Bush endurece com FHC sobre ALCA
Bush endurece com FHC sobre ALCA
A
viagem de FHC aos EUA foi inútil, pois a conversa com o
Presidente George Bush não resultou em acordo sobre a ALCA
(Área de Livre Comércio das Américas) - que os
norte-americanos querem que seja antecipada para 2003, enquanto o
Brasil quer que se siga o cronograma que estabelece a
implantação da ALCA em 2005.
Antes do encontro entre
Bush e FHC, aconteceu uma reunião dos diplomatas dos 34
países da ALCA e não se chegou a um acordo sobre a
liberalização do comércio
na região, que tem uma das maiores populações do
planeta que fica em torno de 800 milhões de seres humanos e o
maior PIB do mundo que gira em torno de US$ 10 trilhões.
O Presidente do Brasil, FHC, na reunião com o Presidente do EUA, George W. Bush, afirmou que o país só aceita a integração comercial se forem feitas algumas concessões por parte dos norte-americanos que querem dar conselhos liberais sobre comércio internacional, mas na realidade aplicam o protecionismo nas suas fronteiras com sobretaxas aos produtos estrangeiros.
O presidente dos EUA, George W. Bush, não pediu ao Congresso norte-americano o “Fast Track”(Via Rápida) para que os acordos entre os EUA e os outros países do continente possam ser feitos sem a necessidade de consulta aos parlamentares para que os acordos comerciais só possam ser aprovados ou rejeitados pelo Congresso dos EUA sem possibilidade de emendas.
Em 2002 os EUA e o Brasil assumirão a Presidência colegiada da ALCA até o fim das negociações da área de integração comerciais. No final do mês de abril haverá um encontro de Cúpula em Quebec, no Canadá para negociar as várias pendências sobre a ALCA onde participarão os diplomatas e os chefes de estado dos 34 países das Américas, menos Cuba.
A
maior preocupação do governo brasileiro é com a
economia do país que sofrerá uma concorrência
muito forte dos produtos dos EUA. O setor que mais será
afetado é o industrial, que poderá sucumbir diante
do poder econômico dos EUA se não houver uma política
seletiva sobre as tarifas alfandegárias e a sobretaxa aos
produtos mais vulneráveis no comércio na ALCA.
Muitos empresários e diplomatas acreditam que pode ocorrer um choque na nossa economia se houver uma abertura indiscriminada das importações, como aconteceu no início da década de 90 no Governo Collor, quando vários setores da indústria do Brasil entraram em crise devido à concorrência desleal dos produtos importados que, na realidade, tinham subsídios nos seus países de origem. Esta prática não é aceita pela OMC (Organização Mundial de Comércio) e foi o motivo das disputas entre a Bombardier canadense e a Embraer brasileira na venda de aviões, o que exigiu um panel para resolver as brigas entre os dois países na OMC.