Subserviência governo do Equador ao FMI enfrenta greve e resistência indígena!

O governo eliminou os subsídios ao diesel Hola gasolina em um país produtor de petróleo, liberou o preço ao mercado internacional permitindo então a flutuação do mesmo, reduz um dia de salário para os servidores públicos, reduziu as férias destes públicos de 30 a 15 dias, e este foi o primeiro pacote das medidas que contempla a carta de intenção assinada pelo governo nacional e o FMI.

Desta maneira amanheceu o centro de Quito na segunda-feira 7 de setembro, rodeado de piquetes e vigiada por militares e policiais, as cidades citadas pelo Estado de exceção declarado desde quinta-feira pelo governo nacional e uma imprensa que minuto a minuto transmite que se deve apoiar as brutais medidas impostas pelo governo.

O governo eliminou os subsídios ao diesel Hola gasolina em um país produtor de petróleo, liberou o preço ao mercado internacional permitindo então a flutuação do mesmo, reduz um dia de salário para os servidores públicos, reduziu as férias destes públicos de 30 a 15 dias, e este foi o primeiro pacote das medidas que contempla a carta de intenção assinada pelo governo nacional e o FMI.

Depois destes anúncios na quinta-feira, dia 3/10, anuncia-se por parte dos rodoviários uma paralisação nacional, que manteve sem transporte de ônibus e táxis a todo o país. Na manhã do dia seguinte o governo decide declarar a prisão de 2 dirigentes do sindicato dos taxistas, e na diligência decide levantar a paralisação.

Os estudantes e trabalhadores desde a quinta-feira que começou o protesto tomaram as ruas para somar à paralisação e exigir a derrogatória das medidas, a repressão foi brutal em ambos os dias, no entanto, depois do anúncio dos transportadores, o movimento indígena decide junto a outros setores sociais declarou a continuação da greve de forma indefinida, no fim de semana assassinam um militante em um dos pontos da estrada. As comunidades indígenas estão sendo reprimidas pelos militares, há duros confrontos e os militares começam a disparar balas de chumbo, o número de feridos e presos cresce durante o fim de semana.

No dia 6/10, domingo é anunciado que algumas delegações chegarão a Quito para exigir a suspensão das medidas e o fim da repressão. Piquetes de militares são colocados nas ruas para evitar que os indígenas cheguem a Quito, o governo diz que o protesto é isolado, e os meios fazem eco a estas declarações e começam os noticiários dizendo que o país está em calma.

Em alguns dos piquetes os militares decidem se retirar, 87 militares são detidos em diferentes comunidades depois dos confrontos, e as delegações começam a chegar à cidade de Quito.

Ainda na noite de domingo, chegaram em torno de 15 mil indígenas que vêm do sul da cidade, e no dia posterior uma quantidade similar de indígenas do norte podem ter chegado, permanecendo nas proximidades do norte de Quito e pedem em uníssono a suspensão das medidas econômicas antipopulares. O governo decreta então a transferência da sede de governo à cidade de Guayaquil.

Na terça-feira, dia 8, indígenas amazônicos tomaram 3 campos petroleiros, e as universidades abriram suas portas para albergá-los, que a esta altura do dia, no encerramento desta matéria, se calculam em 20.000, há ao redor de 500 detidos, entre eles, o prefeito de Orellana e um deputado de Pachacutik, e alguns dirigentes indígenas.

 

Ulkira Borges

Direto de Quito para o INVERTA