Mulher, Feminismo e Luta revolucionária!

A construção social forçada para tornar as mulheres obrigatoriamente do lar, para o casamento, além da ocultação da herança histórica revolucionária da luta feminina, sustenta-se na lógica capitalista de fortalecer o patriarcado.

A construção social forçada para tornar as mulheres obrigatoriamente do lar, para o casamento, além da ocultação da herança histórica revolucionária da luta feminina, sustenta-se na lógica capitalista de fortalecer o patriarcado. Onde a naturalização da perversidade de objetificação, da misoginia, do machismo, da cultura do estupro como “reprodução espontânea”, impõe condições sociais que as define e diz como ser mulher. Como mais uma forma de estupro, além do físico, que nos penetra e nos impõe sua cultura moral. Neste contexto, teria como falar de feminismo e não falar da luta de classes? Impossível. Considerando que a definição dos nossos corpos é ditado por uma classe dominante, que decide o que fazer com ele, com seus mecanismos mais sofisticados como a mídia burguesa, a política fascista e uma religião alienadora, abortando as Cláudias das periferias e suas singularidades enquanto mulher negra e pobre, vítima do capitalismo selvagem que corrói nossa existência humana.

Tomando como exemplos a história de militância da jovem Olga Benário, a de Dandara, Anita Garibaldi, Vilma Espín, Iara Iavelberg, Angela Davis e Elisa Branco, mulheres que resistiram e lutaram pela libertação colonial e pelo fim da ditadura em seus países, empunhando armas para defender seus ideais, como também a das líderes feministas do Movimento dos Panteras Negras, a resistência das mulheres que lutam pela libertação da Palestina e as Mães de Maio na Argentina, faz-se necessário a nós, revolucionários, resgatarmos nossa Vanguarda feminina.

Os discursos misóginos reproduzidos pela sociedade banalizam as mulheres revolucionárias, tornando menos perigoso, para manter as relações patriarcais, apagá-las ou massacrá-las até sua morte social e física. Nota-se isto no dia a dia, nas piadas que fortalecem a cultura do estupro, as regras sobre corpos, a domesticação e no âmbito intelectual. Mediante isto, imaginem para um país extremamente machista ter no maior cargo de poder uma ex-guerrilheira como primeira presidenta mulher, que esperavam sua morte nos porões da ditadura. Os ataques feitos à Dilma não são apenas ataques de cunho político, mas também de cunho sexista, sustentado no discurso de que o lugar da mulher não é na política, mas no lar, recatada, no seu canto, sem opinar, e principalmente bela, como deixa bem claro a ditadura da beleza.

Como disse Angela Davis,

Ser mulher já é uma desvantagem nesta sociedade sempre machista, imagine ser mulher e ser negra. Agora façam um esforço maior, fechem os olhos e pensem, ser mulher, ser negra e ser comunista.”

J5J-RJ