Educadores contra a “lei da mordaça”
Muito tem se falado sobre projetos de lei que tratam de uma suposta “ideologização” dos estudantes brasileiros por parte de professores mal intencionados. Ora, falar de uma educação neutra é ignorar solenemente anos de pesquisa e desenvolvimento das áreas das “Humanidades”.
Inexiste a possibilidade de transmitir um conhecimento puramente técnico a alguém, a seleção e omissão de conteúdos já demonstra a preferência de certa forma de explanação dos conteúdos. Falar mais de gregos e romanos e menos de hindus e chineses? Essa já não é uma forma de seleção? Como tratar do movimentado século XX sem omitir e selecionar conteúdos? Impossível.
O que estes pretensos preocupados com a educação querem é simplesmente passar aos educandos uma forma castradora de ver o mundo, sem nenhuma capacidade crítica, que aceitam as injustiças da sociedade com naturalidade, justificando-as através de uma falsa meritocracia. Este tipo de debate se insere numa lógica anticomunista que ainda tenta sobreviver no Brasil e no mundo, e serve de alerta aos nossos “amigos” pós-modernos que imaginam a luta de classes como algo típico do século passado e compram o discurso da “vitória do capitalismo”.
Leis como a “escola sem partido” ou “lei da mordaça” nada mais são do que resquícios da ditadura que tentam renascer, financiadas por instituições teleguiadas por Washington na tentativa de criminalizar os movimentos sociais.
Vinícius Ramos