ALCA: Visita oficial de FHC a Bush foi um fiasco
Visita oficial de FHC a Bush foi um fiasco
Por: Rosa Terço
Em sua
primeira visita oficial aos Estados Unidos, o governo de FHC não
logrou os êxitos esperados para esticar um pouco mais o tempo
de vida do Mercosul em detrimento da Alca.
Os entendimentos comerciais entre George W. Bush e Fernando Henrique foram esvaziados pela Argentina, aliada de primeira ordem dos Estados Unidos na antecipação para 2003 da implantação da Alca, quando o ministro Cavallo fez circular seu livro contestando o Mercosul. Uma puxada de tapete ao seu colega FHC, a quem prometeu apoio o Mercosul em recente visita a Brasília, se o Governo brasileiro apoiasse seu plano de estabilização da economia argentina.
Para desgastar ainda mais FHC e sua resistência à antecipação da Zona de Livre Mercado das Américas, o Governo Bush enviou aos países latino-americanos uma circular, onde justifica a adesão do Canadá e Chile ao novo prazo de funcionamento da Alca (2003), independente da Reunião de Cúpula, em 22 de abril, no Canadá que teria como objetivo principal a discussão dos prazos (2005 ou 2003) e o comando do novo bloco continental.
O Brasil espera mais hostilidades da Argentina nessa reunião, uma vez que o Governo portenho espera receber do Tio San um pouco mais de dólares para aliviar a crise, e usará o Brasil para a barganha, seu maior parceiro comercial no Mercosul.
A
visita de FHC aos Estados Unidos terminou em 1º de abril, Dia da
Mentira, coincidentemente mesmo dia em que foi anunciado o novo
salário mínimo do país, os minguados R$ 180,00.
E para não vir de mãos abanando, como estão os
trabalhadores brasileiros, Fernando Henrique se reuniu por 18 minutos
com o “cowboy” americano; e falaram sobre o novo papel do FMI,
defendido por Bush, o de diminuir a ajuda desse organismo aos países
“emergentes”.
FHC discordou e cobrou de Bush o cumprimento do Protocolo de Quioto/97 acerca da emissão de gases poluentes pelos países desenvolvidos. Bush discordou, pois o cumprimento do acordo prejudicará a já precária economia americana. Único ponto de concordância, por enquanto, entre a Casa Branca e o Palácio da Alvorada, é que as negociações sobre a Alca, entre os dois países, se dêem só no início de 2002. Uma comissão de consultoria Brasil-Estados Unidos foi criada para discutir comércio e investimentos com vistas ao novo bloco continental, mas sem nenhum poder de decisão.
A visita de FHC a Bush foi o 1º de abril do ministro Cavallo.