Encontro Nacional da Juventude 5 de Julho
No dia 17 de dezembro se realizou em São Paulo, o encontro nacional da Juventude 5 de Julho, com o encontro de diversos jovens lideranças em seus locais de atuação, além de presenças do Congresso Nacional de Lutas Contra o Neoliberalismo. O encontro marca também, o centenário do Levante dos 18 do forte de Copacabana, quando jovens tenentes e um cívil, preferiram dar suas vidas a viver uma vida de joelhos.
Pela parte da manhã, os jovens fizeram uma atividade cultural e um estudo. Após o almoço, uma análise de conjuntura baseada no texto "Apontamentos sobre a organização juvenil" de 2017, sob a perspectiva da Crise Orgânica do Capital e suas implicações. Foi feito um balanço da atuação da Juventude 5 de Julho, e das organizações juvenis no nosso país, além de destacar pontos da conjuntura mais recente que se somam ao texto que já completa 5 anos.
Já apontávamos o porquê de nos chamarmos 5 de Julho e quais nossos focos de atuação: nas favelas, torcidas de futebol nas igrejas, nas escolas, nos saraus, no campo, nas prisões, enfim, onde de fato está a nossa juventude trabalhadora. Não descartando os espaços universitários, mas entendendo que nossa juventude em maioria não está nesses aí, e é justamente onde ela vive, nos bolsões de miséria, que não atuam as tradicionais organizações juvenis no nosso país que estaremos. Acreditamos ser um equívoco repetir o modelo de organização juvenil de povos que vivem no modo de produção socialista e têm portanto uma juventude que fundamentalmente estuda e se organiza portanto nos locais de estudo.
Mantemos nossa posição e acrescentamos que a situação agora é mais grave. O acirramento da Crise Orgânica do Capital, emprego cada vez maior de ciência e tecnologia na produção e os desdobramentos na conjuntura nacional, expulsaram ainda mais a classe trabalhadora da fábrica, e ainda mais do emprego formal nos serviços. O jovem se afasta cada vez mais do estudo e da carteira assinada, indo compor as enormes fileiras do gigantesco e crescente exército industrial de reserva, que não serve apenas mais como regulador da massa dos salários, mas como próprio criador de mais-valia. O submundo do Capital, onde cada vez mais os jovens vivem o inferno da fábrica fora dela, e vendem todo seu tempo livre, criatividade, engenhosidade e enfim, sua vida, em troca de uma exploração infinita para poderem sub existir.
A pandemia de covid-19, o acirramento da disputa mundial pela hegemonia expresso na Operação militar especial da Rússia na Ucrânia (BRICS-OTAN), o governo proto-fascista de Bolsonaro, a volta da social-democracia ao executivo, e as suas relações com o agravamento da Crise Orgânica do Capital foram alguns dos apontamentos que devem estar na análise de conjuntura mais recente da Juventude 5 de Julho.
No momento da tarde, os jovens do encontro foram somar na construção do 1° Inverarte em São Paulo, onde se apresentaram diversos artistas das mais variadas linguagens. A Juventude 5 de Julho apresentou os desenhos de um de seus jovens artistas, além da apresentação do Núcleo de Karatê, que muito alegrou todo o público. Além de festejar com a cultura popular da nossa gente, o encontro serviu de arrecadação de fundos para o Comitê de Luta da Favela do Nhocuné, e nesse trabalho a Juventude 5 de Julho se somou com toda sua disposição.
100 anos depois daquele primeiro 5 de Julho, de 1922, na chamada República Velha, as coisas mudaram muito e pouco mudaram no nosso país. O essencial se mantém e se aprofunda, a exploração de uma ser humano por outro ser humano, as injustiças; os conchavos e a abundância das classes dominantes; a humilhação e miséria das massas trabalhadoras. Se isso se mantém, se mantém também a indignação e revolta de brasileiros e brasileiras, ainda que poucos como os 18 do forte de Copacabana, mas que com certeza se empenharão para ser faísca pra uma grande marcha.
Viva a Juventude 5 de Julho!
Viva o 5 de Julho revolucionário!
Viva a Revolução Brasileira!
Ousar Lutar, Ousar Vencer!
Venceremos!
Juventude 5 de Julho