SOS Lapa: A Cultura Pede Socorro

O bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, tem forte tradição de fomentar a cultura na cidade, mas o patrimônio público sob a guarda da Rio Providência, quer que os atuais ocupantes, se quiserem permanecer no local, paguem o "preço de mercado".

SOS Lapa: A Cultura Pede Socorro



O bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, tem forte tradição de fomentar a cultura na cidade, tornando-se um caldeirão cultural: artesanato, circo, teatro, música, artes plásticas, etc... É uma parte do Rio onde a beleza natural alia-se ao mesmo vigor a cultura popular. No centro cultural da Lapa existem várias instituições que desenvolvem este trabalho junto ao povo de diversos locais que freqüenta o bairro.

A Lapa respira cultura, mas está ameaçada. Isto porque os imóveis onde estão localizados os centros culturais, a maioria em casarões, pertencem ao Estado do Rio de Janeiro, e são ocupados através de cessões de uso, ou afins. O patrimônio público sob a guarda do Estado, através da Rio Providência, quer que os atuais ocupantes, se quiserem permanecer no local, paguem o "preço de mercado". Mais que isso, essa medida amplamente divulgada pela imprensa carioca, acaba por mercantilizar a cultura, ou pior, transformar a Lapa num shopping a céu aberto, visto que o comércio - principalmente “os grandes empresários” - é que poderão bancar o tal preço de mercado. E nós do semanário Comunista INVERTA, que funcionamos através de um contrato de cessão de uso em um prédio do Estado, também estamos ameaçados de expulsão (leia matéria na página 3).

Será essa mais uma exclusão social? Como pode a cultura ser tratada como um comércio por esse governo? A população, principalmente a Juventude, perderá mais esse espaço para se manifestar? Esse Estado que se disse progressista, levará, finalmente, a cabo, as medidas reacionárias como essa propostas por administrações anteriores e que foram e são rejeitadas pela população?

O INVERTA conversou com alguns representantes de instituições que promovem um trabalho cultural na Lapa, que falaram sobre a importância do bairro e da preocupação diante da possível expulsão. Foi noticiado recentemente que R$ 3 bilhões seriam investidos no local. Mais a custa de quê? De calar a cultura?


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