Che Guevara, presente!

Matéria da J5J sobre o Comandante Che Guevara

Um ano antes da chamada Grande Depressão, a marcante crise do capital que abalou o cenário mundial deixando milhares de pessoas desempregadas e na miséria, nasce na província de Santa Fé, Argentina, Ernesto Guevara Lynch de La Serna, que mais tarde, por dedicar sua vida a luta de libertação dos povos frente injustiça e opressão capitalista, se eternizaria como CHE.


O garoto filho de família de classe média, teve seus primeiros contatos com o comunismo ainda na infância através de crônicas escritas por seu tio, um jornalista comunista que se encontrava na Espanha documentando os acontecimentos da guerra civil espanhola e também através dos conhecimentos que tinham seus pais, liberais de esquerda, a cerca do assunto. Aprofundar-se-ia mais ainda na questão ao entrar na Universidade de Medicina e conhecer sua amiga Tita Infante, que o levaria a reuniões da Juventude Comunista.
Cresce apaixonado por literatura e filosofia, tendo dentro de suas leituras os mais diversos autores: Freud,Pablo Neruda, Baudelaire, Julio Verne, dentre muitos outros.

Decide realizar sua primeira viagem sozinho, ainda jovem, a bordo de uma bicicleta motorizada. Cruza assim 12 províncias argentinas, onde tem o seu primeiro contato direto com as desigualdades de seu pais e onde, ao trabalhar em um leprosário, conhece seu amigo Alberto Granado, com quem realiza uma outra viagem, agora por diversos países latino-americanos, tendo contato com as mais variadas diferenças sociais, culturais e econômicas que aceleraram sua politização. Mais do que um simples aventureiro, ter contato com essas realidades sempre foi o principal motivo que o levou a viajar.


Na Venezuela, onde junto com Alberto Granado treinava um time de futebol, foi deportado de volta para a Argentina, mas conseguiu um vôo com escala em Miami e permaneceu lá um mês por problemas com o motor do avião e pode se alimentar do crescente sentimento antiimperialista.


De volta à Argentina trabalhou para uma agência de noticias cobrindo os jogos Pan-americanos do México e aonde decidiu realizar um segunda viagem percorrendo outros países. Visitou, então: Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, El Salvador e Guatemala, onde presencia um golpe de Estado, planejado pela CIA, que derrubou o presidente deste país, Jacob Arbenz, que projetava intensas mudanças sociais. Aí é que se declara revolucionário e se posiciona mais fortemente contra o imperialismo ianque. Conhece nesse momento sua primeira esposa, uma comunista que o apresenta livros sobre a revolução comunista da China e com quem tem uma filha que apelidaria de “pequena Mao” por seus traços orientais. É aí que recebe o apelido de Che, pelo costume dos argentinos de se dirigir dessa forma a outras pessoas, apelido que levará por toda a vida. Segue para o México em 1955, aos 27 anos, onde não por acaso se encontrou com Fidel Castro e os sobreviventes da tentativa de assalto ao Quartel Moncada em Cuba, integrantes do Movimento 26 de julho (data da tentativa de assalto) e que vem a conhecer Che Guevara por intermédio de um amigo de luta do mesmo na Guatemala. A afinidade entre Che e Fidel foi imensa logo de cara. E assim, com a coragem e força de luta, seguem os 83 companheiros a bordo de um iate chamado Granma para a Sierra Maestra em Cuba, onde iniciariam a batalha que culminará na derrubada da ditadura de Fulgêncio Batista e na revolução socialista.
Ao chegarem no país, são surpreendidos por tropas militares que conseguem assassinar cerca de 70 homem  do grupo; mesmo assim os sobreviventes revolucionários, dentre eles Che Guevara, que mais tarde por seu talento de liderança é declarado Comandante, o mais alto posto que um guerrilheiro pode chegar, não recuam, continuando fortes na luta que se estenderia por anos de duras batalhas, mas que em 1959 triunfaria com a derrubada do ditador e a tomada do poder pelas mãos dos guerrilheiros e guerrilheiras.


Che ao longo dos anos desempenha diversos cargos públicos em Cuba, aos quais realizaria com imensa dedicação mesmo recebendo por eles o mínimo necessário, além dos trabalhos que realizava voluntariamente. É reconhecido por sua firmeza, mas também por sua imensa generosidade para com as pessoas. É naturalizado cubano, mas mesmo com todos os fatores que poderiam fazer com que permanecesse no país, Che segue em busca do próximo passo para continuar na tentativa de libertar os países da América Latina, seguindo para a Bolívia ao lado de alguns companheiros com o intuito de desenvolver a luta pela revolução naquele país. Porém, é preso em uma emboscada armada pelo governo estadunidense, onde é torturado e morto com oito tiros no dia 9 de outubro de 1967.


Esse corajoso, generoso, forte e terno guerrilheiro, que sempre foi admirado por todos sempre estará vivo em nossa luta, a cada passo trilhado na caminhada. E é em sua memória e na de todos os outros revolucionários que morreram lutando que nos levantamos sobre a bandeira da liberdade das classes oprimidas pelo julgo imperialista, pois, aliás,como dizia o próprio Che: “Os poderosos podem deter uma, duas ou até três rosas, mas nuca detiveram a primavera”. Em toda luta, de cada homem e de cada povo que se ergue para sua libertação, para acabar com a opressão e injustiça, estará presente o eterno Comandante Che Guevara.

Até a vitória sempre!

Até sempre Comandante!

J5J-SP