Educação pública em crise pede transformação
Salas superlotadas, crianças com defasagem no aprendizado de acordo com sua idade cronológica, escolas recebendo como verba para merenda de R$ 0,32% por dia para cada criança. Segundo Leila, diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE) e também do núcleo de Nova Iguaçu, a última medida do Governador do Estado, Sérgio Cabral, para tirar o Estado do Rio de Janeiro do vigésimo sexto lugar no IDEB, acarretaria numa penalização dos profissionais da Educação. A última avaliação feita pelo IDEB, o Rio de Janeiro só ficou a frente do Piauí, tirando entre 3 e 4 de 1 a 10 tanto no Ensino Fundamental como no Ensino Médio.
Não foi sem fundamento econômico e social que alcançou um dos piores índices do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB): no ensino médio, a penúltima posição no Brasil; no ensino elementar, a décima pior nota do ranking.
No choque de ordem apresentado pelo governo estão os seguintes pontos: processo seletivo para funções pedagógicas; revisão de licenças médicas; currículo mínimo; remuneração variável; auxílio qualificação para professores, auxílio transporte, aulas de reforço nos contra turnos; 10 metas para educação de qualidade; salário digno para qualidade da educação.
Após longos anos sem reajuste salarial os profissionais da educação iniciaram o ano letivo já em campanha salarial. A categoria, que envolve cerca de 50 mil profissionais, já fez várias assembleias para discutir o rumo do movimento. Como afirma Leila, a ideia é fazer uma campanha unificada com todo funcionalismo do Estado e, neste sentido, já foram realizadas várias reuniões do fórum, onde foi realizado um ato em conjunto no dia 31 de abril. A diretora considera que o ato foi um sucesso, pois reuniu, entre servidores e alunos, mais de 5 mil pessoas. Porém, afirma a diretora: “ é muito difícil fazer o movimento unificado devido as especificidades das categorias, mas vamos lutar por esse objetivo até a vitória”.
O Sindicato da categoria respondeu ponto por ponto as medidas contida no choque de ordem na educação do governo. E entre as argumentações está o fato de que o governo quer acabar com a autonomia pedagógica nas escolas, acusa os trabalhadores de estarem forjando doenças, segundo a entidade, propõe fim da paridade, não garante reajuste anual e igual para todos os profissionais da educação ativos e inativos; enfim, o sindicato conclui que o objetivo do governo com seu plano é culpar o profissional e a meta é privatizar a educação.
Os Profissionais da Educação querem 26% de reajuste salarial e a incorporação imediata e integral da gratificação do Programa Nova Escola; A inclusão dos funcionários administrativos no plano de carreira e paridade para os educadores aposentados.
O sindicato apresentou 10 metas para uma educação de qualidade: nenhuma criança sem escola; nenhum aluno sem professor; nenhum profissional desvalorizado; nenhum professor sem escola; nenhuma escola sem funcionário, nenhum funcionário sem direito a formação, nenhuma escola sem estrutura; nenhuma educação sem democracia; nenhum educador discriminado e nenhuma economia nos investimentos em educação.
Na última assembleia realizada no Grupo Municipal da Tijuca, no dia 12 de abril, foram iniciados os trabalhos, fazendo uma homenagem aos 12 estudantes mortos na tragédia da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, e ao ex-aluno da entidade, Wellington Menezes, pois segundo entendimento dos presentes, todos os mortos foram vítimas de um Estado que não investe nas necessidades básica da população, educação, alimentação, segurança e principalmente na saúde, visto que não são poucos as crianças visivelmente com problemas de saúde. Os profissionais vão continuar com o movimento de mobilização, organização e fortalecimento da categoria, e fazer uma greve de advertência de 48 horas entre os dias 4 e 5/5.
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