CEPPES reinaugura biblioteca Arlindo Pinho em data especial para comunistas brasileiros
Em solenidade pela comemoração dos 89 anos da fundação do Partido Comunista no Brasil (Seção brasileira da Internacional Comunista) e 11 anos de sua refundação através do Partido Comunista Marxista-Leninista - Brasil (PCML), o Centro de Educação Popular e Pesquisas Econômicas e Sociais (CEPPES) inaugurou a sala de leitura da Biblioteca Arlindo Pinho, recentemente reorganizada, e lançou a 6ª edição da revista “Ciência e Luta de Classe”.
O evento foi prestigiado com a presença do cônsul geral de Cuba Lazaro Mendez, que falou acerca dos desafios atuais da Revolução Cubana e de como o povo da maior ilha do Caribe, exatos 50 anos após a heroica resistência armada contra a tentativa de invasão em Praia Girón, realiza o VI Congresso do Partido Comunista, para fazer frente a esse grave momento histórico vivido pelo mundo.
O cônsul também parabenizou a todos pelo trabalho realizado em prol da construção de uma sociedade justa e igualitária e pela solidariedade internacionalista à Revolução Cubana. Ele destacou também a importância da memória histórica na luta dos povos: “É importante escrevermos nossa própria história para que ela não seja escrita pelos historiadores burgueses”.
Esteve presente também o jornalista cubano Ariel Herrero Escalante, que falou aos presentes acerca da perspectiva atual de Cuba e das tarefas que se apresentam nos “Lineamentos”, documento base para o VI Congresso do Partido Comunista Cubano, amplamente debatido em todo o país, que reafirma a construção do socialismo e prepara a economia cubana para enfrentar os problemas criados pelo imperialismo e a crise capitalista. Ele destacou a relação entre o VI Congresso do Partido e o brilhante conceito de Revolução expressado por Fidel:
“Revolução é sentido do momento histórico; é mudar tudo o que deve ser mudado; é igualdade e liberdade plenas; é ser tratado e tratar aos demais como seres humanos; é nos emanciparmos por nós mesmos e com nossos próprios esforços; é desafiar poderosas forças dominantes dentro e fora do âmbito social e nacional; é defender valores nos quais se crê ao preço de qualquer sacrifício; é modéstia, desapego, altruísmo, solidariedade e heroísmo; é lutar com audácia, inteligência e realismo; é não mentir jamais nem violar princípios éticos; é convicção profunda de que não existe força no mundo capaz de derrotar a força da verdade e das ideias.”
A solenidade foi aberta com a fala de Georgina Queiroz, dirigente do PCML, que falou um pouco da trajetória da organização e saudou Aluisio Bevilaqua: “Nosso dirigente tem um papel fundamental em nosso partido, na construção desta organização, como dirigente e como formulador teórico. Um grande abraço camarada de todos nós”.
Osmarina Portal, do Movimento Nacional de Lutas Contra o Neoliberalismo, e Rafael Rocha, da Cooperativa Inverta, também fizeram o uso da palavra, destacando o especial significado da resistência empreendida em manter acesa a chama da Revolução Comunista no nosso país. Também lembraram os crimes do imperialismo, exemplificados na recente agressão colonialista à Líbia. A Líbia resiste e vencerá!
Em seguida foi lançado o número 6 da revista Ciência e Luta de Classes, conjuntamente com a inauguração da Sala de leitura da biblioteca Arlindo Pinho.
Ana Alice, comunista histórica do PCML, falou sobre quem foi o camarada homenageado na denominação da biblioteca: “Arlindo Pinho foi dirigente da Juventude Comunista, seu nome é citado no livro Anarquistas e Comunistas no Brasil, de John F. Dulles e por Leôncio Basbaum em vários de seus livros. Basbaum e ele foram fundadores da Juventude Comunista em 1927.
Arlindo foi perseguido pela ditadura do Estado Novo de Vargas e preso na Ilha Grande com Marighella e Agliberto de Azevedo e tantos outros em consequência do levante de 1935. Posteriormente assumiu a liderança do movimento sindical dos comerciários e desempenhou funções parlamentares como vereador.
Foi assassinado em 9 de setembro de 1983, na porta de sua casa em Boa Esperança, Miguel Couto, na cidade de Nova Iguaçu no Rio de Janeiro. Na época, como membro da Comissão de Transporte na Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu, ele investigava denúncias de corrupção.
A homenagem feita a ele, não é só a ele, se estende a tantos outros camaradas que tombaram assassinados por suas convicções e pela luta intransigente contra o capitalismo.”
Antônio Cícero, presidente do CEPPES, lançou a revista apresentando uma síntese dos artigos da mesma, destacando a entrevista do embaixador de Cuba, Carlos Rafael Zamora Rodríguez, e o artigo escrito pelo editor do Jornal Inverta Aluisio Bevilaqua.
O economista Claudio Gurgel também fez uma saudação ao evento.
Após as falações foi exibida uma declaração do embaixador em vídeo, realizado pelo CEPPES, que faz parte da campanha pela libertação dos cinco heróis cubanos injustamente presos nos Estados Unidos.
O ato comemorativo foi encerrado com todos cantando o hino da Internacional e comemorando as iniciativas com um coquetel e uma apresentação de voz e violão do músico Ananias, O Reggae do Salgueiro.