Força, garra, determinação, lutamos unidos pela educação!
Com espírito de luta e consciência, organizados e gritando palavras de ordem, um grupo de estudantes do ensino médio da Escola Padre Antão, localizada na Penha, Zona Leste da cidade de São Paulo, somou-se à manifestação do dia 12 de março convocada pelos Professores do Estado que estão em greve desde o dia 08 de março.
Estes estudantes, que são os mais afetados, com suas reivindicações, ocuparam a Avenida Paulista juntamente com ao redor de 12 mil professores, apesar de a Globo ter noticiado 5 mil em apoio à luta dos professores e em defesa de melhores condições de ensino. Desde o início da aula eles vêm sofrendo com a falta de professores, condições precárias de infra-estrutura nas escolas, material didático com erros e com falta de qualidade e com a falta de perspectiva de uma melhora real tanto a curto como a longo prazo. Identificam na estrutura de ensino falhas e deficiências que não podem ser solucionadas dentro de um sistema que obedece a lógica capitalista neoliberal. Sem opção, levantam bandeiras e apóiam as categorias envolvidas, porém sabem que o problema é muito mais estrutural. Como resposta aos atos destes estudantes, que queimaram as apostilas vergonhosas distribuídas pelo governo do Estado, foram realizadas filmagens e suas imagens manipuladas e projetadas como atos de vandalismo e destruição do patrimônio público e atribuídas aos professores. A mídia, em nenhum momento, comentou sobre a participação e apoio dos estudantes, conscientes de que não é de interesse da classe dominante que exista um investimento real em sua educação.
Sobre as reivindicações dos professores, só ressaltaram o aumento salarial, como se se tratasse apenas disso, de uma questão econômica, que nada tem a ver com a qualidade de ensino que vem sendo oferecida na escola pública. Sua luta e contestação foram manipuladas pela mídia burguesa como um ato de vandalismo, de caos, que atrapalhou o trânsito da cidade e deixou o centro financeiro da cidade de São Paulo sujo. O problema é o trânsito, não a educação!Escondem da forma mais perversa a lógica de um sistema que não se importa com a educação dos filhos da classe operária e o descaso da administração do governo de José Serra, que está há 15 anos no governo do Estado e que considera o movimento de "político e inimigo da educação", alegando que a APEOESP é filiada a CUT, a favor do PT. Tudo se converte em uma grande campanha eleitoral.
Sem desanimar, os estudantes dizem que continuarão organizados, em defesa de seu futuro. Afirmar e reafirmam “Luto pela nossa educação”!
Sucursal São Paulo