Trabalhadores da educação ocupam prefeitura de Nova Iguaçu!

O Inverta acompanhou a manifestação dos professores da prefeitura de Nova Iguaçu, medida tomada após intransigência da prefeitura

Os profissionais da educação da rede municipal de Nova Iguaçu em greve ocuparam a prefeitura da mesma cidade na tentativa de conseguir uma audiência com a prefeita Sheila Gama para apresentar a pauta de reivindicação da categoria. Como os manifestantes faziam um barulhaço para chamar atenção tanto da prefeita como dos cidadãos iguaçuanos com panelas, lata, apito assovio, a Polícia Militar foi chamada e chegou na Prefeitura portando fuzil, como se professores fossem criminosos .

 

Os profissionais afirmaram que foram obrigados a utilizar esses métodos de luta porque na formalidade não obtiveram êxito. Nem o bispo que tentou intermediar pela categoria obteve sucesso.

 

O INVERTA esteve presente na assembleia do dia 29/06 onde resolveram por unanimidade manter a greve. e conversou com as diretoras Leila da Silva Xavier , Edinez Ferreira e Lidiane Barros Lobo assim como o aposentado Dorval Meireles.

 

Leila da Silva Xavier , diretora responsável pelas finanças da entidade declarou que a greve atinge cerca de 70% da categoria e que a prefeita tem tido uma atitude péssima com os profissionais da educação “ ainda não fomos atendida pela prefeita senhora Sheila Gama. Temos tentado uma data na agenda para discutirmos nossas reivindicações afinal somos mais de 4.500 trabalhadores que precisam ser respeitados.

 

Temos , continua Leila , que intensificar o movimento na tentativa de cavar uma audiência com a prefeita.

 

A diretora suplente, Edinez Ferreira também desabafou “ estamos tentamos conversar coma prefeita desde o início do ano na campanha salarial para obtermos as reivindicações da categoria, no início ela nos recebeu mas nada do que era falado era cumprido até que culminou nas primeiras paralisações e a greve finalmente. Nossa pauta de reivindicação é fácil de ser comprida pois não é nada que extrapole o orçamento como é o caso do enquadramento por formação, estágio probatório, a revisão do calendário escolar nossa luta é pelo reajuste do PCA 5% a paridade, pois a prefeitura não obedece a lei , a constituição os aposentados não tem a paridade, cronograma de reforma de escolas, incorporação da gratificação do Fundeb entre outras coisas”.

 

“Temos feito atividades praticamente todos os dias em que iniciamos nossa luta, há um grupo de aposentados que estão na luta pela paridade que estão acampados na porta da prefeitura, e temos realizado atos passeata pelo calçadão e todos os atos culminam com protestos em frente da prefeitura”, conclui a diretora.

 

Lidiane Barros Lobo, responsável pela secretaria de funcionários, também declarou ao INVERTA : “entramos em greve porque a prefeita prometeu coisas e não cumpriu. Hoje a assembleia lotou e a categoria votou pela manutenção da greve. Tem sido fácil conduzirmos a movimentação da categoria porque sofremos na rede municipal e também na estadual com a falta de material nas escolas, temos que levar até papel higiênico e água, muitas escolas são alagadas chegando a dois metros de altura.

 

Lidiane falou que a municipalização não trouxe avanços para a educação “é impossível a municipalização resolver o problema da educação nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Tem sido uma lógica de descaso, falta de investimento. Não mudou nada por isso somos contra a municipalização . Entendemos que a educação do inicio ao fim é responsabilidade de todas as esferas de governo”.

 

“ A diretora afirmou que o governo municipal não atende a toda população em Nova Iguaçu “não tem creche que atenda às crianças de 0 a 3 anos , a população pobre tem que deixar com alguém ou pagar uma creche particular, a oferta do ensino fundamental é muito ruim falta professores na escola , a equipe de apoio que deveria da suporte assume turmas para funções que não são a deles, 120 escolas com estruturas precarizadas com condições plenas de funcionamento, poucas escolas foram construídas e algumas escolas vemos que não vai durar muito tempo pois foram construídas com material de pouca qualidade.

 

E sobre a conjuntura as diretoras falaram que estão sendo favoráveis as mobilizações, deu estímulo para manifestar algo que elas já sentiam, a própria vitória dos bombeiros que conseguiram a anistia foi muito importante, era uma categoria que era proibida de fazer greve mas eles mostraram para as pessoas que só a luta arranca vitórias, inclusive as que são consideradas impossíveis.

 

As diretoras afirmaram que a categoria é contra a terceirização pois é precarização do trabalho e exploração absoluta dos trabalhadores e enriquecimento para aqueles que montam este esquema.

 

Leila declara que a greve dos bombeiros pode ter nos dado um estímulo, mas já estávamos com nossa pauta construída estávamos em estado de greve desde o dia 7 /6. A greve na qual os bombeiros também estão é fundamental para criarmos uma cultura na classe trabalhadora de unidade. E quando nos unimos temos mais condição de derrotar os patrões, afirmou Lidiane.

 

Dorval Meireles professor aposentado relatou ao INVERTA que com 30 anos de trabalho onde deu grande contribuição ao processo educacional e cultural no município, dirigiu o teatro Arcádia , investiu na cultura e na educação é tratado hoje com desrespeito, e que por isso está na luta.

 

“A greve é super justa , na constituição diz que deve existir a paridade ente ativos e inativos, Lindberg Farias quando deu abonos e depois incorporou nos salários, ele cortou da gente, embora seja um direito adquirido os 30 % de regência de turma, tudo que está anotado tem que ser nosso, pois são direitos adquiridos vínhamos recebendo há 20 e 30 anos não podia ser retirado, o nível superior tiraram, o fundo de garantia é outra historia, desde o tempo do Aluízio Gama foi assinado o reconhecimento de dívida na justiça e ganhamos, mas ela não paga, está rolando há 7 anos e existe um saldo de 42 milhões na prefeitura, se existe esse dinheiro porque não nos paga, para mim ela é conivente . Ela alega falta de dinheiro, o Aluízio Gama é do tribunal de conta e dizem que ele deu um rombo nos cofres públicos do Previni de mais de 400 milhões, há um inquérito contra ele no Ministério Público e na Procuradoria. O RJTV teve a aqui conversou comigo e não saiu nada. O município tem uma dívida comigo de R$ 1.600 a cada mês, por isso resolvemos não arredo o pé. Me perguntaram o que ganhei esse tempo todo me dedicando à Educação, eu respondo o reconhecimento dos pais dos alunos e dos alunos . Há muitos funcionários ganhando R$ 406.00 reais: é um absurdo! que país é esse, prefeita mostra sua cara nós só queremos dialogar, afinal, a senhora também é professora e nada de chamar polícia para a gente.

 

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