Estudantes no Rio: Botar o dedo na ferida e lutar contra o capitalismo pelo socialismo!

Realizada no dia 28 de março passeata dos estudantes em defesa do passe livre, no Rio. Cerca de 10 mil estudantes reivindicaram o passe livre, educação pública de qualidade e a instauração da CPI da corrupção.

Estudantes no Rio: Botar o dedo na ferida e lutar contra o capitalismo pelo socialismo!

Por: Sucursal RJ


Realizou-se, no dia 28 de março, a passeata dos estudantes em defesa do passe livre, no Rio. Apesar do boicote dos empresários, que se negaram a alugar ônibus para a passeata, estiveram presentes cerca de 10 mil estudantes, além das lideranças da UNE, Ubes, Dces e Grêmios Estudantis das escolas públicas e privadas.

A manifestação tirada para este dia coincidiu com a data do assassinato do estudante Edson Luís - pela repressão a serviço da ditadura militar na década de 60, o que foi lembrado pelos estudantes - e com a Campanha Nacional das Categorias em Luta.

Aos gritos de “se o passe acabar, a roleta eu vou pular”, e de falações como a da necessidade dos estudantes lutarem por objetivos históricos, como a luta pelo socialismo, e de denúncias como de Carlos, da Rural: “A grande sacanagem feita pelos vereadores não é só no Rio de Janeiro, mas também na Baixada Fluminense e com todos os municípios do Estado. No ano passado, os vereadores de São João de Meriti, tiraram o passe livre dos estudantes.

Nós temos que botar o dedo na ferida e chamar a responsabilidade do governador Garotinho para que ele faça uma lei estadual para o passe, e por que não o prefeito recém eleito César Maia? Vamos ser sinceros, o problema dos estudantes não é somente do passe, mas também a falta de bibliotecas, é a falta de professores, de igualdade entre as escolas, e o sucateamento da escola pública”.

As entidades de base como os grêmios estudantis queixaram-se durante as manifestações de que não estavam tendo acesso às falações durante o ato. Mas nem tudo está perdido, algumas entidades colocaram os males que o neoliberalismo tem causado não só a educação, mas os trabalhadores de forma geral, denunciaram o sucateamento e a privatização do ensino público. Entre os estudantes registraram-se faixas e cartazes Contra o Plano Colômbia, o FMI e FHC.

Os estudantes protestaram contra o aparato repressivo que bem lembrava o aparato da ditadura militar: “...polícia para quem precisa de polícia..., a polícia mais uma vez está defendendo os maiores ladrões”, disse o representante do DCA da Feuc.

Não faltou também denúncias por parte dos grêmios estudantis da velha prática de boicote aos participantes da base, de acordo com a representante do CEI, Santa Cruz, os grêmios estavam sendo boicotados em sua fala, apesar de os estudantes secundaristas serem maioria.

Apesar da disposição de uma grande parcela de estudantes em radicalizar na luta como manter vigília, invadir a Câmara, a moçada voltou para casa como voltaram os mais de 150 mil trabalhadores na Marcha a Brasília.

As lideranças controlaram a massa de estudantes que estava com disposição de invadir a Câmara de Vereadores, pois os mesmos são eleitos para atender os interesses da população, mas defendem os interesses dos empresários, neste caso da Fetranspor (Federação dos Empresários de Ônibus).

Os governos municipais pretendem esperar novembro/dezembro, para retirar o que ainda não está conquistado. Está previsto para final do ano, como em 2000, o final do ano letivo, para a colocação de novo em votação a retirada do passe do alunato que na realidade, pelo menos em algumas cidades, de livre só tem o nome. Somente nos ônibus interestaduais é que o aluno tem de fazer a cartei-rinha, que custa R$3,00, para ter direito ao passe e entrar pela porta da frente. Por incrível que pareça, a carteira é feita pelas entidades estudantis.

A manifestação não foi restrita à questão do passe livre, também serviu para mobilizar a sociedade pela instauração da CPI contra a corrupção.