Clube do Choro de Brasília cria gafieira
Clube do Choro de Brasília cria gafieira
O Clube do Choro inaugurou finalmente a sua tão prometida gafieira no dia 17/3. Fui lá conferir e gostei muito. Excelentes músicos capitaneados pelo mestre Manoel Carvalho (clarinete da mais alta competência), além do Evandro do Cavaco (desta vez tocando violão) e outros. Só não gostei muito da cantora. É afinada, tem bom repertório, bonita presença no palco, porém insiste em usar um recurso horroroso no final de cada canção - aquele tremido utilizado pelos ‘cantores’ de música sertaneja - pior não podia ser. Completamente desnecessário! Tratei logo de fazer esse comentário com o Reco do Bandolim, quem sabe nas próximas apresentações a coisa mude... De qualquer forma o Clube do Choro estava como sempre, chopp gelado, wisky honesto, preços razoáveis, pessoas educadas, banheiros limpos (imprescindível) e músicos da melhor qualidade. Nota dez para o novo painel de fundo do palco, muito mais leve e interessante. No próximo sábado estarei lá de novo. Não sou boba nem nada!!! Recomendo.
E por falar em choro e por falar em Brasília, pasmem!!! O Jorge Ferreira - empresário da noite e animador cultural muito conhecido na cidade - está sendo processado por alguns moradores da 202 Norte, que sentiram-se ‘incomodados’ com a roda de choro que rolava todo sábado no Bar do Brasil (de propriedade do Jorge), aos sábados até - pasmem de novo - às 18h.
Numa certa tarde de sábado do ano passado, século passado, milênio passado e idéias passadas, o ex-Secretário de Segurança Pública do DF - Dr. Roberto Aguiar -, antigo governo do PT (pasmem mais uma vez!), prestou queixa numa delegacia de polícia alegando que o barulho da roda de choro, que terminava impre-terivelmente sempre às 18h, atrapalhava o seu descanso. É evidente que aquele senhor se prevaleceu da sua “proximidade” e influência junto às polícias civil e militar, fazendo com que surgisse diante de todos os freqüentadores do Bar do Brasil um aparato policial, antes jamais visto em Brasília, para acabar com uma simples e prosaica roda de choro de final de semana.
Os policiais levaram o Jorjão e os músicos - os mesmos do Clube do Choro - todos em cana e apreenderam os instrumentos, legítimas ferramentas de trabalho daquelas pessoas, para espanto e incredulidade de todos os presentes.
Ocorre que
no dia 29 de março, o Jorjão foi a julgamento, acusado
de “perturbar a ordem pública”, podendo pegar de um a três
anos de cadeia. Jorge Ferreira é um militante antigo do PT do
Distrito Federal, foi sindicalista - professor -, é hoje um
empresário super bem sucedido e grande promovedor da área
cultural de Brasília, tendo trazido à nossa cidade,
para se apresentar no Feitiço Mineiro, grandes nomes da MPB
tais como: Zé Renato, Noca da Portela, Elton Medeiros, Zezé
Motta, José Luiz Mazziotti, Sueli Costa, Abel Silva, Nelson
Sargento, Baden Powell, Kátia de França e muitos e
muitos outros.
Além disso é um cara do bem, é honesto, muito amigo, alto astral, grande caráter e querido por todos. É dono de várias casas na cidade e emprega aproximadamente 120 pessoas. Vale lembrar que o Feitiço Mineiro, um de seus restaurantes, é uma preciosa referência cultural de nossa cidade. Por isso, faço um apelo a todos aqueles que ainda não perderam a capacidade de se indignar diante das injustiças que mobilizem-se para não permitir que mais uma injustiça seja feita.