Brasil é o maior em desigualdade social
Brasil é o maior em desigualdade social
Por: Júlio César de Freixo Lobo
A
distribuição de renda no Brasil é a pior do
mundo, em que os 10% mais ricos ganham 28 vezes a renda dos 40% mais
pobres. Este é um dos dados publicados
em uma pesquisa que será lançada em livro,
chamada “Desigualdade e Pobreza no Brasil”, do IPEA (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada), que levou em consideração
indicadores do Banco Mundial (Bird), Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), IBGE e da ONU.
Outros elementos do estudo do IPEA indicam que os 10% mais ricos da população brasileira se apropriam de cerca de 50% da renda total do país, e os 50% mais pobres detêm apenas 10% da renda do país. Outros países mais pobres não têm uma desigualdade estrutural tão grande como o Brasil. Pelos dados da pesquisa do IPEA, esta situação não sofre mudanças há exatamente 25 anos e parece que existe um conformismo dentro da sociedade brasileira de continuar esta desigualdade.
O
estudo do IPEA mostra que a desigualdade social no Brasil é
estrutural, o que confirma as teses da Refundação do
PCML (Partido Comunista Marxista Leninista) de que este é um
modelo de desenvolvimento
do Brasil desde a colônia, que fez com que a propriedade
privada de monopólio da terra voltada para a exportação
fosse a mola mestra da desigualdade social.
Com o regime escravocrata agro-exportador, as diferenças de classe social entre os que detinham os meios de produção, que eram os colonizadores portugueses e os escravos, que eram a mão-de-obra gratuita para tocar a economia do país, fizeram com que o país se desenvolvesse de uma forma desigual. O desenvolvimento econômico do Brasil desde aqueles tempos não quebrou o monopólio da terra e da indústria e por isso todo o crescimento foi injusto para a maior parte da população brasileira, que teve que sustentar a sede dos lucros dos monopólios estrangeiros e nacionais até os dias atuais.
A elite brasileira sempre foi egoísta e ligada ao capital estrangeiro a quem sempre se uniu para espoliar o povo. O nosso país é composto por uma população enorme de miseráveis e de párias sociais que conseguem sobreviver com muitas dificuldades, com um salário mínimo de R$ 151 que, segundo o DIEESE, deveria estar em torno de R$ 1mil. O salário mínimo do trabalhador está em 25% do valor de quando foi criado em 1940 por Getúlio Vargas.
O estudo do IPEA mostra que somente uma mudança radical na sociedade brasileira é capaz de mudar esse quadro de injustiça social, que é próprio do sistema capitalista, principalmente em um país do Terceiro Mundo. Mais uma vez as Teses de Refundação do PCML mostram que precisamos organizar a revolução socialista no Brasil para apear do poder esta elite que há mais de 500 anos oprime com fome, violência e miséria
A
pesquisa do IPEA mostra que o principal ponto a ser enfrentado para
que se diminua a desigualdade social no Brasil é o
investimento em educação, já que a média
de escolaridade do trabalhador brasileiro é de 6,3 anos de
estudo. Mas o projeto neoliberal, que faz com que os governos
apliquem menos recursos em vários setores sociais, está
levando os trabalhadores brasileiros a ganharem bem menos do que se
tivessem uma melhor educação.
Embora a estatística seja melhor do que há dez anos atrás, mas se compararmos a outros países pesquisados, como a Coréia do Sul que investiu maciçamente no setor educacional para dar um grande salto de desenvolvimento econômico, o Brasil é um país que gasta poucos recursos com o setor, o que diminui as oportunidades para os que estão entrando no mercado de trabalho, que correspondem a mais de 1,5 milhões de pessoas a cada ano sem conseguir uma colocação satisfatória, tornando precárias as relações trabalhistas com a diminuição do salário.