo; transformar o Rio de Janeiro em um estado cidadão; revitalizar a indústria naval do estado, entre outras.
Sua mensagem final
Aos organizadores do Inverta, a batalha é diária, como para todos os trabalhadores, mas para o Inverta, a luta é para a vida inteira, porque sabe quem é o inimigo que temos que combater. Parabenizo a volta do jornal impresso, importante tê-lo nas mãos; parabéns pelos 31 anos de luta.
Quem é Ricardo Lodi - 1310
Ricardo Lodi é advogado e professor de Direito Financeiro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mestre em Direito Tributário e doutor em Direito e Economia e presidente da Sociedade Brasileira de Direito Tributário. Foi diretor da Faculdade de Direito da UERJ e reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, entre 2020 a 2022, quando promoveu uma série de ações inclusivas, beneficiando estudantes, técnicos e docentes. Entre elas, a implantação do maior Plano de Inclusão Digital do país e o investimento na permanência estudantil, ao criar auxílios para transporte, alimentação, material didático, creche, moradia e uniforme, bem como promoveu o aumento do valor das bolsas para alunos em vulnerabilidade socioeconômica.
Ampliou o processo de expansão e interiorização da Uerj, implantando unidades de saúde em Cabo Frio, incorporação do Centro Universitário da Zona Oeste (Uezo), em Campo Grande; a implantação da unidade Vaz Lobo, no coração do subúrbio do Rio e a criação de 18 Polos de Extensão em diversos municípios fluminenses, com oferta de atividades culturais e esportivas.
Entre os maiores desafios da vida profissional, Lodi destaca a defesa de Dilma Rousseff, contra o impeachment, em 2016, que resultou em golpe parlamentar, sustentado por interesses de grupos nacionais e estrangeiros, que permitiu a implantação da fase mais autoritária do neoliberalismo no Brasil. Segundo Lodi, a grande vitória se deu em março de 2022, no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Rio de Janeiro, onde foi extinta, por decisão unânime, ação com base nas supostas pedaladas fiscais. Segundo ele: “Tanto tempo depois, tal decisão não traz a Dilma de volta. Mas é o reconhecimento, pelo olhar jurídico, de que as chamadas pedaladas fiscais não justificavam a supressão de um mandato presidencial conferido pela soberania popular”. E conclui: “Conseguimos revelar para o Brasil inteiro as artimanhas que foram feitas com o Direito Financeiro para forjar um crime de responsabilidade inexistente miséria.”