Lições do Encontro Estadual de Solidariedade a Cuba em Belo Horizonte

Foram dois dias de atividades que nos prepararam não apenas para a Convenção Nacional, mas para a constante batalha contra os meios de comunicação que mentem sobre Cuba, assim como aqueles que acreditam nos meios burgueses e só reproduzem sua ladainha imperialista.

Nos dias 10 e 11 de junho foi realizado em Belo Horizonte o Encontro Estadual Preparatório para a XIX Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba 2011, na Casa do Jornalista de MG. Como parte de uma ampla rede de solidariedade que se estende por todo o território nacional, o encontro de Belo Horizonte contou com a presença do Cônsul Geral de Cuba em São Paulo, Lázaro Mendez.

Foram dois dias de atividades que nos prepararam não apenas para a Convenção Nacional, mas para a constante batalha contra os meios de comunicação que mentem sobre Cuba, assim como aqueles que acreditam nos meios burgueses e só reproduzem sua ladainha imperialista.

Infelizmente, até mesmo alguns setores da “esquerda” colocam constantemente em dúvida seu apoio à Revolução Cubana, principalmente agora que a Ilha passa por um processo inédito e muito importante de mudanças econômicas.

O Cônsul Lázaro Mendez explicou para os presentes as decisões que foram tomadas no VI Congresso do Partido Comunista de Cuba, realizado em abril deste ano, assim como toda a estrutura democrática na qual os congressos do partido estão baseados. Mas, explicar a atualidade implica contextualizá-la. Falou sobre o desenvolvimento econômico de Cuba, especialmente a partir do Período Especial: a abertura ao turismo como mecanismo para nutrir as reservas nacionais, a necessidade de um sistema de dupla moeda, a relação dos cubanos com o trabalho, o problema da ineficiência, as necessárias mudanças atuais e, claro, a severidade do bloqueio durante todos estes anos.

O encontro também teve como objetivo informar sobre o caso dos Cinco Heróis Cubanos presos injustamente pelo império em 12 de setembro de 1998: Antonio Guerrero, Fernando González, Gerardo Hernández, Ramón Labañino e René González. Ficou clara a importância de seu trabalho num contexto de guerra suja dos EUA contra a Revolução, e também por isso, a hipocrisia de todo o processo judicial orquestrado pelos EUA para mantê-los detidos e incomunicáveis durante todo este tempo.

Levantar a bandeira pela libertação dos Cinco é tarefa de todo revolucionário, sabendo que são principalmente aqueles que não vacilam em suas convicções os que sofrem as piores consequências – eles são para nós, exemplo de compromisso e conduta revolucionária.

Para aqueles cuja memória ou idade não permite compreender o presente como resultado do desenvolvimento histórico, lembramos de um momento difícil da história cubana; momento de extrema tristeza que revela a face mais feia do império e seus lacaios. A explosão do voo 455 da Cubana de Aviación em 1976, ato terrorista com executores confessos, do qual Luis Posada Carriles foi autor intelectual e organizador, e que deixa uma cicatriz de guerra no coração do povo latino-americano.

O tema de Carriles é tão relevante hoje como em 1976. No último dia 14 de junho, foi-lhe entregue a chave da cidade de Hialeah (centro dos gusanos na região metropolitana de Miami). Carriles nunca foi julgado por terrorismo e vive tranquilamente em Miami. O Jornal Granma, órgão oficial de Cuba, publicou em sua capa que Carriles foi recentemente absolvido nos EUA por ter entrado ilegalmente a este país pela fronteira mexicana, ocasião na qual autoridades cubanas informaram o governo estadunidense.

O Granma em português, leitura obrigatória para todos aqueles que defendem e se solidarizam com o povo cubano e sua luta, agora circula nas bancas do centro de Belo Horizonte. Ao redor da Praça Sete, um dos ícones da luta política na capital mineira.

O encontro propiciou uma séria reflexão sobre solidariedade; não a solidariedade como palavra, numa reflexão semântica, mas como deve ser traduzida em ações. O Cônsul desvelou também um erro comum entre aqueles que não se comprometem com uma proposta de mudança revolucionária da sociedade, que é se equivocar entre solidariedade e caridade. A solidariedade entre os povos, o compromisso com a defesa de sua luta, dedicar nossos esforços a um trabalho que é nosso também, isto sim é solidariedade; e não apenas doar espécies para um povo que sofreu com um furacão, mas sim se sentir como um cubano ou cubana no momento em que se recebe a notícia e se discute a reconstrução.

Defender Cuba e o socialismo é defender a necessidade da Revolução Socialista no Brasil, é parte do nosso trabalho de construção aqui.

Viva a Revolução Cubana!

Viva o Granma, a Prensa Latina, o Inverta e os meios alternativos!

Com Cuba, avança a Revolução Latino-americana!

Sucursal Belo Horizonte