13 de Março dia de luta pela democracia

Em 13 de março de 1964 o então presidente Jango fez o famigerado discurso na Central do Brasil. Passados exatos 51 anos as forças progressistas saem as ruas em todo o Brasil para mostrar sua força perante o golpismo da direita.

O dia 13 de março é um dia histórico para a luta do povo brasileiro pela democracia popular, em 1964 o então presidente Jango fez o famigerado discurso na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, chamando todos os brasileiros a apoiá-lo na implementação das reformas de base e defender o país dos ataques golpistas. Naquele dia as principais forças progressistas e os comunistas estiveram presentes para defender o presidente Jango, a Petrobras, as reformas de base e a democracia. Passados exatos 51 anos daquele 13 de março as forças progressistas saem as ruas em todo o Brasil para mostrar sua força perante o golpismo da direita.

O golpismo tenta novamente levar o país para o atraso e entregar nossas reservas de petróleo, assim como o restante da economia, para o imperialismo estadunidense, bem ao modelo dos golpes de 1954 e 1964. Com o total apoio da grande mídia tentam tirar Dilma Rosseuff da presidência da República aplicando um golpe. Utilizam o mesmo modelo de outrora: levantam a bandeira da corrupção e pedem o impeachment da presidenta recentemente eleita. A direita e o fascismo brasileiro não aceitam de forma alguma um governo que tome sequer pequenas medidas a favor da população. Sob a bandeira de uma falsa defesa do país querem é entregar a maior riqueza nacional que é o pré-sal e a Petrobras para os monopólios estadunidenses.

Em todo o país milhares de pessoas saíram as ruas gritando o nome da presidenta e não ao golpismo. Em Porto Alegre, Fortaleza, Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo, ao todo 23 capitais pintadas de vermelho dando um recado à altura para a burguesia de que panelaço na varanda de seus duplex não vai poder com nossa democracia. Os lutadores sociais organizados em sindicatos, movimento de sem-terra e de moradia, além dos partidos progressistas e dos comunistas revolucionários organizados no PCML, demonstraram que é o povo que trava nas ruas a luta de verdade.

A mídia novamente manipula as reportagens para enganar a população. Em São Paulo foram mais de 100 mil pessoas na Av. Paulista, mas a rede golpista de televisão (Globo) afirmava que havia apenas 12 mil. Tiveram a pachorra de separar os manifestantes entre apoiadores de Dilma e da CUT, quando na verdade eram a mesma coisa e uma única manifestação. Às 15h, milhares de pessoas estiveram em frente à Petrobras. Em sua defesa, os trabalhadores da empresa estatal mostravam em seus discursos o intento golpista que tem como objetivo o fim do modelo de partilha do pré-sal. A atual crise apresentada na mídia é uma maneira de desvalorizar a estatal para que mais tarde possam vendê-la a preso de banana, assim como FHC (PSDB) fez com a Vale do Rio Doce.

A marcha em São Paulo começou em frente a Petrobras. Professores da rede pública de ensino de São Paulo, que estavam em uma Assembleia que votou greve devido ao descaso pela educação do governo psdbista na pessoa do governador Geraldo Alckmin, somaram-se na caminhada que mesmo baixo forte chuva chegou até a praça da República, no centro da capital.

Já dizia Jango em 1964: “A democracia que eles querem é a democracia para liquidar com a Petrobras; é a democracia dos monopólios privados, nacionais e internacionais, é a democracia que luta contra os governos populares.” Agora, em 2015, querem retirar de suas gavetas o mesmo plano golpista, passando pela desestabilização do governo via grande mídia, apoio das multinacionais e desestabilização da Petrobras, além dos congressistas golpistas de plantão.

As manifestações do dia 13 de março, são um recado para o governo petista de que o povo não aceitará as manobras golpistas da direita contra a presidenta, mas também não aceita que o ônus da crise do capital seja voltado para os trabalhadores, mas sim que a burguesia pague pela crise. Nenhum direito a menos, nenhum passo atrás. A presidenta vem tomando medidas que desagradaram a base popular que a apoia desde sua reeleição, e que toma as ruas para defendê-la, dessa maneira o Planalto tem que ouvir as vozes das ruas que pedem avanços em direção a uma democracia popular.

Passamos por tortuosos 21 anos de ditadura civil-militar, passamos pelo neoliberalismo de Collor e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), dizemos não à ALCA, elegemos Lula para bloquear a sana imperialista e neoliberal no Brasil, agora não aceitaremos o retrocesso e nem o golpe. Defender a Democracia; Defender a Presidenta; Defender a Petrobras; Dizer não ao golpe e ao imperialismo; Nenhum passo atrás!

Enfim, são esclarecedoras e necessárias as palavras do presidente João Goulart proferidas em 13 de Março de 1964, mas que são atuais e poderia ter sido ditas em 13 de Março de 2015: “Democracia para esses democratas não é o regime da liberdade de reunião para o povo: o que eles querem é uma democracia de povo emudecido, amordaçado nos seus anseios e sufocado nas suas reivindicações.”

Diego Becker - Historiador e Comunista