Desvendando o DEOPS: entendendo o passado para não permitir que se repita no futuro
O Centro de Educação Popular e Pesquisas Econômicas e Sociais de São Paulo, a Juventude 5 de Julho e professores e estudantes da Escola Padre Antão, participaram do projeto do Arquivo Público do Estado de São Paulo, por meio de seu Núcleo de Ação Educativa, em parceria com o Memorial da Resistência: “Conhecendo o DEOPS/SP: História e Memória”.
O objetivo principal desse trabalho conjunto é aprender mais sobre o período da ditadura civil-militar, sobre o papel que o DEOPS cumpriu especificamente, sobre a história de São Paulo e refletir com o conjunto dos estudantes sobre como podemos manter viva a nossa memória sobre as lutas que foram travadas em nosso país e sobre como podemos avançar na exigência da abertura dos arquivos.
A atividade esteve composta por uma palestra de 1h30 de duração sobre o Deops/SP, seguida de um intervalo de 30 min de duração e visita educativa ao Memorial da Resistência , também com duração de 1h30.
Durante a palestra foi abordada a história do DEOPS, sua atuação como órgão repressor desde 1924, passando por diversos períodos e governos da nossa história até chegar ao seu fim em 1983. Durante a atividade pudemos entrar em contato com réplicas de documentos e fichas arquivadas que comprovam essa vocação do órgão e foi realizada uma atividade em grupo que discutiu a natureza desses documentos e refletiu sobre o assunto. Ficou evidente o papel de perseguidor político que este órgão estatal realizou em toda a sua existência e também quem são os perseguidos e perseguidas pelo Estado burguês, independente da forma no qual ele se encontre segundo o estágio de desenvolvimento do capitalismo (Estado Novo, período “democrático” e Ditadura Civil-Militar).
Na segunda parte do projeto foi realizada uma visita monitorada do espaço conhecido hoje como Museu da Resistência, que está conformado por salas de exposição, 4 celas e corredor de sol. Nas salas de exposição pudemos entrar em contato com mais elementos da história daquele edifício, com materiais interativos (televisão, painéis, objetos) que nos contam sobre aquele lugar e aqueles e aquelas que lá estiveram sequestrados. As celas em sua integridade permitem aos visitantes terem elementos para imaginar e remontar a época da ditadura civil-militar (especialmente) e refletir sobre as abomináveis condições pelas quais lutadores e lutadoras foram submetidos(as). No caso do DEOPS, as paredes contam muitas histórias de terror e retrocesso.
A atividade teve seu encerramento com o compromisso que prosseguiremos com a discussão sobre este período da nossa história e com a luta para que nunca mais repitamos esse momento no futuro, que só a nós pertence.
Exigimos a abertura de todos os arquivos!
Exigimos a aparição com vida dos nossos desaparecidos e desaparecidas!
Exigimos o julgamento popular de todos os torturadores!
Comissão da Verdade e da Justiça já!
Juventude 5 de Julho - SP