Congresso tomado por golpistas vota por processo de impedimento

Com um placar de 367 votos a favor, 137 contra e 7 abstenções, a Câmara dos Deputados, no último domingo, dia 17 de abril, deu início a mais uma traição contra a vontade popular manifestada nas eleições de 2014 e aprovou o processo de afastamento da atual presidenta da República, Dilma Rousseff, legitimamente eleita pela maioria da população.

Com um placar de 367 votos a favor, 137 contra e 7 abstenções, a Câmara dos Deputados, no último domingo, dia 17 de abril, deu início a mais uma traição contra a vontade popular manifestada nas eleições de 2014 e aprovou o processo de afastamento da atual presidenta da República, Dilma Rousseff, legitimamente eleita pela maioria da população. A matéria agora vai para o Senado Federal, que dará o parecer final sobre a cassação ou não da chefa de Estado, que enfrenta um fraudulento processo de julgamento político sem base legal montado pela oposição, que busca interromper seu mandato e os avanços alcançados no decorrer dos últimos 14 anos no país e os mecanismos de integração regional na América Latina, de caráter anti-imperialista, nos quais o Brasil exerce papel fundamental. O espetáculo grotesco e ultrajante do parlamento brasileiro evidencia mais uma vez que o poder econômico e os interesses pessoais falam mais alto entre os representantes das oligarquias em nosso país.

 A manobra da direita por um “terceiro turno” das eleições de 2014 teve mais um capítulo com a perversa aliança entre o poder de uma grande mídia ligada aos interesses do capital internacional e uma elite ferida em seu orgulho e saudosista do período neoliberal anterior aos governos do PT na administração federal.

 Estes setores não se assustaram apenas pelos mais pobres atualmente terem acesso a serviços antes negados, como poder viajar de avião em um país com dimensões continentais como é o Brasil e aumentar ou diversificar seu consumo como resultado da ampliação do mercado interno e das políticas de valorização do salário mínimo e garantia do emprego, mas também pelo acesso das classes populares ao ensino superior, com a regulamentação da política de cotas para negros, indígenas e setores mais humildes da população. A melhoria na qualidade do atendimento e ampliação do acesso à saúde pública com a implementação do programa Mais Médicos, que passou a atender populações nas regiões mais longínquas do país que antes eram completamente desassistidas pelo Estado, também irritou as oligarquias que continuam a tratar os mais pobres no Brasil como seus escravos.

 A guerra contra o golpe de Estado que a oposição tenta impor através do impedimento da presidenta não está perdida. É preciso reverter a lavagem cerebral feita pela grande imprensa que semeia o ódio e a ignorância no seio da população, e denunciar o retrocesso e as perdas de direitos que um governo Michel Temer irá representar para os trabalhadores com a aprovação pelo Congresso Nacional de uma série de leis como a terceirização de todas as atividades da economia brasileira, o fim dos programas sociais como o Minha Casa Minha Vida, que desde 2009 já atendeu 10,5 milhões de pessoas em todo o país construindo 2,6 milhões de habitações populares para a população de baixa renda, a reforma da Previdência que quer tirar conquistas históricas dos assalariados brasileiros e dos aposentados que deram seu suor e vida pela construção de um Brasil melhor.

 É necessário fortalecer e ampliar as mobilizações e a unidade dos trabalhadores e das forças populares e progressistas do campo da esquerda para barrar esta ofensiva neoliberal dirigida a entregar o que resta do setor público para a iniciativa privada. O programa do PMDB/PSDB para governar o Brasil é de entrega total dos bancos estatais como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, e também de aceleração do processo de privatização da Petrobrás, da Eletrobrás, de Furnas e dos Correios. Continuar nas ruas é fundamental para mostrar que esta é apenas uma batalha e que a guerra está longe do fim, uma vez que uma caminhada de mil quilômetros começa com o primeiro passo, como afirmou o revolucionário chinês Mao Tse Tung.

 Julio Cesar de Freixo Lobo e BF