Ari Silva presente!

Faleceu no dia 22 de maio no município de Belford Roxo - RJ o comunista histórico Ari Silva. Grande parte de seus 80 anos foram dedicados à luta de libertação do proletariado brasileiro e internacional.

Nos últimos dias de sua vida, o camarada Ari afirmava com muita convicção “não acredito mais no processo eleitoral burguês o povo tem que partir direto para tomar o poder, temos que fazer uma transformação, isto que está aí está podre, temos que seguir o exemplo de Cuba e do comandante Fidel Castro”. Ari foi candidato a prefeito de Nova Iguaçu, apoiado por Luiz Carlos Prestes e Leonel de Moura Brizola, sendo o mais votado. Tanto que dizia “ dormi eleito e acordei derrotado”.

 

 

 

Ari Silva foi mais um dos camaradas históricos que faleceu fazendo parte das fileiras do PCML e um ardoroso defensor do Jornal INVERTA. Um dos últimos atos de bravura, em que demonstrou coragem, firmeza de princípios e claridade naquilo que defende, e que deve ser lembrado, foi sua intervenção em um ato em Belford Roxo contra a privatização. PT , PCdoB e outros contra a privatização. Com muita solidez e sua voz inesquecível nos contou:“ Eu ia passando, nem sabia que havia um ato aqui no centro de B.Roxo, estavam todos eles, me chamaram- olá grande companheiro, grande figura histórica vem fazer uso da palavra, eu fui, pois não corro da raia, e disse: o partido de vocês é responsável pelas ultimas privatizações, nós não temos que rever só uma privatização mas sim todas que fizeram e sou contra as privatizações, eu sou a favor do estado proletário, todos os bens devem ser do povo e só conseguiremos isto quando fizermos a revolução. Sou favorável a uma revolução, a saída para o povo é a sociedade comunista e é por isso que estou no PCML, não é nenhuma reforma que vai resolver o problema da miséria e violência que assola nosso país e sim a sociedade comunista”

 

O camarada Ari de memória nos contava também outros registros históricos: “tenho muita honra em ter aqui a foto com Prestes e um bilhete que ele me mandou pedindo que organizasse uma reunião para receber figuras importantes da nossa luta. Em período de relevante significado histórico, eles estavam voltando da clandestinidade e asilo político”.

 

Ele também contava com muito orgulho a sua passagem pelo DETRAN de NI - RJ quando o dirigiu por ter saído de cabeça erguida sem ceder as pressões que sofria quando moralizou o mesmo. Mas acima de tudo por ter provado a honestidade de um comunista e como deve ser administrado os bens públicos.

 

Camarada, neste momento sua matéria se transforma em novas substâncias nessa dialética que é a vida e a morte, mas suas idéias continuarão vivas e palpitantes cada vez que um quadro revolucionário erguer a bandeira vermelha da revolução comunista.

 

Camarada Ari Silva, Presente!

 

 

 

 

Abaixo depoimento de sua esposa Arlete Alves da Silva e Fátima Zovico , nora e amiga:

 

 

 

Arlete Alves da Silva

 

 

“O sonho de Ari sempre foi o ideal político, não largou por nada, brigava com qualquer um por eles. E nesse 54 anos de união que fomos muito felizes , mas seu ideal político o acompanhou sempre e sempre. Tivemos dois filhos e que foram muito bem criados, gostam muito do pai e também sempre respeitaram as idéias do pai, e acham que e ele estava certo. Sempre apoiei Ari onde ele estava eu estava junto, participei desde o inicio, era parceira dele . Em nossa casa recebemos muitas personalidades políticas no campo da esquerda, como Luiz Carlos Prestes, que veio aqui umas três vezes; o Adão Pereira Nunes , a visita destes foi de muita felicidade para a gente .

 

Ari morreu fiel a seus ideais revolucionários, entre os vários acontecimentos que presenciamos em nosso país destaco o comício pelas Diretas Já .

 

Quero lembrar o amor e o prazer que Ari tinha de estar nesta luta . Ele de vez em quando ficava triste por não ver seu país como ele lutou a vida inteira, socialista, vendo reinar o bem, e proteger essa juventude abandonada, fazendo essas coisas tristes que estamos vendo.

 

Cuba era a paixão dele, tinha uma grande admiração por Fidel Castro, lia tudo sobre Cuba e tinha muita vontade de ir lá.”

 

 

 

Fátima Zovico

 

 

“Eu penso que de acordo com Rubens Alves não morre quem planta uma árvore ou escreve um livro, muito menos morreu Ari Silva , que ele não só plantou muitas arvores e deixou muitos registros escritos , como também escreveu na alma desse povo desse estado, desse município a grandeza de um político digno, honrado, que com seus ideais conseguiu conquistar a política justa, e conquistou todos aqueles que estavam a sua volta, ele tinha como ideal trazer para realidade de nosso país as pessoas que vivem na ilusão que tudo está bem, muitas vezes injustamente não foi reconhecido, mal julgado e mal interpretado , mas este homem vai fazer muita falta, pois foi um bom marido, um bom pai, um sogro maravilhoso que honrou sua família e seu ideal revolucionário.

 

 

 

PCML - RJ