Não ao Golpe! A luta continua!
A Juventude 5 de Julho, que também esteve presente no ato em Brasília contra o impedimento da presidenta Dilma Rousseff, registrou alguns depoimentos de militantes sociais, trabalhadoras, trabalhadores e estudantes que participaram na vigília contra o golpe no dia da votação da Câmara dos Deputados, em 17/04.
Júlia Reis, de Belo Horizonte/MG, avaliou que na medida que não há crime de responsabilidade que justifique o impedimento da presidenta, e o Judiciário passa a agir parcialmente ao lado da grande mídia favorecendo a burguesia, isto é um golpe, “e a esquerda deve se unir para que o golpe não aconteça”.
Henrique Medeiros Alves Fernandes, de Brasília/DF, que é professor de História e militante do movimento LGBT e da Associação dos Estudantes de Pós-Graduação, ressaltou que o momento que estamos vivendo é muito complicado. “Temos hoje um golpe travestido de legalidade, ou seja, temos uma oposição que desde as eleições não se conformou com o resultado, e, historicamente, ao longo dos últimos 12 anos, teve como objetivo elaborar um projeto político que competisse com o projeto político do PT e não conseguiu. Creio que, caso ocorra o impeachment, a situação de crise se agravará ainda mais, exatamente pela política econômica que estes setores representam. Por isso estamos e iremos às ruas lutar contra esse golpe”.
A professora Sandra Jaqueline Barbosa, Brasília, destacou que “independentemente de você ser de esquerda, é necessário ter clareza que o está acontecendo é muito grave. Nós já vimos na história de nosso país muitos golpes no processo institucional de escolha de nossos representantes, e esse é mais um que a nossa democracia recente está sofrendo. Fica claro quando nós acompanhamos quem está por trás desse golpe atual, como a FIESP, representante dos grandes empresários de São Paulo, e do país, pois é o estado mais industrializado. Não é possível que os interesses deles sejam os mesmos que os nossos, que somos trabalhadores. Como professora, não me considero da classe média e sim da classe trabalhadora, nos organizamos em sindicatos, apesar de ser bem diferente de um operário. Aliás, como nós também já vimos, o próprio presidente da FIESP, Paulo Skaf, falou que 'um trabalhador não precisa de uma hora de almoço, ele pode almoçar e trabalhar com a outra mão', e isso é só um dos direitos que eles estão querendo tirar dos trabalhadores, além da nossa aposentadoria, direito a férias, e muitos outros, direitos esses que foram conquistados e mantidos com muita luta e que estão sob risco. É por isso também que hoje estou aqui”.
A estudante universitária Neide Célia Ferreira Barros, de Goiás, ressaltou que lutar contra o golpe e em defesa da democracia é nos posicionarmos enquanto brasileiros, estando ao lado do povo trabalhador.
Jorge Luiz Prates, Brasília, militante do movimento sindical dos trabalhadores terceirizados, reiterou como vital a luta contra o golpe e em favor da democracia, e denunciou que “é um absurdo o que estão querendo fazer com o nosso país. Hoje a Câmara de Deputados virou um balcão de negócios, eles esqueceram para quê foram eleitos”.
A militante do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) Raikka Delivery, de São Paulo, alertou sobre os riscos que a população corre caso o golpe se consume. “Hoje eu estou aqui contra o golpe e principalmente contra os fascistas. Esse processo é um plano para tirar uma presidenta que foi eleita legitimamente pelo voto do povo, e é também uma farsa, porque não há nenhuma prova que a presidenta Dilma tenha feito algo que a leve a um impeachment. Eles só estão querendo atrasar o Brasil. Perderíamos o aluguel social, o 'Bolsa Família', o 'Minha Casa Minha Vida', os meus direitos como LGBT, eles vão acabar com tudo. É por isso também que estou aqui hoje, e venho quantas vezes for necessário. Vou lutar até o fim!”
J5J-RJ